sábado, julho 22, 2006

Domesticando o Líbano

Tem sido consensual – com a excepção de alguns grupos mais dispostos a acenar a bandeira de Israel – considerar desproporcionada, bárbara até, a reacção do Estado judaico ao assassínio de 3 dos seus soldados (mais 5 morreriam na reacção imediata das forças israelitas) e rapto de outros dois por parte do Hezbollah, a 12 de Julho. Nos poucos dias em que o conflito se desenrolou o Estado democrático de Israel matou mais de três centenas de civis libaneses, provocou mais de um milhar de feridos, criou mais de meio milhão de desalojados e destruiu uma enorme quantidade de infra-estruturas essenciais à vida quotidiana das populações libanesas.

É certo que foi o Hezbollah a despoletar as hostilidades; o movimento pretenderia capturar soldados israelitas para posteriormente poder trocá-los com os libaneses que Israel ainda mantém nas suas prisões. No fundo existia o precedente, anteriormente o Hezbollah havia já conseguido trocar israelitas por prisioneiros libaneses e palestinianos. Mas desta vez as condições geopolíticas eram distintas e aos olhos do governo judaico abriu-se uma oportunidade; em face da presente situação estratégica na região poderia juntar-se o útil ao…desagradável (a morte e captura dos seus).

Antes de analisarmos as razões por detrás da dimensão e características da resposta israelita convém referir alguns dados particulares deste conflito. É verdade que Israel está a responder a um ataque perpetrado contra si e ocorrido na fronteira norte do país, mas este ataque foi dirigido exclusivamente a alvos militares e teve como resposta uma ofensiva desproporcionada que atingiu essencialmente alvos civis. Na lógica da moralidade muito própria imposta internacionalmente pelos EUA e seus aliados, a definição de movimentos ou acções terroristas estava em larga medida balizada pelo marco da sociedade civil, isto é, a actuação terrorista distinguir-se-ia sobretudo pela arbitrariedade que envolveria os ataques contra populações civis, os militares estariam assim cientes de que, pelo seu estatuto, encontrar-se-iam necessariamente sujeitos, sobretudo em áreas de conflito, a riscos que não poderiam ser igualmente assumidos por civis, responsabilidades distintas, naturalmente.

Por outro lado é também importante lembrar o histórico das violações fronteiriças entre o norte de Israel e o sul do Líbano. Lembremos que desde a retirada israelita do Líbano, conseguida muito graças à acção de combate do Hezbollah – o que justifica em grande parte a aura de que goza o movimento entre alguns sectores islâmicos –, Israel continuou a violar a fronteira sul do Líbano, com incursões nesse espaço, e que o Estado judaico deixou vastas áreas do sul do Líbano minadas tendo recusado disponibilizar às autoridades libanesas os mapas completos da localização dos engenhos explosivos lá colocados, o que resultou na morte de vários civis libaneses. Foi aliás numa troca de prisioneiros como a agora procurada que o Hezbollah conseguiu do governo israelita alguns mapas da localização de minas terrestres deixadas por Israel no país vizinho.

Temos assim um histórico de violações de soberania muito próprio no qual Israel não pode ser tomado como exemplo. Por outro lado, o alvo militar do ataque do Hezbollah, sem negar que a esse movimento cabem as responsabilidades imediatas no despoletar deste novo problema, por contraponto com certa arbitrariedade e clara brutalidade da ofensiva israelita sobre populações civis, leva a uma necessária reflexão sobre o epíteto «terrorista» e os critérios que estão subjacente à sua atribuição. Porque o terrorismo de Estado também existe, e pelas suas características tem um potencial de destruição superior, ainda mais protegido por uma atribuída superioridade moral que parece imune ao confronto com a realidade, como se se tratasse de um galardão ostentado por uns quantos (o amigo americano e seus aliados) para a posteridade, independentemente das suas acções.

Se a reacção israelita seria expectável o modo em que decorreu e o extremismo que assumiu espantaram o mundo. Mas existem razões objectivas que a explicam. Essa retaliação no limite da brutalidade (ou para além dele) obedece a um timing e a contingências estratégicas próprias, a agressão sofrida pelo pequeno grupo de militares judeus foi a justificação perfeita para colocar em curso, nas condições mais favoráveis, o plano de política externa divisado pelo Estado israelita, e apoiado pelos EUA, para a região.

Trata-se, antes de mais( mas não só), de forçar a implementação total da resolução 1559 da ONU, que exigia o fim da presença militar Síria no Líbano( propósito que já estava alcançado) e da sua intervenção nos assuntos internos libaneses bem como o desmantelamento das milícias armadas do país, numa clara referência ao Hezbollah.

