segunda-feira, maio 23, 2005

Neo-liberalismo,neo-conservadorismo e lobby judeu

Com a ascensão de Reagan ao poder iniciou-se o período dourado do neo-liberalismo, ou pelo menos é com este aspecto mais visível da administração Reagan que usualmente nos familiarizamos mais facilmente. Porém, a grande transformação que a administração Reagan simbolizou foi a de uma importante viragem nos meios ditos conservadores americanos. Na realidade foi com a administração Reagan que se começou a desenhar nos EUA o surgimento do movimento que é hoje conhecido por neo-conservadorismo. É ali, na presidência Reagan, que se encontram os fundamentos do intervencionismo constante dos Estados Unidos em várias partes do mundo e o início do fenómeno globalista.

Ao contrário do que sucedia com as anteriores presidências Republicanas, Reagan passou a estar rodeado de um grupo de conselheiros distantes do conservadorismo tradicional e com uma abordagem diferente da política externa americana, dos quais talvez se destaque Jeane Kirkpatrick; enquanto tradicionalmente a direita americana verdadeiramente conservadora defendia com intransigência os regimes que lhe eram aliados ou serviam os seus interesses e a sua mundividência, mesmo independentemente da natureza desses regimes, os neo-conservadores que começaram a surgir como conselheiros de Reagan defendiam uma atitude diferente; a de intervir no exterior para mudar a natureza dos regimes e torná-los um reflexo dos valores supostamente defendidos pelos EUA. Aqui se traça a primeira diferença óbvia entre os neo-conservadores e os conservadores tradicionais americanos já que para poder justificar a intervenção sobre regimes externos se começou a difundir a ideia de que o fariam para defesa de valores como a democracia, a liberdade e os direitos humanos, no fundo a mesma cantilena que ouvimos hoje a Bush, também ele rodeado do “lobby” neo-conservador.

O neo-liberalismo surge assim como a expressão económica de uma visão política global do mundo, não necessariamente nos seus aspectos estritamente económicos mas na sua intransigente defesa da “mundialização” de valores em ordem a poder funcionar produtivamente.

Leo Strauss, um autor muito do agrado de alguns conservadores, viria a representar um papel importante no novo rumo que o conservadorismo americano assumiria. Curiosamente Strauss ensinou na Universidade de Chicago, local de expansão do actual «mainstream» do pensamento neo-liberal. Paul Wolfowitz será talvez o “straussiano” mais conhecido na actual administração Bush, mas está longe de ser o único, nomes como Abram Shulsky, John Walters, Leon Kass juntam-se ao clube e homens como Irving Kristol e Norman Podhoretz, os teóricos centrais do neo-conservadorismo americano e também eles estudiosos de Strauss, marcam enquanto estrategas políticos a agenda Bush. O pensamento de Leo Strauss sofre claras influências da filosofia de Maquiavel e Platão, da sua crítica da democracia, do ênfase colocado na necessidade de existência de elites intelectuais capazes de conduzir as massas, da necessidade de que as elites saibam mentir de forma a controlar e manipular a população.Esta é também em si uma visão maquiavélica da política. Olhando para a actual presidência Bush encontramos ali estes ensinamentos levados à letra, a argumentação em torno da urgência da intervenção no Iraque foi toda ela construída sobre um aglomerado de mentiras e de manipulações da opinião pública. Não falo só da mentira sobre a existência de armas de destruição maciça mas também da forma como alguns meios de comunicação social norte-americanos foram manietados pela administração Bush por forma a instalar na população americana a ideia de que era do interesse nacional americano o derrube do regime iraquiano. Os lobbies neo-conservadores fizeram um tal trabalho que a dada altura mais de 60% dos americanos estavam convencidos do interesse nacional desta intervenção. Hoje, reconhecidamente, o Iraque é um local fora de controlo e ninguém sabe o que fazer ou que equilíbrios sairão dali. Nesta altura será interessante notar que Leo Strauss, como algumas das figuras que influenciou, com especial destaque para Paul Wolfowitz e os principais pensadores do neo-conservadorism, Irving Kristol e Norman Podhoretz, são todos judeus, sendo que Strauss foi durante parte da sua vida um reconhecido sionista.

