O amigo americano
A secretária de estado norte-americana Condoleezza Rice deslocou-se a Nova Deli, onde garantiu ao primeiro-ministro Indiano que o novo objectivo de política externa norte-americana é ajudar a Índia a tornar-se uma potência mundial neste século que chegou. É sabido de há muito que os novos poderes emergentes no século XXI estão na Ásia, é ali que se está a jogar o futuro geopolítico do planeta e é portanto dali que sairá o novo equilíbrio de poderes mundial.
É patente que a China despertou e os EUA têm plena consciência disto, é, aliás, em face disso, que se devem entender os cenários estratégicos projectados pela CIA que dão a China como o próximo pólo do contra-poder americano. A forma como a China está a projectar-se na cena comercial internacional e a forma como estabeleceu uma estratégia de intervenção no Continente africano, sob a forma de actividades de cooperação, que no entanto se concentram nas áreas onde existem campos de petróleo, não deixa margens para dúvidas quanto à assunção da vontade de deter um novo estatuto internacional. Mas a China sabe também, tal como os EUA, que é na Ásia que se definirá a nova ordem internacional, e isto assume particular importância para os chineses pois essa é a sua zona de influência e nenhum país pode aspirar a ser uma super-potência sem deter antes uma hegemonia ou um claro domínio regional.
É na leitura clara deste cenário que os americanos iniciam já a defesa do seu estatuto de hegemonia mundial; a estratégia é clara, é antiga, conhecida e de eficácia comprovada, é a célebre máxima “dividir para reinar”.Ninguém como os americanos se especializou neste ardil, eles fazem-no com uma habilidade quase artística, frequentemente sob a ideia da defesa da democracia, das liberdades e dos direitos humanos, a coisa é feita com tal aptidão que conseguem inclusive ter gente de pé, aclamando e pedindo “bis” mesmo quando são os países destes fervorosos entusiastas as maiores vítimas da artimanha americana.
É neste quadro que se deve ler a posição americana de apoiar o surgimento da Índia como potência mundial, o objectivo é controlar o potencial de crescimento e fortalecimento da China. Ao criar um adversário regional desse país, os EUA sabem que estão a impedir a plena emergência de uma força que se lhes oponha em plano de igualdade e sobretudo numa região do globo que marcará decisivamente a balança do poder internacional, pois como anteriormente referi, nenhum bloco pode ter veleidades de dominação sem ter a sua região directa de influência controlada.
Repare-se no requinte da nova estratégia americana, um autêntico “dois em um”; sabendo da relação delicada e do equilíbrio precário existente entre a Índia e o Paquistão, aliado actual dos EUA, Washington sabe também que o apoio recentemente declarado à Índia poderia causar mal-estar nas suas relações com o Paquistão, o que fazer então? Aparentemente usar em proveito próprio o jogo da disseminação do poder. Para apaziguar os paquistaneses, os americanos, gentilmente, estabeleceram com o Paquistão um acordo de venda de aviões de guerra F-16 cuja transacção estava proibida desde 1990 por causa do programa nuclear em curso naquele país muçulmano, mas ao mesmo tempo, os EUA anunciam que as companhias norte-americanas irão providenciar à Índia a nova geração de aviões de combate multi-facetados que estão a desenvolver. Digam lá se não é genial (diria até hilariante), ao mesmo tempo que minam a capacidade da China se impor na região, vendem armamento aos históricos inimigos Índia e Paquistão conseguindo desta forma o objectivo de manietar a China, fortalecer a Índia controladamente ( pelo auxílio ao Paquistão) e ainda conseguem consolidar a sua economia interna pelo reforço dos lucros da sua indústria de armamento, um dos grandes motores, senão o principal, do desenvolvimento tecnológico e crescimento económico americano.
A este propósito, note-se que esta indústria de guerra é um factor decisivo na economia americana e a sua promiscuidade com o poder político é tradicional nos EUA( tanto como a relação entre as petrolíferas e o mesmo poder político), é também em nome das necessidades desta indústria que os Estados Unidos começaram a travar desde há muito as suas guerras em nome da liberdade e da democracia, guerras que têm deixado um rastro de chacinas e atrocidades sem que alguma vez os seus responsáveis tenham sido levados a qualquer tribunal internacional, ao contrário do que gostam de fazer com os países que se lhes opõem ou aos seus interesses. Não deixa de ser irónico que os paladinos da liberdade se aventurem nas mais diversas guerras, muitas vezes alegando a violação do direito internacional, quando são eles e os seus aliados israelitas os maiores transgressores do direito e acordos internacionais.
Ainda no seguimento da estratégia de fortalecimento do poderio indiano parece estar na forja a transferência de reactores nucleares para a índia, o que deixa antever que a revisão do tratado de proliferação nuclear será efectuado uma vez mais em função dos interesses específicos da América, que põe e dispõe destes acordos em relação directa com os seus interesses exclusivos.