Ora é preciso recordar que a influência síria no Líbano tem também um longo historial e recolheu durante muito tempo, mesmo junto do governo libanês, considerável apoio. Refira-se que, por exemplo Rafik Hariri, antigo primeiro-ministro libanês, supostamente assassinado por Damasco, fora durante muito tempo um claro defensor da aliança entre o Líbano e a Síria e um defensor do Hezbollah como força de protecção do país face à ameaça israelita. Embora tenha depois tomado o lado das forças anti-sírias as posições por ele anteriormente defendidas continuaram a ter eco e representantes em sectores da sociedade civil e na política libanesa.

Nesse sentido algumas notas devem ser salientadas para que se possa compreender completamente o que está em jogo. Notemos então: a ligação do Hezbollah aos sectores que apoiam a proximidade do Líbano com a Síria, a admiração sempre manifestada pelo Hezbollah em relação à revolução iraniana e a sua consequente proximidade com Teerão, o acordo de defesa assumido pelo Irão em relação à Síria, o facto de Irão e Síria serem consideradas as duas maiores ameaças aos interesses estratégicos de Israel e EUA na região, e finalmente o receio crescente que a influência iraniana e a eventualidade da emergência de Teerão como grande potência geopolítica da região está a causar em vários estados árabes, pelo medo que alguns desses governos, alinhados tradicionalmente com os EUA, manifestamente sentem em relação a um possível cenário de revolução popular.

Desta forma a ofensiva radical de Israel no Líbano tem 3 objectivos encadeados. O primeiro, abertamente assumido e que resulta naturalmente da execução da referida resolução 1559, é o desmantelamento do Hezbollah no Líbano de modo a assegurar a segurança directa do Estado judaico, objectivo consonante com a destruição do Hamas, por via da acção militar em curso simultaneamente na Faixa de Gaza, agora que o exército judaico regressou em força à região.

O segundo objectivo, que decorre directamente do anulamento do Hezbollah, passa por isolar Damasco, extinguindo toda a influência síria sobre o Líbano, algo que começou a ser realizado com a retirada das forças sírias mas que não foi completamente alcançado, uma vez que continuaram a existir milícias e forças políticas pró-sírias no panorama político libanês com a anuência do governo. A retirada das forças sírias do Líbano, na sequência do processo que ficou conhecido por Revolução dos Cedros, foi alvo da oposição do Hezbollah (Partido de Deus), que organizou o apoio popular à Síria tendo posteriormente nas eleições conseguido o seu melhor resultado.

Assim, destruir o Hezbollah não significa apenas garantir a segurança imediata da fronteira norte de Israel mas também destruir a força política e o movimento armado com maior capacidade de mobilização popular nos segmentos pró-sírios, etapa fundamental para o isolamento de Damasco. Ao erradicar a influência síria no país está dado o passo decisivo para garantir o alinhamento completo do Líbano com os EUA e Israel, implementa-se assim na região, e mais importante, num país que faz fronteira com o Estado judaico, um governo controlado pelo «Ocidente» e cujos segmentos anti-judaicos e anti-americanos perdem toda a relevância, desprovidos que ficam de capacidade armada e diplomática.

O terceiro objectivo, que não deixa de estar interligado com os anteriores e é, a nível geopolítico, tão ou mais importante, passa pelo isolamento do Irão. A força crescente de Teerão na região é motivo de preocupação para os EUA, para Israel e para vários governos de países árabes. O crescente poder de Teerão passa também pela sua influência sobre Damasco e sobre o Hezbollah – e logo, necessariamente, sobre o Líbano. Na actual conjuntura, estando a situação no Iraque e no Afeganistão por controlar e com o preço do petróleo em níveis muito elevados, não estão reunidas as condições ideais para intervir no Irão, deste modo, restringir ao máximo a ascendência de Teerão sobre outros Estados ou movimentos do Médio Oriente é um passo fulcral para aumentar a eficácia da pressão sobre o regime de Ahmadinejad. Enquanto se procura criar um cenário mais favorável a uma efectiva intervenção militar no Irão, ou pelo menos um cenário em que Teerão sinta isso como uma ameaça mais real, é essencial ganhar tempo e no entretanto cercear a capacidade de acção de Teerão na região.

É por tudo isto que a ofensiva israelita no Líbano tem a dimensão e a intensidade apresentadas. As condições reunidas e o timing não podiam ser desaproveitados. Conta com o apoio tácito dos EUA( o mesmo é dizer da «comunidade internacional»), ou até declarado, como o atestam algumas afirmações de pessoas ligadas à Administração Bush, que vê com bons olhos a hipótese de isolar ainda mais a Síria e o Irão, conta com o apoio subentendido de vários Estados árabes, beneficia de um álibi legitimador – o ataque aos seus militares –, é uma hipótese de garantir a segurança de Israel a norte, numa zona onde sempre foi particularmente vulnerável, e surge como uma possibilidade de restringir a força do Irão no Médio Oriente numa altura em que é urgente ganhar tempo face à vontade de Teerão se estabelecer como potência regional.