Uma das características mais marcantes dos neo-conservadores e que os afasta dos conservadores tradicionais americanos, conhecidos agora por paleo-conservadores, é a sua intransigente defesa da necessidade dos EUA terem uma política externa de intervenção agressiva no mundo, como atrás referi, usando constantemente o argumento sempre politicamente correcto da defesa dos direitos humanos e da democracia. Os paleo-conservadores são profundamente anti-intervencionistas, são nacionalistas e não escondem a sua proximidade à defesa da ideia de identidade europeia dos Estados Unidos. No entanto, um olhar mais atento sobre a intervenção global dos EUA no mundo sob a influência neo-conservadora não deixa de levantar questões importantes sobre a real intenção por detrás destas políticas e da pertinência dessas intervenções ou dos interesses que realmente defendem. Como relatei atrás foi durante a administração Reagan que os neo-conservadores iniciaram a sua escalada de poder no seio do partido Republicano, sobretudo pelo papel definidor da política externa desempenhado por Jeane Kirkpatrick e Richard Perle, este último também um judeu .Essa influência neo-conservadora é hoje quase total na presidência Bush e é a tendência dominante no interior do partido Republicano, levando muitos paleo-conservadores a abandonar o referido partido. As intervenções da administração Bush reflectem bem a convergência de duas influências principais; por um lado os lobbies económicos que se encontram representados em Washington por homens como Dick Cheney, ex-funcionário da Halliburton, empresa com interesses no ramo energético( logo petrolífero) ou Condoleezza Rice antiga directora da Chevron, mais uma empresa do sector petrolífero, um outro caso bem mais conhecido será o do Grupo Carlyle, que tem beneficiado escandalosamente com a guerra ao terrorismo desencadeada à escala global e que conta com membros dentro da administração Bush(embora a influência deste grupo se tenha estendido às próprias administrações Democratas), por outro lado temos os interesses geopolíticos de Israel representados pelos neo-conservadores e que têm guiado a política externa dos Estados Unidos em convergência com os interesses óbvios do Estado de Israel. Trata-se da evidente constatação da avassaladora influência dos judeus americanos no despontar e crescimento do neo-conservadorismo até à actual hegemonia política nos sectores supostamente ligados à direita. Convém então analisarmos o que representa realmente esta nova espécie de “republicanos” conhecidos por neo-conservadores, quem são e o que defendem…

Irving Kristol e Norman Podhoretz são antigos liberais e democratas que apoiaram Martin Luther King e o movimentos dos direitos civis e que foram editores da revista “Commentary”, um magazine do Comité Judaico Americano que apoia ferozmente Israel, opõe-se à constituição de qualquer estado palestiniano e que tem defendido uma política externa americana desdenhosa em relação à Europa bem como a intervenção unilateral dos EUA para o derrube de regimes hostis a Israel, nomeadamente no Iraque, Irão, Síria, Líbano, Jordânia, Arábia Saudita, Egipto e Líbia. Entretanto estes homens converteram-se em “conservadores” e tornaram-se os grandes teóricos do movimento neo-conservador, mas as suas origens políticas estão sem dúvida radicadas na esquerda americana e isto serve para definir o que representa na realidade o neo-conservadorismo: um desvio da direita tradicional americana da sua matriz original. Não há que ter ilusões, as proveniências políticas e pessoais destes teóricos do neo-conservadorismo são patentes nas características deste novo conservadorismo que entretanto tomou de assalto as estruturas do GOP e montou uma rede de instituições que se constituíram como os “think tanks” das administrações republicanas definindo as estratégias políticas da direita, deixando os paleo-conservadores órfãos de representação política e social e que são generalizadamente controladas pelo lobby judeu norte-americano.

Os neo-conservadores têm assumido um papel ainda de maior destaque desde o 11/9 e estão por detrás da determinação da política externa americana que daí surgiu, defendendo uma visão unilateral e de supremacia americana no mundo, desvalorizando a cooperação e a aliança diplomática com a Europa e privilegiando as relações com Israel. A mulher de Kristol, Gertrude Himmelfarb é ela própria uma das estrategas neo-conservadoras de maior relevo nos EUA e uma militante defensora dos interesses do Estado de Israel, o filho de ambos, William Kristol é o editor da Weekly Standard, uma revista referência do pensamento neo-conservador e é também o fundador do «Projecto para o Novo Século Americano» uma das instituições com mais poder político nos Estados Unidos, da qual saem muitos dos decisores da política externa americana que integram as administrações republicanas e que tem sido o centro difusor da estratégia de dominação global norte-americana. Desta instituição saem inúmeros quadros que formam o núcleo duro do pensamento político da actual “direita” americana.

O «Projecto para o Novo Século Americano» tem as suas instalações no mesmo edifício que serve de sede ao poderoso AEI (American Enterprise Institute) um “think tank” onde homens como Richard Perle assumem um papel de destaque e onde predomina o lobby judeu.