No meio de tudo isto não se vê qualquer posição ou definição política por parte da Europa. Não é por acaso; a Europa está dividida e mais uma vez os EUA fizeram o trabalho bem feito, alargaram a sua influência aos países de Leste, desejosos de sair da esfera de acção da Rússia e que agora dentro da UE se juntam ao já antigo aliado britânico.Com isto conseguiram isolar a Rússia e afastá-la da Europa, um afastamento que havia sido iniciado com a promoção da guerra da Jugoslávia. As feridas causadas pela divisão europeia no que respeitou à guerra no Iraque também deixaram marcas e puseram fragilidades em evidência, e o “forcing” americano para a entrada da Turquia na UE será o golpe final, aquele que muito provavelmente destruirá qualquer possibilidade de coesão europeia, representará a balcanização completa da Europa e antecederá a muito provável entrada de Israel na construção europeia( se até lá esta não se desmantelar)…
A falta de coesão da Europa é o grande factor de indefinição de uma política que permita aos europeus assumirem-se como contra-poder em situação de igualdade com os Estados Unidos. Dentro da Europa, alguns países, pretensamente receosos do poder do eixo franco-germânico_ alguns alegando o seu passado de potência marítima ou não continental_ parecem no entanto não se importar em estarem subjugados ao poder americano. Não entendem, talvez, que numa Europa coesa o seu papel de potência marítima assumiria crescente importância na medida em que permitisse deter uma posição estratégica de ligação entre uma Europa forte e o continente americano, uma relação que então seria baseada no equilíbrio de poder e por isso muito mais importante que uma actual posição atlântica estratégica numa Europa que não conta na cena internacional, para quem os EUA olham como uma ferramenta útil na prossecução dos seus objectivos hegemónicos particulares.
Portugal é um destes casos singulares, aqui direitas e esquerdas, traumatizadas ainda pelos resquícios da guerra-fria, não conseguem libertar-se de uma posição tradicional face aos EUA, a esquerda ressabiada pelo papel que os americanos tiveram na queda do marxismo, e a direita eternamente grata pelo serviço. Se à esquerda esta figura serve na perfeição, até porque a mim a esquerda não me interessa, já seria tempo da direita portuguesa entender que uma Europa coesa, uma “Europa-Potência”, serviria a nossa posição atlântica. Porque ao nivelar a relação com os EUA para um plano de igualdade, que é o único plano em que se pode verdadeiramente falar em aliados, equilibraria o actual papel de ligação predominante e essencial da Inglaterra ao atlântico e à América anglófona, já que faria subir a importância da ligação à América Latina onde nós teríamos uma outra capacidade de intervenção; capacidade que jamais teremos com os EUA. Por outro lado, se a Europa surgisse perante os EUA como um parceiro igual, os americanos seriam forçados a dialogar verdadeiramente com a Europa, a negociar, com cedências mútuas, não seria certamente a Europa encarada como um parceiro subserviente que dá jeito para mandar uns contingentes militares de cada vez que os Estados Unidos decidem entrar em conflito, ajudando na tarefa de redução do défice americano. Isto é que não pode ser tolerado, isto não é a desejada definição de aliança, não existem neste cenário aliados mas antes um líder americano e os seus seguidores europeus.
Neste momento em que se joga o futuro equilíbrio mundial na Ásia, os EUA tomam uma posição clara e agressiva, têm uma estratégia definida e sabem como a implementar, entretanto esta Europa, dividida e fraca, não tem qualquer estratagema de intervenção na Ásia, não sabe o que fazer nem como se posicionar perante a China, que papel tomar neste quadro político, a quem se juntar, não sabe se há-de vender armamento à China ou não, não sabe se há-de ajudar à emergência dessa potência chinesa ou se há-de estreitar os laços com a Índia para contra-balancear o poderio chinês, e como não sabe os EUA já tomaram a dianteira no processo. Mais grave se afigura a questão se pensarmos que a Ásia tem com a Europa uma proximidade física e portanto um forte impacto estratégico. Decididamente entramos no século XXI como saímos do século XX, a perder…
É patente que a China despertou e os EUA têm plena consciência disto, é, aliás, em face disso, que se devem entender os cenários estratégicos projectados pela CIA que dão a China como o próximo pólo do contra-poder americano. A forma como a China está a projectar-se na cena comercial internacional e a forma como estabeleceu uma estratégia de intervenção no Continente africano, sob a forma de actividades de cooperação, que no entanto se concentram nas áreas onde existem campos de petróleo, não deixa margens para dúvidas quanto à assunção da vontade de deter um novo estatuto internacional. Mas a China sabe também, tal como os EUA, que é na Ásia que se definirá a nova ordem internacional, e isto assume particular importância para os chineses pois essa é a sua zona de influência e nenhum país pode aspirar a ser uma super-potência sem deter antes uma hegemonia ou um claro domínio regional.
É na leitura clara deste cenário que os americanos iniciam já a defesa do seu estatuto de hegemonia mundial; a estratégia é clara, é antiga, conhecida e de eficácia comprovada, é a célebre máxima “dividir para reinar”.Ninguém como os americanos se especializou neste ardil, eles fazem-no com uma habilidade quase artística, frequentemente sob a ideia da defesa da democracia, das liberdades e dos direitos humanos, a coisa é feita com tal aptidão que conseguem inclusive ter gente de pé, aclamando e pedindo “bis” mesmo quando são os países destes fervorosos entusiastas as maiores vítimas da artimanha americana.
