quinta-feira, abril 28, 2005

Não discutimos a pátria!


E um dia, quando
A tormentória Nuvem for passando
Ao aceno Divino ao qual se agita,
Na cadência dos orbes, a infinita
Inspiração e aspiração do Mundo;

Quando os homens, perdidos um segundo
No turbilhão dos séculos, _ ouvindo
O pleno Meio-dia, aéreo e lindo
Da ascensional jornada, _ em paz e amor
Adorem o Senhor;

Um dia, quando,
A nova Idade de Oiro celebrando,
Houver um grande Povo sobre a terra,
Que, sem pecados, sem a inveja e a guerra,
Na formosura viva e na abundância:
Sábio como o Outono, e, como a Infância,
Primaveril e alegre; em tal ventura
Que já não seja o cego que procura
Mas sim o desejado da Verdade
A tombar como tomba a claridade
De extática manhã; e a tal exemplo
Que seja_ ao ser Império,_ egrégio templo:
(Oh Catedral das Gentes!) ao redor
O mundo, qual terreiro ou adro em flor
Das mais Nações em romaria...

Então,

Imaginai, agora, ( na visão
Do sonho em que a nossa alma se redobra)
Que Deus mandou, a ver a sua obra,
Uma embaixada de Anjos.

E, pasmado

E em ronda à maravilha (oh encantado,
Edénico País!) o alado bando
Irá sorrindo, olhando, perguntando:

_ «E que nome baptismal
Foi o da pátria ditosa,
Ao ser a mais linda rosa
Do Jardim Universal?»

Portugal! Portugal!

Ai vinde, irmãos, amigos, todos! vinde.

Cantai, em coro, porque mais se alinde
O Nome Triunfal:

Acordem nele a terra, o mar e alturas;
Relembrando nele oitavas de Camões,
Num fulvo terramoto de armaduras,
Montanha de ondas contra os galeões;
Inspirem nele as Líricas Futuras
E a Epopeia do Azul, em novos mastros
E, em vez das Índias, demandando os astros...

Portugal! Portugal!

Nome dos nomes a chamar por nós?
Berço de Filhos, túmulo de Avós...

Portugal! Portugal!

Todos, à uma, _ eh lá, Rapazes! _ vinde.
Em coro respondei: e mais não finde
O Nome Triunfal.

Cantai! Rezai! erguei a voz; e, a erguê-la,
Pareça reboar, de estrela a estrela,
Um carrilhão de bronze e de cristal:

Portugal! Portugal!


António Corrêa d'Oliveira, do poema «Pátria Nostra» de 28 de Maio de 1934, cujo manuscrito original foi oferecido pelo autor ao Dr. António de Oliveira Salazar.

4 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

António de Oliveira Salazar - Presente!

Mendo Ramires

11:55 da tarde  
Blogger Flávio Santos disse...

Regresso em grande do Rebatet. Já agora, caro amigo, quando tiver tempo responde ao meu desafio?
http://santosdacasa.weblog.com.pt/arquivo/2005/04/inquerito_liter.html

3:44 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

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6:33 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

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