Foi a partir do AEI que personagens como Perle, Douglas Feith(que foi o nº 3 no Pentágono), e David e Meyrav Wurmser(membro do Instituto Hudson,neo-conservadora e nascida em Israel ) escreveram em 1996 um relatório para o partido israelita Likud( que seria liderado por Netanyahu) onde se explicava como quebrar o processo de paz de Oslo e se aconselhava a invasão do Iraque como o primeiro passo para o estabelecimento da hegemonia israelita no Médio Oriente. David Wurmser, um defensor de longa data de uma aliança incondicional com Israel, foi conselheiro de John Bolton no Departamento de Estado norte-americano, este último agora nomeado pela administração Bush para embaixador nas Nações Unidas. Uma enormíssima coincidência terá sido a invasão sem pretexto real do Iraque por parte dos EUA, ou então talvez o culminar do poder real deste lobby judeu e a demonstração clara do que significa realmente o neo-conservadorismo, escolham a hipótese que preferirem…

Mas as estranhas ligações do lobby judeu ao movimento neo-conservador e ao poder em Washington atingem ainda mais ramificações; a mulher de Dick Cheney, Lynne Cheney também faz parte do AEI. Dick Cheney, entretanto, certamente em mais uma incrível coincidência, convidou Victoria Nuland para sua conselheira em Defesa Nacional, ora a senhora Nuland é casada com Robert Kagan, co-fundador do «Projecto para o Novo Século Americano» com William Kristol. Kagan e o seu pai, também ele um ex-liberal convertido em neo-conservador, têm sido vozes activas na reivindicação de que o actual orçamento do pentágono não é suficiente para a criação de uma desejada e incontestável supremacia absoluta dos EUA no mundo por via do poderio militar.

Quando se fala na necessidade de considerar na presente conjuntura os EUA como aliado da Europa é importante que os nacionalistas europeus entendam que não será nunca com a actual América que isso será desejável. Os aliados naturais da Europa nos EUA, aqueles que podem representar de facto uma plataforma de entendimento e aliança entre Europa e EUA são os paleo-conservadores, nunca os denominados neo-conservadores que dominam por completo a política externa contemporânea americana e o descaracterizado Partido Republicano. O neo-conservadorismo que transformou a direita americana numa estranha caricatura é anti-europeu de raiz, liberal nas origens e sionista nos objectivos, advoga aliás claramente uma supremacia norte-americana sobre o mundo e a Europa em particular e a utilização dos europeus ao serviço dos interesses globais dos EUA e de Israel. Os factos não deixam margem para dúvidas. É preciso que o paleo-conservadorismo americano, que é nacionalista, defensor de uma identidade matricial europeia dos EUA, contra o poder monopolista das grandes corporações e anti-globalista, consiga reabilitar-se e reconquistar o seu espaço, essa luta é imperiosa para o futuro da própria Europa e da verdadeira civilização ocidental, porque é aí que se encontram os aliados naturais do Velho Continente.

17 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Excelente artigo, bem escrito e melhor fundamentado. Só não vê quem não quer. Só não concordo com a parte final relativa aos "paleo-conservadores". Quanto a mim, o futuro dessa "facção" está mais perto da extinção do que outra coisa qualquer.

NC

9:15 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Uma palavra:brilhante!Concordo com o NC, só não v~e quem não quer.

9:20 da tarde  
Blogger JMTeles da Silva disse...

Obrigado por me ter linkado.

9:18 da manhã  
Blogger vs disse...

Há muita influência judaica nos EUA?
Pois há. É óbvio.

"...claras influências da filosofia de Maquiavel e Platão..."

Até os neo-conservadores têm uma base ideológica de origem europeia, como está a ver. :)

Curiosamente, não vejo ninguem incomodado pelo facto de os países árabes (muçulmanos) se estarem a apoderar (recorrendo a diversos meios) do sistema financeiro e bancário mundial.
Os judeus não podem.
Os ricaços (ou coitadinhos, como também lhes chamam) muçulmanos parece que podem fazer tudo (até o pino) e ninguém se chateia.
Critérios...

Ó Rebatet, a culpa da situação que analisa é, sobretudo, dos dirigentes europeus.
Se o Rebatet fosse americano, tem que admitir que olharia (no mínimo) com bastante desconfiança (enfemismo) para esta Europa e estes dirigentes europeus.
A imagem que projecto situa-se entre a a inépcia paralisante e uma estupidez quase cómica.
Estas posições dos noe-conservadores têm muito a ver com a observação que eles fazem da actual Europa.
No fundo, não os posso censurar.