É neste quadro que se deve ler a posição americana de apoiar o surgimento da Índia como potência mundial, o objectivo é controlar o potencial de crescimento e fortalecimento da China. Ao criar um adversário regional desse país, os EUA sabem que estão a impedir a plena emergência de uma força que se lhes oponha em plano de igualdade e sobretudo numa região do globo que marcará decisivamente a balança do poder internacional, pois como anteriormente referi, nenhum bloco pode ter veleidades de dominação sem ter a sua região directa de influência controlada.
Repare-se no requinte da nova estratégia americana, um autêntico “dois em um”; sabendo da relação delicada e do equilíbrio precário existente entre a Índia e o Paquistão, aliado actual dos EUA, Washington sabe também que o apoio recentemente declarado à Índia poderia causar mal-estar nas suas relações com o Paquistão, o que fazer então? Aparentemente usar em proveito próprio o jogo da disseminação do poder. Para apaziguar os paquistaneses, os americanos, gentilmente, estabeleceram com o Paquistão um acordo de venda de aviões de guerra F-16 cuja transacção estava proibida desde 1990 por causa do programa nuclear em curso naquele país muçulmano, mas ao mesmo tempo, os EUA anunciam que as companhias norte-americanas irão providenciar à Índia a nova geração de aviões de combate multi-facetados que estão a desenvolver. Digam lá se não é genial (diria até hilariante), ao mesmo tempo que minam a capacidade da China se impor na região, vendem armamento aos históricos inimigos Índia e Paquistão conseguindo desta forma o objectivo de manietar a China, fortalecer a Índia controladamente ( pelo auxílio ao Paquistão) e ainda conseguem consolidar a sua economia interna pelo reforço dos lucros da sua indústria de armamento, um dos grandes motores, senão o principal, do desenvolvimento tecnológico e crescimento económico americano.
A este propósito, note-se que esta indústria de guerra é um factor decisivo na economia americana e a sua promiscuidade com o poder político é tradicional nos EUA( tanto como a relação entre as petrolíferas e o mesmo poder político), é também em nome das necessidades desta indústria que os Estados Unidos começaram a travar desde há muito as suas guerras em nome da liberdade e da democracia, guerras que têm deixado um rastro de chacinas e atrocidades sem que alguma vez os seus responsáveis tenham sido levados a qualquer tribunal internacional, ao contrário do que gostam de fazer com os países que se lhes opõem ou aos seus interesses. Não deixa de ser irónico que os paladinos da liberdade se aventurem nas mais diversas guerras, muitas vezes alegando a violação do direito internacional, quando são eles e os seus aliados israelitas os maiores transgressores do direito e acordos internacionais.
Ainda no seguimento da estratégia de fortalecimento do poderio indiano parece estar na forja a transferência de reactores nucleares para a índia, o que deixa antever que a revisão do tratado de proliferação nuclear será efectuado uma vez mais em função dos interesses específicos da América, que põe e dispõe destes acordos em relação directa com os seus interesses exclusivos.
No meio de tudo isto não se vê qualquer posição ou definição política por parte da Europa. Não é por acaso; a Europa está dividida e mais uma vez os EUA fizeram o trabalho bem feito, alargaram a sua influência aos países de Leste, desejosos de sair da esfera de acção da Rússia e que agora dentro da UE se juntam ao já antigo aliado britânico.Com isto conseguiram isolar a Rússia e afastá-la da Europa, um afastamento que havia sido iniciado com a promoção da guerra da Jugoslávia. As feridas causadas pela divisão europeia no que respeitou à guerra no Iraque também deixaram marcas e puseram fragilidades em evidência, e o “forcing” americano para a entrada da Turquia na UE será o golpe final, aquele que muito provavelmente destruirá qualquer possibilidade de coesão europeia, representará a balcanização completa da Europa e antecederá a muito provável entrada de Israel na construção europeia( se até lá esta não se desmantelar)…
A falta de coesão da Europa é o grande factor de indefinição de uma política que permita aos europeus assumirem-se como contra-poder em situação de igualdade com os Estados Unidos. Dentro da Europa, alguns países, pretensamente receosos do poder do eixo franco-germânico_ alguns alegando o seu passado de potência marítima ou não continental_ parecem no entanto não se importar em estarem subjugados ao poder americano. Não entendem, talvez, que numa Europa coesa o seu papel de potência marítima assumiria crescente importância na medida em que permitisse deter uma posição estratégica de ligação entre uma Europa forte e o continente americano, uma relação que então seria baseada no equilíbrio de poder e por isso muito mais importante que uma actual posição atlântica estratégica numa Europa que não conta na cena internacional, para quem os EUA olham como uma ferramenta útil na prossecução dos seus objectivos hegemónicos particulares.