A verdade é que neste contexto parecem existir sobretudo dois factores a considerar no rumo desta história, e não creio que a «comunidade internacional» e as suas organizações tenham voz no assunto( a não ser que cesse a conivência americana); um será a avaliação do apoio que eventualmente o Hezbollah possa conquistar entre a população libanesa, sentindo-se esta desamparada ante a ofensiva israelita, o outro será naturalmente a reacção (ou não) do Irão e o que essa eventual reacção exigirá dos EUA.

19 Comentários:

Blogger Jorge Arbusto Sr. disse...

Uma boa análise.

4:05 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

És um identitário, logo pró sionista.

11:13 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Um bom artigo!

"És um identitário, logo pró sionista."

Não me parece que a análise do post seja pro-sionista!
E alem disso parece-me que está enganado: por alguém ser identitário não quer dizer que se seja pró sionista. E porquê? Porque o sionismo não representa só o direito à existência do estado de israel onde TODOS os judeus deveriam viver se querem ser respeitados como qualquer outro povo, mas também o poder da judiaria mundial!
É esse poder parasita que contamina o ocidente que impede um identitário que não passe apenas um aldrabão, de ser pro sionista!

Aliás é por isso que o estado de israel tem sido tão terrorista como o hezbolla e outros!


E já agora como comentário ao post:
Israel vai ter uma tarefa muito mais dificil do que se apresenta aqui! Pois dificilmente se arranjam apoiantes com uma agressão como a que está a fazer! Seja como fôr é verdade o que o rebatet diz, israel tem muito a perder se não conseguir atingir esses objectivos aqui enunciados! A tática de israel tem sido ela também terrorista, e isso é já um mau sinal! É já uma certa demonstração de medo! Para lá da típica arrogância e intolerância tão comum aos judeus!

1:54 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

"És um identitário, logo pró sionista."

Estes anónimos fazem uns comentários tão inteligentes...

Óptimo post, lúcido e equilibrado. E bem-vindo de volta ;)

NC

11:17 da tarde  
Blogger Nuno Adão disse...

Até pensei que a verdade nua e crua de artigos anteriores, teria o sis levado a decretar férias ao meu amigo, vejo com gosto que assim não se passou. Um muito bom artigo, como sempre!

11:18 da tarde  
Blogger Rodrigo N.P. disse...

Ao Jorge;
Obrigado e continuação de bom trabalho no Direita Conservadora.

Ao anónimo das 11:13;
Acertou na primeira parte

Ao anónimo da 1:54;
Agradeço o esclarecimento prestado ao anónimo anterior :)

Ao NC;
Obrigado. Entretanto enviei-te um mail.Outros assuntos...

Ao Thoth;
Espero que o SIS tenha mais com que se preocupar, caro amigo :)

5:39 da tarde  
Blogger Flávio Santos disse...

Excelente e exaustiva análise. Parabéns.

6:01 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

"http://www.esquerda.net/"

F****-se bloco de merda é que não!!!
Viva o PNR!

9:32 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Boa análise. Contudo, (1)os ataques do Hezbollah foram desferidos a partir do território libanês e era ali que Israel tinha que retaliar; (2)uma acção limitada não conduziria a qualquer resultado, dado que a área de Israel é cerca de 2/3 do nosso Alentejo e estava sendo atacado com mísseis com um alcance de 30km; (3)tal como tinha acontecido com a guerra civil de Espanha em que Hitler aproveitou para testar o seu armamento, aqui foi o Irão que quis testar os melhoramentos introduzidos naquele míssil e marcar pontos, como bem disse, como potência regional; (4) situação em que Israel se viu compelido a mostrar a esse país e à Síria que tinha força e disposição para encarar, se fosse caso disso, uma guerra com eles, e (5)por último, o Hezbollaha estava disseminado pelo tecido urbano do Líbano, pensando que a população civil e, nomeadamente os estrangeiros, constituiriam um escudo humano extremamente útil. O facto é que Israel, que ao longo de milénios teve a sua população escorraçada e perseguida, tem estado a ser colocado entre a espada e a parede. E, se queria destruir o Hezbollah, por muito selectivo que fosse, dadas as condições, tinha que fazer vítimas civis. Mas essa responsabilidade tem que ser assacada ao governo do Líbano que, ou assegura a independência, de facto, do seu país, ou estará sempre sujeito à sua periodica destruição. A comunidade internacional parece, finalmente, mobilizada para essea acção.

11:30 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Ora já ca faltava um sionistazinho!
Deve ser o Buíça!