Quanto ao tal de 'neo-liberalismo' (!) este não passa de em 'espantalho' agitado para assustar as criancinhas.
Se chove...a culpa é do neo-liberalismo.
Se não chove...a culpa é do neo-liberalismo.
Se o SLB perde...a culpa é do neo-liberalismo.
Enfim...
No entanto, a realidade desmistifica esta 'montagem' assutadora que se faz do liberalismo económico.
Os países europeus que seguiram políticas mais liberais são os que, neste momento, estão em melhores condições.
Os que ainda não o fizeram...estão à rasca para o fazer.
É o que se passa nas Alemanhas, nas Franças e, sobretudo, em Portugal.
A Europa em dificuldades é a Europa que ainda está na fase da correcção da rota.
Escrevo com total tranquilidade, pois tenho (eu e muuuuitos outros,cada vez mais, felizmente) a fortíssima convicção de que o caminho mais certo é esse.

A situação calamitosa a que chegou o déficit português é sintomático. Agora, vamos pagar todos.
São os resultados da merda das políticas 'socializantes'. É isto: empobrecimento gradual e inexorável até ao ponto de ruptura, gerado pela inépcia e desajustamento dessas políticas.
Um país como Portugal, por exemplo, não tem capacidade para sustentar um Estado gigantesco como o que temos.
O Estado (o FDP) está em todo o lado. E , para cúmulo, é de má qualidade.

Os EUA não devem estar muito preocupados com o neo-liberalismo.
Não são eles que andam a fazer reformas noum 'sentido' europeu. É a Europa que anda a fazer reformas no 'sentido' ameircano, pois já se vê a hecatombe se nada for feito.
As análises económicas justas são as comparadas, e não as vistas isoladamente. Ora podemos ver que:

- Ao contrário do que o berreiro gauchiste diz por cá, a pobreza nos EUA é, comparativamente, mais baixa que na UE.
Continuo a ver europeus a irem para lá. Não vejo muitos americanos a vir para cá 'vergar a mola'.
Chame-lhe burros, chame....
Vergar a mola por vergar a mola...antes lá que cá.

-A natalidade é lá mais elevada (em todos os extractos étnicos) o que, num país industrializado, é muito significativo.
Tomara a Europa estar em crescimento demográfico.

Tudo isto apenas para lhe dizer que quem me parece que está no erro somos nós. É necessário fazer ajustamentos.
E mais grave que errar, é preserverar no erro.

1:15 da tarde  
Blogger Caturo disse...

O neo-liberalismo tem «cara» de quem vai agravar os fossos sócio-económicos e destruir os direitos dos trabalhadores, submetendo-os a patrões cada vez mais exigentes.

Buíça, volto a perguntar: os sistemas social-democratas escandinavos deram mau resultado?
O peso do Estado é muito grande nessas paragens.
Nunca me respondeu a isto.

Quanto ao resto, é verdade que só os Judeus e os Anglo-saxónicos estão dispostos a pegar em armas a sério contra a crescente arrogância da Moirama. E, sendo assim, os Americanos só têm podido contar com o apoio da velha Albion e do povo da Magen David. Não se pode censurá-los nesse aspecto, esta luta é de sobrevivência.

6:09 da tarde  
Blogger Rodrigo N.P. disse...

Este post não deve ser entendido tanto como uma crítica ao neo-liberalismo mas antes como uma demonstração da interligação entre o despontar do fenómeno neo-liberal e o surgimento do neo-conservadorismo e as ligações desta corrente política ao lobby judeu americano.

A questão é a seguinte, o neo-liberalismo está directamente ligado ao advento da globalização em todos os seus aspectos, inclusive humanos. No que toca aos aspectos económicos a globalizalção tem provocado um aumento do fosso entre ricos e pobres não só no interior dos países como entre estes. É verdade que a social-democracia escandinava apresentou melhores resultados sócio-economicos que o liberalismo, é indiscutível, sucede que o modelo escandinavo entrou, de certa forma, em colapso parcial, o que obrigou esses países a liberalizarem parte da economia, porém não deixa de ser verdade que os países mais acerrimamente liberais, como a Inglaterra no caso europeu, têm em contrapartida apresentado um maior «gap» de rendimentos entre os mais favorecidos e os menos. Aliás, há pouco mais de 5 anos a Inglaterra tinha mais gente abaixo do limiar de pobreza que Portugal, o que atendendo ao nível de riqueza do país não deixa de ser incrível. É certo que ser pobre em Inglaterra não é o mesmo que ser pobre em Portugal mas ainda assim não deixa de ser espantosa a desigualdade de rendimentos verificada no mundo anglo-saxónico.