Portugal é um destes casos singulares, aqui direitas e esquerdas, traumatizadas ainda pelos resquícios da guerra-fria, não conseguem libertar-se de uma posição tradicional face aos EUA, a esquerda ressabiada pelo papel que os americanos tiveram na queda do marxismo, e a direita eternamente grata pelo serviço. Se à esquerda esta figura serve na perfeição, até porque a mim a esquerda não me interessa, já seria tempo da direita portuguesa entender que uma Europa coesa, uma “Europa-Potência”, serviria a nossa posição atlântica. Porque ao nivelar a relação com os EUA para um plano de igualdade, que é o único plano em que se pode verdadeiramente falar em aliados, equilibraria o actual papel de ligação predominante e essencial da Inglaterra ao atlântico e à América anglófona, já que faria subir a importância da ligação à América Latina onde nós teríamos uma outra capacidade de intervenção; capacidade que jamais teremos com os EUA. Por outro lado, se a Europa surgisse perante os EUA como um parceiro igual, os americanos seriam forçados a dialogar verdadeiramente com a Europa, a negociar, com cedências mútuas, não seria certamente a Europa encarada como um parceiro subserviente que dá jeito para mandar uns contingentes militares de cada vez que os Estados Unidos decidem entrar em conflito, ajudando na tarefa de redução do défice americano. Isto é que não pode ser tolerado, isto não é a desejada definição de aliança, não existem neste cenário aliados mas antes um líder americano e os seus seguidores europeus.
Neste momento em que se joga o futuro equilíbrio mundial na Ásia, os EUA tomam uma posição clara e agressiva, têm uma estratégia definida e sabem como a implementar, entretanto esta Europa, dividida e fraca, não tem qualquer estratagema de intervenção na Ásia, não sabe o que fazer nem como se posicionar perante a China, que papel tomar neste quadro político, a quem se juntar, não sabe se há-de vender armamento à China ou não, não sabe se há-de ajudar à emergência dessa potência chinesa ou se há-de estreitar os laços com a Índia para contra-balancear o poderio chinês, e como não sabe os EUA já tomaram a dianteira no processo. Mais grave se afigura a questão se pensarmos que a Ásia tem com a Europa uma proximidade física e portanto um forte impacto estratégico. Decididamente entramos no século XXI como saímos do século XX, a perder…
35 Comentários:
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
o Rebatet mais uma vez faz uma análise coerente e correcta das relações existentes entre os vários pólos.
Parabéns.
Caro Rebatet, o amigo por acaso não é do Porto ou mora cá perto!?
Ainda ontem estive a ler o seu texto – Quem tem medo da democracia – em reunião com uns camaradas meus. Como tem nítidas influências Evolianas assim como eu, vamos ter que nos conhecer (!) muito em breve (?) …entretanto vou apreciando os seus textos.
Legionário
Uma Europa coesa é que coisa que não existe - nem pode. Tal como os EUA usam a Europa para seu benefício, também as maiores potências europeias usam as pequenas para melhor afirmar a sua proeminência; são as primeiras a apelar à unidade europeia para mais facilmente a contrariar. Não ver isto é cair na ingenuidade de pensar que uma Europa "unida" é o melhor para Portugal. Entretanto continuamos a ser esmagados economicamente pela Espanha, totalmente dependentes dos mercados europeus (devido ao euro), sem políticas autónomas, submissos, com a nossa liberdade como nação cada vez mais uma miragem. E ainda querem mais Europa?
O artigo é bom, como é costume neste blogue, mas, desta vez, não concordo inteiramente em certos pormenores.
É verdade que os Yankes dividem para reinar e que não dão ponto sem nó, e que, na maior parte dos casos, resumem tudo aos interesses americanos - quando falam em «salvar o mundo», estão na realidade a dizer que têm que salvaguardar a América, porque o Mundo, para eles, está localizado entre o Canadá, o México, o Oceano Atlântico e o Oceano Pacífico.
No entanto, há algo a considerar: ao contrário do que a passagem
a estratégia é clara, é antiga, conhecida e de eficácia comprovada, é a célebre máxima “dividir para reinar”.
Isto pode dar a entender, a alguns, que a China e a Índia seriam aliadas naturais «contra os E.U.A.», como querem certos terceiro-mundistas anti-americanos.
Na verdade, a China e a Índia são inimigos naturais desde há muito. Os Americanos estão somente a querer aproveitar tal hostilidade.
E porquê?
Porque, canalhas ou não, os Americanos sabem o que andam a fazer. Têm valores firmes e um propósito. Por isso, fazem pelo Ocidente (com intuitos egoístas ou não) o que a Europa não quer ou não sabe fazer.
Maldita seja a América - mas ainda bem que existe...
O que me faltou dizer na mensagem anterior, é que, por motivos não só especificamente étnicos mas também civilizacionais, a Índia é realmente uma aliada natural do Ocidente contra o perigo amarelo.
Sem embargo, não deixa de ser verdade que parte da culpa da divisão da Europa, recai sobre os E.U.A..
Mas a esquerda e a «direita» conservadora europeias são quem mais peso e culpa tem no processo.
«Porque, canalhas ou não, os Americanos sabem o que andam a fazer. Têm valores firmes e um propósito. Por isso, fazem pelo Ocidente (com intuitos egoístas ou não) o que a Europa não quer ou não sabe fazer.
Maldita seja a América - mas ainda bem que existe...»
Nunca concordei tanto com uma frase do Caturo.
Miazuria, em que é que a Europa é diferente dos EUA em relação a «capitalismo internacional, encarnado nas empresas transnacionais e multinacionais, juntamente conjugada com a invasao de africanos e asiaticos»?