11:00 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Não está o Hezbollah a bombardear civis municiando os seus mísseis com milhares de projéteis anti-pessoal que matam até 300 metros' Há por aqui muito anti-semitismo saloio. E cada vez que estes palermas vão com os seus carros às bombas de gasolina nem sabem que são eles que estão a pagar esta guerra a mando do Irão. Ignorância pura e palermice.

10:30 da manhã  
Blogger Vítor Ramalho disse...

O algodão não engana.
Israel 40 mortos, Líbano 400.

12:43 da tarde  
Blogger reconquista disse...

1 - "Deves ser pro-sionista..."
Ataque pessoal em lugar de argumento? Nacionalistas! Não imitem os esquerdalhotes.

2 - Boa análise. Mas o essencial é a droga. O Líbano é um importante cultivador e mais importante processador (da matéria-prima do Afganistão e do Paquistão). Milícias privadas em lugar de exército nacional, sistema bancário complacente, portos funcionais, proximidade da Europa.
As altas patentes sírias, os hezbolas, os OLPs vivem todos disso. O que parece um conflito regional não passa de uma guerra inter-mafias! A droga é o motor do "conflito isrealo-árabe".

1:53 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

'E cada vez que estes palermas vão com os seus carros às bombas de gasolina nem sabem que são eles que estão a pagar esta guerra a mando do Irão. Ignorância pura e palermice.?'

Sim, vamos todos passar a andar a cavalo, por falar em palermice.

4:30 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

"... nem sabem que são eles que estão a pagar esta guerra a mando do irão"

Pois! Deve ser o irão que controla os carteis e gasolineiras como a BP e outras! As mesmas gasolineiras que atingem recordes sucessivos nos lucros!

E já agora, quando foi a guerra do iraque também fomos nós que pagámos a guerra a mando dos judeus dos eua?

6:13 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Pois é tudo isso é muito bonito, mas na europa continuamos a ser invadidos com o aval desses nossos "aliados". Dentro de um esquma político (imposto por eles) completamente mafioso e corrupto em que essa dita extrema-esquerda que apoia a moirama (e nunca a extrema-direita! Isso é completamente falso!) se mexe à vontade! Alias em portugal não há direita e então em extrema-direita nem vale a pena falar! Até o proprio pp se está a tornar uma espécie de esquerda "tradicional"!

Em portugal por exemplo assiste-se a uma mistura entre extremo-esquerdistas e ladrões capitalistas (sempre de mãos dadas com o "amigo" americano) num só partido o ps!
Alguns dirão: O ps não é de extrema esquerda!
Ai não? Então e as políticas de nacionalidade, imigração, quotas entre outras não têm sido políticas de extrema esquerda?

Ó meu caro Miguel não seja tão Angélico! Olhe que isso da dissimulação (não é dominio só de alguns) tanto os judeus como os comunas são mestres!

De qualquer forma é obvio que tanto israel como o estado palestiniano devem existir! Dispensam-se é apoios quer a sionistas quer a moirama terrorista!

11:58 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Excelente artigo, e excelente análise, caro Rebatet. Parabéns.

12:55 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

"Caro Anonimo das 11 e 58: nao menosprezo o papel do capitalismo internacional na cumplicidade da "invasao" de que somos alvos, mas em lugar de atribuir exclusivamente as culpas a outros,"

Meu caro amigo, poderemos nós simples cidadãos mal organizados competir como cias, mossads, sis e outras que infiltram quase (ou mesmo) todas as estruturas de poder e manobram "opiniões publicas", resultados de eleições (indirectamente como é óbvio)e à 60 anos andam a vigiar, manipular e censurar a sociedade europeia!? Podemos nós impedir a aplicação de leis impostas por este tipo de impostores?

Podemos lutar contra um sistema de créditos bancários que serve para escravizar um povo inteiro dando-lhe uma aparente felicidade material, na qual estão cada vez mais viciados e dependentes (quase como os toxicodependentes) inibindo-lhes qualquer capacidade de reacção!?

A situação é tão grave que apesar da explosão na criminalidade, continuam todos a "comer" os dados oficiais e mentirosos (obviamente manipulados por omissão) que indicam o oposto (isto é redução na criminalidade)??!!

Podemos nós competir com gente que "prova" sem provas (apesar das muitas testemunhas que afirmam exactamente o contrário) que nada sucedeu na famosa praia (salvo erro de carcavelo?) à um ano e dois meses atrás?

Para já ainda não, no entanto o sistema continua a apodrecer e um dia rebenta! Há já indicações que as coisas não se vão poder manter por muito tempo e felizmente há já quem comece a "abrir os olhos"! No entanto ainda há um longo e perigoso caminho pela frente!

11:08 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Vespeiro libanes

11:33 da manhã  

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