Enquanto na Escandinávia o problema era a sustentabilidade do modelo social altamente proteccionista, no Reino Unido, com modelos de protecção social residuais e um liberalismo acentuado, a pobreza e a desigualdade atingiram valores elevadíssimos, e para combater esse problema o Estado passou a subsidiar os salários mais baixos, o que não impediu que os índices de desigualdade nesse país se continuassem a situar entre os mais elevados da Europa. A questão é por isso mais complexa do que parece. Existem prós e contras em todos os modelos. Numa coisa porém o Caturo tem toda a razão, o neo-liberalismo tem levado à progressiva quebra dos laços sociais e da estabilidade laboral, e isto não é uma questão de somenos importância, porque as pessoas não são máquinas ao serviço da produtividade de empresas que podem simplesmente ser usadas e deitadas fora.

Quanto à questão da necessidade de aliança que os EUA têm com Israel face à fraqueza ou incapacidade de actuação da Europa actualmente; é importante não esquecer que se essa incapacidade e essa fragilidade europeia dominam hoje o nosso continente isso deve-se bastante à própria acção culpabilizante dos EUA e sobretudo dos judeus sobre a Europa desde o fim da 2º Guerra. É um círculo vicioso, tem sido o lobby judeu uma das principais forças no amordaçar e no enfraquecer da Europa, muito por via da acção dos próprios Estados Unidos e depois argumentam que a Europa não está disposta a agir ou que revela fraqueza decisória quando são eles próprios grandes responsáveis por essa fraqueza.

O que me interessa expor aqui é a ligação que me parece clamorosa entre o neo-conservadorismo que controla actualmente a direita americana e o sionismo anti-europeu. Existe uma direita americana que se opõe ao controlo do poder político por parte das grandes corporações e que se opõe ao controlo judaico do seu país e defende o estreitar de relações com a Europa. Essa direita pode ser uma facção cada vez menor, como afirma o NC, mas ainda existe, e é prova de que seria essa a América com a qual a Europa poderia verdadeiramente contar.

6:58 da tarde  
Blogger vs disse...

"... isso deve-se bastante à própria acção culpabilizante dos EUA e sobretudo dos judeus sobre a Europa desde o fim da 2º Guerra."

Não vejo porquê. E 'atirar' culpas próprias para terceiros não é um bom princípio.
O Rebatet já se esqueceu do Plano Marschall?
Da ponte aére sobre Berlim?
Já se esqueceu da 'Guerra Fria'?
E não, não adianta vir com a 'história' de que quem alimentou a URSS foram os Aliados.
Não.
Quem primeiro andou aos 'beijinhos' e 'abraços' e a assinar PACTOS com a URSS foi a Alemanha nazi. Posteriormente, a Alemanha, cega pela megalomania, emprendeu esse épico desastre militar e estratégico designado 'Operação Barbarossa'.
Bastava olhar para o mapa e para o que tinha acontecido a Bonaparte mias de um século antes. mas não, não sossegaram enquanto não precipitaram a URSS para o conflito. URSS essa que não tinha nenhuma intenção de entrar no conflito, podendo-se confirmar isso pelo facto de os soviéticos terem sido apanhados de 'calças na mão'. quem está com intenções de participar num conflito daqueles não estarian NUNCA naquele estado de impreparação.
Os EUA não têm culpabilizado a Europa...a Europa é que se dedicou ao mais desvairado 'panhonhismo' e pacifismo radical, com os resultados que se vêem.
Mesmo no caso de Israel a vracidade do que diz pode ser posta em causa.
Se as relações fossem assim tão más não tinham ido para lá os franceses montar o complexo de Dimona.
Já agora, caso não saibam, a Bundesrepublik é o SEGUNDO maior fornecedor de armamento a Israel.
Ironia da História, se Israel hoje tem submarinos nucleares com capacidade de çançamento de mísseis intercontinentais....deve-o a Berlim.

"... a desigualdade..."

Fico surpreendido por ver o Rebatet 'preso' ao 'disparate' igualitário.
Daqui a nada vão estar a defender as teorias do 'bon sauvage', de que somos 'todos iguais' e outras coisas do género.
Estou surpreso.

Somos todos diferentes. Muito diferentes, como diz o BOS.
Sempre haverá ricos e pobres, os que mandam e os que obedecem, favorecidos e desfavorecidos, etc, etc...
Isto acontece naturalmente. A hierarquização das sociedades é natural e espontânea. A igualdade é um mito. E, ainda por cima, um mito perigoso, inútil, indesejável e que provocou milhões de vítimas.

"A critica ao liberalimo economico levar-me-ia a um texto que seria melhor caber num livro."

Então faça-a Miazuria mas, antes, deve ter em conta o seguinte:

-o liberalismo é talvez a única ideologia que não pensa em implantar o 'paraíso terrestre' nem a sociedade 'ideal'.
A imperfeição e os desequilíbrios são naturais, logo...
-Antes de o fazer leia Darwin e não Rousseau

"Os Estados Unidos, a longo prazo, tem os dias contados..."