Pelo que me é dado ver V. também não desarma e continua a sonhar com uma Europa mítica. O que há são nações mais fortes que outras que querem impor a sua visão do mundo, as suas políticas, as suas empresas, os seus produtos, a sua cultura.
Se se resignou a ser um subalterno dos alemães, dos franceses ou dos espanhóis não se insurja contra quem não desiste.
Os ricos/favorecidos ou os bafejados pela sorte são os únicos que podem realmente gostar do capitalismo. a razão última para se ser de esquerda é haver mais probabilidade de se ser favorecido com uma distribuição nao aleatória. Temem que pessoas com mais inteligência e força que vós, vos tirem o que vos caiu no colo sem mérito.
Acho ridiculo dizerem que o marxismo está obsoleto quando as relacoes sociais e métodos de produção são exactamente os mesmos salvo os avanços tecnológicos que aumentam a produtividade.
vim bater um pouco contra a parede
Todas as minhas reflexões são deturpadas até dizer chega. O Miazuria assemelha-se àqueles comunistas ortodoxos para quem qualquer desvio face ao rumo tido por correcto é interpretado como divisionismo. E até sabe o que eu penso e desejo! Fantástico. Descanse que não lhe môo mais a mioleira. V. não tem pachorra, eu também não. Fique bem.
Desta vez estou em alguma dissonãncia com o Miazuria.
Acho que o Miazuria continua a sonhar com algo que nunca existiu, existe, e nunca existirá.
A História da Europa é a História de intermináveis guerras e conflitos vários.
Nunca os europeus estiveram unidos para nada.
Nenhum território no mundo tem um palmarés de tantas guerras por metro quadrado como a Europa.
Ninguem como os europeus se dedicou à ciclópica tarefa de de massacrarem mutuamente por causa de mia dúzia de metros quadrados de terra ou por causa de interesses estéreis e idiotas.
A unidade da Europa é uma miragem. Acabou com a queda de Roma. E nem nesses tempos a unidade era total.
A Europa só tem estado 'quietinha' porque o último conflito mundial foi demasiado violento e traumático, porque o poder se 'deslocalizou' e porque a CEE (UE) tem mantido o 'edifício' em relativo equilíbrio e, last but not the least, porque o mundo mudou. E muito.
Mas os 'mastins' do costume continuam lá.
A culpa desta situação é, em primeiríssimo lugar.....dos europeus. É desonesto (e incorrectíssimo) atirar as responsabilidades dos conflitos mundiais para terceiros. Foram as entropias e as mecânicas das velhas alianças europeias que precipitaram a Europa numa orgia de loucura sanguinária e de estupidez pura, num curioso encadeamento histórico do tipo 'efeito dóminó'.
A Europa (conjunto heteróclito de nações e povos com largo historial de antagonismos, mas agora 'unidos' na UE) só pode ser forte e ter um papel na cena mundial, se 'jogar' com as 'cartas' que os outros jogam.
Económica,política e militarmente (reforçar o poderio militar europeu no sei da NATO, p.ex).
Para bom entendedor....
Ó Miazuria, também lhe digo que não sei em que é que umas calças de ganga, um 'leather jacket' ou ir comer, de vez em quando, uns Big Macs tem de 'perigoso' para a nossa identidade.
Bolas.....
:-)
"Porque, canalhas ou não, os Americanos sabem o que andam a fazer. Têm valores firmes e um propósito. Por isso, fazem pelo Ocidente (com intuitos egoístas ou não) o que a Europa não quer ou não sabe fazer.
Maldita seja a América - mas ainda bem que existe..."
Concordo, a 100%, com o Caturo.
Ao Rebatet:
Em relação à Jugoslávia, é de notar que os EUA várias vezes se recusaram a qualquer intervenção militar, apesar das súplicas 'rastejantes' dos europeus, que iam em 'procissão' ter com a srª Madeleine Albright.
Só intervieram, e relutantemente, quando o comunistóide do Milosevic (líder do Partido SOCIALISTA Sérvio e marxista encartado de décadas) e a a troupe de Mladic e Karadzic (outros 'rojos' que 'lambiam o traseiro' ao Josip Broz) extrapolaram fortemente.
Os sérvios, aliás, já tinham um longo historial na guerra de destruição de Igrejas católicas croatas e perseguição aos croatas por exemplo.
Depois a 'cuspidela' caiu-lhes em cima.
AZAR!
É um conflito em que nenhuma das partes tem razão: nem sérvio, nem croatas, nem alabaneses.
Aqui aplica-se: Todos diferentes, todos iguais. São todos muito guerreiros e muito corajosos....mas durante o tempo de Tito estavam bem quietinhos, ehehehehehe
Os Europeus nunca estiveram unidos para nada ao longo de milénios.
Nada mesmo.
Não vai ser agora que vão começar.
Os Estados Unidos forma 'criados' por europeus e aplicam a velha e certeira máxima:
"Em Terra (neste caso, até pode ser entendido como planeta) de CEGOS, quem tem Olho (espreita da pirâmide, se repararem nos Dólares) é Rei"
;-)
A pergunta que hoje se coloca é Portugal ainda é Soberano????
Ainda é possível sonhar com um Portugal Soberano???
Olhem para a realidade e percebem que não. Hoje Portugal não é soberano e não tem hipoteses de sobreviver afastado da Europa.
