Heranças e irresponsabilidades da nossa classe política
«Escrevo estas linhas com preocupação por sentir que o futuro económico do nosso país se encontra ameaçado. Como é sabido a comissão Constâncio anunciou há dias que o défice orçamental português para o ano de 2005 se cifrará nos 6,8%, sendo a factura como sempre endereçada a quem menos responsabilidades tem no cartório, o contribuinte honesto que não se exime da sua obrigação cívica de pagar impostos.
O que assistimos hoje em dia não é mais que uma consequência do logro colossal que constituiu a última das fases de integração desta “Europa unida”, configurada na adopção da mesma unidade monetária por todos os estados-membros.
A raiz do problema provém de há longas décadas, quando as sucessivas legislaturas não conseguiram estruturar o aparelho estatal de modo a que este tivesse um financiamento equilibrado. Houvessem derrapagens e estas eram corrigidas com o legítimo recurso às políticas monetárias e cambiais, nomeadamente através das “desvalorizações competitivas”.
Acontece que autonomia na definição das políticas económicas é coisa que pertence ao passado, estrangulados por um pacto “castrador” daquela que deveria ser a função económica do estado por excelência, ou seja a definição de políticas destinadas a melhorar as condições de vida dos cidadãos, somos forçados a sofrer na pele as consequências da adopção de políticas fiscais e monetárias conjuntas que apenas servem os interesses de uma minoria de nações europeias. Se não estávamos estruturalmente preparados para o caminho da moeda única não deveríamos ter avançado para esse passo, hipotecando assim irresponsavelmente o futuro mais próximo.
Enquanto não tomarmos consciência desta realidade, não abandonaremos o discurso das heranças, argumento usado por uma classe política medíocre que tenta mascarar a verdadeira realidade, a verdadeira herança é um legado dos arquitectos desta Europa monetária, que se afigura longe do “oásis” em que nos quiseram fazer acreditar.»
Miguel A. Silva
O que assistimos hoje em dia não é mais que uma consequência do logro colossal que constituiu a última das fases de integração desta “Europa unida”, configurada na adopção da mesma unidade monetária por todos os estados-membros.
A raiz do problema provém de há longas décadas, quando as sucessivas legislaturas não conseguiram estruturar o aparelho estatal de modo a que este tivesse um financiamento equilibrado. Houvessem derrapagens e estas eram corrigidas com o legítimo recurso às políticas monetárias e cambiais, nomeadamente através das “desvalorizações competitivas”.
Acontece que autonomia na definição das políticas económicas é coisa que pertence ao passado, estrangulados por um pacto “castrador” daquela que deveria ser a função económica do estado por excelência, ou seja a definição de políticas destinadas a melhorar as condições de vida dos cidadãos, somos forçados a sofrer na pele as consequências da adopção de políticas fiscais e monetárias conjuntas que apenas servem os interesses de uma minoria de nações europeias. Se não estávamos estruturalmente preparados para o caminho da moeda única não deveríamos ter avançado para esse passo, hipotecando assim irresponsavelmente o futuro mais próximo.
Enquanto não tomarmos consciência desta realidade, não abandonaremos o discurso das heranças, argumento usado por uma classe política medíocre que tenta mascarar a verdadeira realidade, a verdadeira herança é um legado dos arquitectos desta Europa monetária, que se afigura longe do “oásis” em que nos quiseram fazer acreditar.»
Miguel A. Silva
4 Comentários:
Concordo e vou mais longe, esta construção europeia tem servido para esconder a incompetência dos sucessivos governos PS e PSD, não fosse o dinheiro comunitário e nem auto-estradas teriamos para amostra.Os democratas de pacotilha do PS e PSD precisam da Europa para esconder a sua ruinosa governação.Obviamente que o Euro não reflecte a realidade da economia portuguesa mas o pior é que já ninguém sabe como sair deste buraco.Volta Salazar que estás perdoado.
"A raiz do problema provém de há longas décadas, quando as sucessivas legislaturas não conseguiram estruturar o aparelho estatal de modo a que este tivesse um financiamento equilibrado."
ORA NEM MAIS!
Longíssimas décadas, acrescento. Talvez séculos.
Mais: já se torna necessário um violento recuo no tempo para prescrutarmos a última governença de jeito que esta 'coisa' teve.
Eis-nos em 2005.
Falhámos como social-democracia.
Falhámos como Estado liberal.
É isso!
Nem conseguimos ser uma coisa, nem outra.
Nem carne, nem peixe. Uma desilusão completa.
Enfim, uma merda...
Um texto claro como água.
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