Como todos nós. :)
Está muito 'keynesiano' hoje...até no vocabulário ;)
Isto fz-me lembrar a conversa que se ouve há décadas sobre a eminente ruína do capitalismo do EUA e outras coisas.
No entanto foram os seus adversários cheios de 'cagança', a começar pela 'poderosa' URSS que ruíram num abrir e fechar de olhos.
Foi um ar que se lhes deu, coitados....
Mas, se os EUA estão 'screwed' no 'long term', we (Europe) are fucked up in the short term if we don't change our politics.
Got that?! :)

"O nosso amigo Buica conhecera os numeros do defice americano??"

Conheço sim senhor.
O actual deficit americano é provocado pelas COLOSSAIS despesas bélicas da actual administração.
Não +e demais recordar que Bush herdou finanças equilibrads da administração Clinton...em superavit, note-se.
Não fossem toda esta parafernália de guerras e estariam sem deficit.

Mas os EUE nem sequer são...a bem dizer...um país neo-liberal.
Têm um liberalismo, mas nem sequer é tão exacerbado como querem fazer crer aqui alguns na Europa.

Ainda sobre o neo-liberalismo:

O Miazuria e o Rebatet saberão, por exemplo, que Santiago do Chile é a única capital da América do Sul que não tem favelas?
Porque será?!
Santiago, aliás, é uma cidade que faz 'corar' de inveja muita cidade da Europa....
Mas vosselências, que deram em políticamente correctos (eheheheh), também devem ser dos que se demarcam do governo de Pinochet e da Junta Militar :)

2:59 da manhã  
Blogger Rodrigo N.P. disse...

Não, não me esqueci de nada disso, bem como não esqueci os objectivos por detrás do plano Marshall, também não esqueci os bombardeamentos de Dresden ou a forma como foram abandonados pelos americanos para chacina às mãos do exército vermelho os soldados alemães que depois de perdida a guerra se encontravam ainda em luta na frente oriental procurando escapar aos comunistas. Não esqueci também os largos milhares de alemães mortos em campos de prisioneiros americanos, que ao que parece já nessa altura faziam a sua muito própria e selectiva interpretação de quem mereceria direitos humanos…Não me esqueci de nada disso, em suma, lembro-me bem da hipocrisia histórica dos EUA bem patente aliás na forma como distorcem a história da 2º Guerra ou para o efeito de tantos outros acontecimentos. Mas a culpabilização a que me refiro nem sequer tem algo a ver com isso, é uma propaganda incessante que incide sobre a Europa e a Alemanha em particular e que leva a episódios tão tristes e patéticos como os que sucederam recentemente nas marchas de homenagem aos soldados alemães caídos em combate ou às vitimas dos tais bombardeamento aliados. O facto da Alemanha ser um dos grandes fornecedores de armamento do Estado Israelita mais não faz que confirmar a excelência dessa propaganda culpabilizante, os alemães não conseguem libertar-se desse peso e tentam a todo o custo agradar a quem os aprisiona. Mas enfim, isso são contas de outro rosário…

Buiça eu não estou a preso ao disparate igualitário, longe disso, mas não confunda a desigualdade natural e desejável numa sociedade hierarquizada pelo mérito, essa desigualdade que é fruto de uma lógica de justiça, com a desigualdade brutal criada por um sistema selvagem que não tem sensibilidade social e não tem a preocupação de criar oportunidades de progressão para quem nasce menos privilegiado, antes tem tendência para ser cega a essas desvantagens de partida e submeter a uma lógica de mera produtividade seres humanos que não podem ser olhados apenas como factores de produção. Uma sociedade não se compadece com níveis de desigualdade gritantes que não espelham méritos mas antes privilégios, e mais, uma sociedade será tanto mais coesa quanto menor for a injustiça social. Não se trata de forçar nivelamentos, também sou contra isso, mas de compreender que o laço social é importante para uma existência comunitária plena, sem submissão ao igualitarismo, naturalmente.

Cumprimentos :)

10:37 da tarde  
Blogger vs disse...

"o Liberalismo nao pensa em criar uma sociedade ideal??
Deve estar a brincar!"

Não. Não estou. :)
Entendendo este 'ideial' como uma sociedade 'perfeita'.
É a isso que me refiro: não pretende instaurar o 'paraíso terrestre', como o pretenderam 'outros', com os resultados que se conhecem.

"Voce estabelece uma confusao entre "liberalismo" politico..."