Obviamente que não é desta Europa do Capital, é de uma Europa que proteja as nossas identidades. Porque meus amigos, os problemas que hoje afectam Portugal afectam a restante Europa, e não sejam ingénuos a pensar que seremos capazes de os solucionar afastados da Europa.
A Europa que preconizamos não é a Europa das guerras fraticidas, porque esse tempo acabou, nós lutamos por uma Europa que se preserve, uma Europa que faça frente a todos os perigos que afectam a nossa identidade. É curioso, que muitos dos patrioteiros que temem a Europa, são os primeiros a defender uma federação lusofona. Meus caros, nós com os CPLP só temos em comum a língua, com a Europa temos em comum milhares de anos, temos uma matriz etno-cultural que tem de ser preservada, porque acreditem quando essa matriz etno-cultural se extinguir PORTUGAL PERECEU.
Se estamos submetidos ao poder Yanke, só uma bloco europeu forte poderá fazer face a esse dominio, Portugal do orgulhosamente sós acabou e nunca existiu.
Se o poder islâmico se introduz na Europa, só a união dos povos Europeus é capaz de combater este invasor.
Sozinhos nada somos, unidos fazemos muito.
O que é que todos os grandes blocos temem??? A Europa Unida.
E nós não podemos fazer a vontade dos nossos inimigos, temos que nos unir.
e parabéns ao rebatet pela excelente análise. O post de cima é meu.
Nuno- Causa Nacional
Este post suscitou um debate interessante e há muito por onde pegar, de tal forma que os assuntos aqui discutidos dariam um novo post. Procurarei responder de forma sucinta a algumas das temáticas levantadas.
Antes de mais um agradecimento a todos quantos contribuíram para o debate e um obrigado pelos comentários simpáticos.
Ao social-patriota; eu votarei não à constituição europeia precisamente porque não é esta a Europa que defendo, não por anti-europeísmo mas por vontade de construir uma Europa diferente, ao contrário desta que é centralista, frágil e errática; acredito que a Europa identitária deve assentar em princípios bem diferentes. Esta Europa está a criar mecanismos e interdependências que considero danosos para a identidade europeia. Mas sobre este assunto terei oportunidade de explicar as minhas razões mais aprofundadamente noutro post. Saudações nacionalistas.
Ao Legionário, não sou do Porto, sou de Lisboa. Quanto às influências evolianas, tenho algumas, mas provavelmente menos do que muitos pensarão, aprecio o aristocratismo e o diagnóstico que Evola faz do “mundo moderno”, acho que nos dá “orientações” interessantes mas, em minha opinião, é um autor ao qual não poderemos ir buscar soluções propriamente ditas.Com certeza teremos oportunidade de ir discutindo .isto ao longo do tempo e espero que também pessoalmente
Ao Caturo, é verdade que Índia e China são adversários naturais, mas o problema que coloco é o da falta de capacidade da Europa em se situar perante o cenário que se está a desenrolar na Ásia. Uma posição clara e decidida da Europa seria fundamental para o futuro da capacidade geopolítica europeia, em vez disso observamos que apenas os EUA definiram uma estratégia de actuação na região e dessa forma preparam-se para manter sobre a Europa uma influência decisora numa região que afecta muito directamente o futuro do nosso continente. Isto deve-se à falta de coesão e definição que esta UE apresenta, também aqui se afirma o porquê de achar esta construção europeia um problema e não uma solução.
Quanto à questão americana, eu francamente não acho que os EUA estejam propriamente a defender o «Ocidente», defendem os seus interesses particulares e neste momento, em minha opinião, os interesses americanos são contrários aos da Europa, dessa forma uma parte do Ocidente, aquela que a mim mais me interessa, sai prejudicada. Eu acredito que os EUA são um aliado natural da Europa mas apenas quando as relações entre os 2 blocos se pautarem pelo equilíbrio, coisa que não sucede nesta altura, e acrescento que de momento é do interesse americano que a relação de supremacia que mantêm em relação à Europa se perpetue. Não quero entrar em discussões profundas sobre a política interna americana, até porque falarei sobre isso noutro post, mas existe um problema de fundo em olhar para os EUA no momento como um aliado, isto porque o partido Republicano, que seria o elo natural de ligação a uma Europa identitária, foi tomado de assalto a partir do AEI por um lóbi judeu profundamente anti-europeu, por razões até históricas. Mas, como referi, escreverei sobre isto mais em detalhe noutra ocasião.
Repito, os EUA são um aliado potencial mas apenas quando a Europa tiver coesão e força para estabelecer com os americanos uma relação de igualdade e para tal é necessário não só uma mudança intra-europeia como uma alteração no panorama político interno americano, nomeadamente no GOP. Quanto à Índia como aliado natural, conheço a tua posição, e no geral( embora com algumas pequenas reservas) concordo.