Não, Miazuria, não faço.
Pode existir Liberalismo Político sem existir Liberalismo Económico.
A situação oposta também acontece.
O que se passa é que, por vezes (não muitas) os dois Liberalismos convergem e ocorrem no mesmo país no mesmo espaço temporal.
Esta convergência é, em abono da verdade, bastante rara. Se é que alguma vez aconteceu de facto....se exceptuarmos certos momentos das gestões de Reagan e Tatcher mas, mesmo aí, é duvidoso que tenha havido plena convergência.

"Quem e que lhe disse que Santiago do Chile nao tem "ranchitos"(bairros da lata)?"

Aquilo que eu disse é que não tem...quando comparado com as outras capitais daquele continente.
Os 'ranchitos', como lhe chama, são mesmo assim raros e a sua realidade está bem longe das favelas do Brasil ou dos 'tugúrios' de Bogotá ou Medelin.Bem longe mesmo.

Quem terá mais 'ranchitos'?
Lisboa ou Santiago? :)
Olhe que...........

Santiago tem muita poluição?
Pudera!!!
Com uma situação geográfica daquelas (elevada altitude, cercada pelos Andes) e com um clima com aquelas características.....
Espero que não esteja a sugerir que a culpa da poluição é de Don Augusto Pinochet Ugarte :)

Aproveito para lhe recordar que o Chile, a Argentina e o Uruguay são hojem edia talvez mais europeus que muitos países da Europa. Até porque têm maior percentagem de europeus :))
Buenos Aires, Montevideo ou Santiago são cidades mais...'europeias' que Lisboa, Londres ou Paris..(eheheheh) acho que me estão a perceber :)
E, convenhamos, os descendentes do Incas e dos Moches não se comparam sequer aos pre....... :)

"Deixe a populacao nao-europeia atingir os 40%. 50% da populacao e nao ha nenhum "liberalismo"que resista."

Então ainda vai demorar quase um século....
Vamos ter que os 'aturar' ainda tanto tempo?!?!? :)
NADA dura para sempre...nem o poderio dos EUA.
OS EUA vão entrar em lento declínio e entropia, não pelas razão que apresenta, mas por simples e natural EROSÃO E EXAUSTÃO de recursos.
Nem as estrelas brilham para sempre.
Quanto mais brilham mais energia consomem...até que se tornam 'sombras' do que foram e se extinguem.
É a vida: todos os Impérios caíram.
Tudo morre um dia.

"O defice explica-se por variadissimos motivos..."

Sim, mas neste momento, sem as 'guerrinhas', estariam em superavit, até porque houve contracção da despesa do Estado americano, p.ex., em despesas sociais.

Depois vem o Rebatet (caramba, vocês são muitos....ninguem me dá uma 'mãozinha'?!??...porra, tenho que me desdobrar, pareço o Nuno Rogeiro :) ).

O Rebatet desanca e dá marretada a torto e a direito nos 'cowboys'.
E faz muito bem.
Mas nada do que apresenta é facto novo.
A realidade dos factos (que alguns desgnam por 'Verdade') sobre a 2ª Grande Guerra situa-se algures a meio caminho entre os que se prostram incondicionalmente perante os Aliados e os que fazem a 'lavagem' e o panegírico da nação dirigida pelo pintor-autríaco-que-negociava-peças-de-arte-com-os-judeus-durante-a-guerra. :)

Para sermos JUSTOS, aquilo que o Rebatet critica nos EUA tem sido a prática comum de todos os Estados ao longo de tida a História; hipocrisia e interesses.
Podíamos começar pelos EUA, a URSS e a Alemanha Nazi....para não falarmos da 'pérfida' Albion ou da França jacobina.
Aliás, Maquiavel não inventou nada, limitou-se a constatar e a, digamos, sistematizar algo que é tão antigo como a própria noção de Estado.


"... mas antes privilégios..."

Aqui não lhe posso 'fazer' nada.
Sou dos muitos que, após reflexão e estudo, chegou já à conclusão de que TODAS as formas de governo e TODOS os regimes políticos (e não só) tendem inexorávelmente (sooner or later) para Oligarquia e Plutocracia.
É o que se tem visto....e já lá vão mais de 6 mil anos de 'Civilização'.

"... os alemães não conseguem libertar-se desse peso..."

Do que os teutões não se têm conseguido 'libertar' (coitados, vejam só) é da copiosa chuva de milhões de dólares que Israel paga à indústria bélica da Alemanha e que, par consequence,entra também nos cofres da Chancelaria de Berlim.

Alguém falou em DINHEIRO*?!?!??!?!?

*massa, arame, pilim, nota, graveto.....
;)


Cumprimentos :)

2:19 da manhã  
Blogger Rodrigo N.P. disse...

«Do que os teutões não se têm conseguido 'libertar' (coitados, vejam só) é da copiosa chuva de milhões de dólares que Israel paga à indústria bélica da Alemanha e que, par consequence,entra também nos cofres da Chancelaria de Berlim.»

Pois, é bem verdade o que diz, e sublinho a palavra "dólares" porque de facto grande parte dessas aquisições são financiadas pelo congresso americano.Mas mesmo descartando este facto é interessante notar que as aquisições de armamento à Alemanha por parte de Israel se fazem com condições especiais e que a Alemanha é o segundo maior dador de ajuda financeira a Israel, mesmo sem contabilizar as tais indemnizações de guerra,muito em especial para os sectores de invetigação.

Não se pode dizer que os israelitas sejam burros, pagam aos outros com o que os outros lhes dão.Sempre foram grandes negociantes estes israelitas...

Bom, seja como for, deixe-me dizer que nada me move em particular contra os judeus nem tenho grande simpatia pelo pintor austríaco, e é verdade que a hipocrisia não é exclusiva dos americanos.

«Aproveito para lhe recordar que o Chile, a Argentina e o Uruguay são hojem edia talvez mais europeus que muitos países da Europa. Até porque têm maior percentagem de europeus :))
Buenos Aires, Montevideo ou Santiago são cidades mais...'europeias' que Lisboa, Londres ou Paris..»

Exacto, veja bem ao que chegámos.

3:33 da manhã  
Blogger Rodrigo N.P. disse...

ps:Você não precisa de ajuda, estou mesmo convencido que é o Nuno Rogeiro usando pseudónimo :P

3:44 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

«O actual deficit americano é provocado pelas COLOSSAIS despesas bélicas da actual administração.
Não +e demais recordar que Bush herdou finanças equilibrads da administração Clinton...em superavit, note-se.
Não fossem toda esta parafernália de guerras e estariam sem deficit.»

Realmente, então o "socialista" Clinton é que tinha razão. De resto, se o tal défice se deve às despesas com a guerra, e portanto sem guerra não havia défice, não compreendo como é que os EUA não perceberam isso. Buiça a presidente!

8:20 da tarde  
Blogger vs disse...

"De resto, se o tal défice se deve às despesas com a guerra, e portanto sem guerra não havia défice, não compreendo como é que os EUA não perceberam isso."

É claro que a administração americana PERCEBE ISSO. E bem.
Só que se está perfeitamente A CAGAR p'ró assunto.
Ao contrário do que se passa pela Europa dos políticos 'abichanados', nos EUA há mais vida para além do défice, coisa que deste lado do Atlântico parece ser impossível de imaginar.
E há objectivos (capicce?) mais importantes a conseguir...nem que f*dam dinheiro a rodos e façam o pino.
Percebe, ó Anónimo?!?!?
Ou também é dos que já só pensam no déficit?!


"Buiça a presidente"

Eis uma esplêndida ideia. :)


Nota: não. não sou o Nuno Rogeiro.
Nelson Buiça é o pseudónimo de....Nelson Buiça.
Mas não me importava nada de ganhar a vida a mandar bitaites, como o Rogeiro :)

1:06 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

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1:18 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

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12:20 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

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8:58 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

É preciso distinguir com cuidado: a) o antissemitismo, que representa o preconceito racista, cultural e religioso contra qualquer pessoa de ascendência judaica; b) o antissionismo, que é uma crítica social e política ao sistema política israelense e à manipulação da memória do Holocausto. O problema principal é o critério para distinguir um do outro. Muitas vezes, nos deparamos com lágrimas de crocodilo sobre as vítimas do genocídio judaico nas mãos dos nazistas, ou da ditadura militar imposta pelo governo israelense-sionista aos árabes palestinos. Porém, há uma diferença clara em algumas coisas. Quando alguém se apóia em fatos comprovados sobre a violação de direitos humanos em Israel, e critica este país da mesma forma que critica a Arábia Saudita, os Estados Unidos, o Brasil ou a China, não podemos acusar essa pessoa de antissemita. Quando nos deparamos com alguém falando de "conspirações judaicas" (como o "complô judaico-bolchevique mundial", ou a sua versão mais recente, o "lobbie judaico", como se Chomsky, por ser de origem judaica, estivesse representado em um lobbie de especuladores financeiros), manipulando aquele estereótipo do "banqueiro judeu narigudo", que age como Pink e Cérebro, tentando dominar o mundo, não há dúvida: trata-se de um racista antissemita, ruminando preconceitos propagandeados pelas piores forças políticas da história humana, como a Inquisição, o Czarismo e o Nazifascismo.

7:41 da tarde  

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