Ao fg santos, antes de mais é necessário reiterar que a Europa que defendo não é uma Europa centralista mas antes uma Europa descentralizada e assente na soberania localizada, na subsidariedade decisora, e na existência do Estado-nação como unidade jurídica essencial, como aliás expliquei num post anterior. O que não invalida que defenda a necessidade de convergência e integração transeuropeia a várias escalas, é uma necessidade que se impõe a todas as nações da Europa pois no actual cenário internacional são os grandes blocos geográficos e políticos que podem ter aspirações de poder. A Europa das pequenas pátrias de costas voltadas e fechadas sobre si é um mero fantoche sem capacidade interventora. Portugal não perde poder por participar na construção de uma Europa identitária, até porque nessa Europa que defendemos todos os países terão o seu papel e nós não somos excepção. O fg santos reconhece que estamos submetidos à vontade americana, mas teme que percamos independência na construção europeia( o que até constitui um contra-senso), eu vejo o cenário de modo distinto, não temos qualquer capacidade isolados de intervir onde quer que seja e acredito que é na realização de uma Europa unida em torno de uma identidade etno-cultural que se poderá construir o futuro. Expliquei no meu post porque razão acredito que numa Europa-Potência Portugal poderá reconquistar a sua influência atlântica, coisa que reconhecidamente não temos hoje, e não temos precisamente porque esta Europa das pequenas pátrias,centralista, dividida e enfraquecida, possibilita aos EUA um domínio absoluto sobre o nosso destino colectivo e dá à Inglaterra, pela ligação histórica e linguística, o papel hegemónico nas relações transatlânticas europeias.
Esse esmagamento por parte da economia espanhola é o mesmo que se temeu na Bélgica, Luxemburgo ou Suiça em relação à França ou à Alemanha, e no entanto esses países não deixaram de se desenvolver e atingir altíssimos níveis de vida, porque é bom lembrar que as relações ibéricas são também um mundo de oportunidades, e já vai sendo tempo de começarmos a saber explorá-las, não podemos viver eternamente como os coitadinhos que necessitam de subsídios, protecção ou paternalismos, é altura de sabermos aproveitar as oportunidades que o mercado ibérico oferece. Caso contrário a solução é o refúgio no isolamento e no fecho da nossa economia, num regresso a um tempo que passou, não voltará, e que deixou deficiências estruturais sérias na nossa capacidade produtiva. Isto não significa que não caiba ao governo português um papel estratégico de auxílio ao desenvolvimento da nossa economia (e, em alguma medida, protecção a sectores chave que exijam socialização de custos), mas inevitavelmente teremos sempre de aprender a competir com Espanha.É uma contingência da nossa posição geográfica.
Quando pergunta se ainda quero mais Europa respondo-lhe assim, não quero mais desta, mas quero uma outra, porque estou convicto que por aí terá de passar o futuro de todos os povos europeus, num projecto que significará o renascer europeu, passará por aí a revolta contra a decadência da Europa, num renascimento colectivo.
Ao Zehmanel, você parte de um pressuposto simplista muito caro à esquerda, o que coloca os ricos na direita e os pobrezinhos e injustiçados à esquerda…Eu nunca fui rico, nem nasci em meios privilegiados, e tal como eu, assim sucede com boa parte dos nacionalistas.
Depois não existe uma razão objectiva para se ser de esquerda baseado no presumível aumento da probabilidade de se ser contemplado com uma mais justa redistribuição do rendimento, e a prova disso são as ex-repúblicas comunistas, a não ser que o seu conceito de bem-estar social seja ter a maioria da população a viver no limiar da miséria.Com certeza não temo que pessoas mais inteligentes que eu me retirem seja o que for, até porque tenho pouco para me ser retirado, o contra-senso nisso é que é precisamente o marxismo que impede que as pessoas mais capazes e mais inteligentes tenham acesso a mais rendimentos pela distribuição cega e insensível ao mérito que faz do rendimento, forçando uma igualização artificial e miserável da sociedade. Não deixa de ser curioso que tenha sido a antiga Jugoslávia o país que apresentava melhores indicadores sócio-económicos no antigo bloco de Leste; era precisamente o país que praticava o chamado «socialismo de mercado».
Quanto a essa do marxismo não estar obsoleto só pode ser para rir, só se não estiver obsoleto em Cuba, até a China já abandonou o marxismo…Em relação a esse tema aconselho-o a ler os escritos de Joan Robinson sobre o marxismo, ela que se distinguiu em tempos por alguma simpatia em relação à teoria económica de Marx, mudou de ideias depois de ter assistido ao desenvolvimento da União Soviética Estalinista.
Para além das razões empíricas o marxismo é abjecto nos seus desígnios ideológicos, visa a destruição das identidades nacionais e a redução a ruínas da ordem social. No essencial o marxismo não oferece nenhuma solução para acabar com a exploração do homem, advoga apenas a substituição da exploração do proletariado pela exploração do todo social, o marxismo agrava a exploração do homem para níveis inimagináveis, tomando o ser humano como um factor de produção ao serviço de uma enorme máquina burocrática ineficiente que só gerou miséria onde se instalou .Acresce que o marxismo não entende sequer a natureza interior do homem, o seu fundo espiritual, reduz toda a história da humanidade e as motivações que a caracterizaram ao determinismo económico. Marx, na sua teoria política, apontou os caminhos para a destruição da ordem social mas não apresentou uma única solução coerente para o funcionamento posterior da sua desejada nova ordem económica que não tenha sido desmentida pela realidade. Desafio-o a pegar no “Capital” e a contradizer isto.
Ao Buiça e ao anónimo das 10:59 responderei amanhã com todo o prazer.Por hoje estou exausto que o dia foi longo.
Já agora, as melhoras ao fg santos, que ao que parece esteve adoentado.
Miazuria e Nuno, concordo com o que escreveram.
Cumprimentos a todos e fica prometida para amanhã a continuação da minha resposta.
Vir aqui ler as elevadas e ponderadas palavras de Rebatet é um bálsamo para o espírito, nestes desgraçados tempos (pós-)modernos.
Bem-haja, por tudo.
Mendo Ramires
Pergunto ao FGSAntos, se Portugal já não tem tecido empresarial, está cada vez mais dependente de outrém, socorre-se de quem?
Orgulhosamente Sós?
Não me parece solução.
Voltarmos para África?
Também não é solução.
Estarmos sujeitos aos designios dos FMI, das ONUS, de todo este mundialismo?
Perdemos cada vez mais a nossa identidade enquanto povo.
Fortalecermos a nossa união com a Europa?
É a solução, é a europa que tem culpa dos sucessivos governos que tivemos que não aproveitaram os subsídios e tudo o resto?
Não podemos continuar de costas voltadas para os nossos irmãos etno-culturais. Temos de procurar uma outra Europa, não uma Europa do capital mas sim uma Europa que proteja as identidades.
O problema desta questão, é que nós não queremos a Europa das nações mais fortes que outras.
Qual seria a sua solução?
É a pergunta que lhe deixo.
Nuno-CN
Obrigado ao Rebatet e ao Nuno pela postura construtiva que têm no debate de ideias. Responder-vos-ei mais tarde, quando me sentir em melhor forma.
Olha que a China é uma ameaça bem grande mas não apenas para os Estados Unidos da América!!!
Pantera, a China tem tudo para ser o grande dominador deste século.
Tem algo muito importante, o factor demográfico. Nós Europeus, estamos velhos, não há rejuvenescimento da nossa população. E obviamente que os imigrantes de África não são a resposta a este problema, como tanto defende a Esquerda. A solução são políticas de Natalidade.
A China mais que ninguém tem sabido aproveitar o fenómeno capitalista, que Marx tanto criticava, a exploração.... Existe algum país que explore mais o trabalhador que a China??? A exploração permite-lhes colocar os produtos nos mercados Europeus a preços irrisórios.
A china é a potência emergente.
«Se se resignou a ser um subalterno dos alemães, dos franceses ou dos espanhóis não se insurja contra quem não desiste.»
E você não se resignou a ser um subalterno dos americanos???
«Nunca os europeus estiveram unidos para nada. Nenhum território no mundo tem um palmarés de tantas guerras por metro quadrado como a Europa.»
Isso foi no tempo em que só havia Europa e o resto do mundo era paisagem. Podiamo-nos dar ao «luxo» de nos matar uns aos outros sem grandes preocupações com as consequências.
NC
«Quanto à questão americana, eu francamente não acho que os EUA estejam propriamente a defender o «Ocidente», defendem os seus interesses particulares e neste momento, em minha opinião, os interesses americanos são contrários aos da Europa,»
Em muitos pontos sim, mas não no mais importante. Se não fosse o poderio militar americano, que fariam os acomodados europeus contra o Islão terrorista?
Os muçulmanos odeiam mais a América do que qualquer outro país ocidental pela simples razão de que a América é a maior potência ocidental, logo, o maior obstáculo à conquista do Ocidente por parte das hordas mafométicas.
Quanto ao resto concordo, antes uma ligação à França e Alemanha (que, sendo dois países diferentes, poderão sempre ter, no conjunto, posições equilibradas, já entre os antigos indo-europeus era frequente que o povo fosse dirigido por dois reis...) do que aos Yankes, autoritários de «chewing-gum» entre os dentes.
Sobre o temor que alguns patriotas têm relativamente à Europa e a sua consequente preferência pela ligação aos E.U.A., ou à C.P.L.P., repare-se:
os patrioto-atlantistas começam por temer a «ameaça espanhola», mas, por outro lado, costumam defender de unhas e dentes o ideal da «España una» contra os nacionalismos basco e catalão... herança de leituras de propaganda franquista...
Perceba-se: há muito a ganhar em Espanha, se a estratégia adoptada for inteligente. Ao mesmo tempo em que contactamos saudavelmente com os Castelhanos, não deixamos de favorecer as alianças com Bascos e mais ainda com Catalães e com Galegos... e, em breve, os Castelhanos terão pela frente uma «coligação» de pequenos Nacionalismos... Pense-se: porque é que Portugal acabou por conseguir, em 1640, a independência relativamente à Espanha? Porque esta estava nessa altura demasiadamente dividida para conseguir debelar a insurreição lusa! A rebelião portuguesa deu-se mais ou menos ao mesmo tempo que a revolta na Catalunha. E os Castelhanos, para reprimirem uma, não puderam reprimir eficientemente a outra.
Não é isto claro como água?
Se os Portugueses forem atentos e incisivos, os Castelhanos têm mais a perder do que a ganhar em tentar anexar Portugal.
Lembro-me, a este propósito, de ter lido uma certa comparação entre Castelhanos e Portugueses, escrita já não sei por quem... o autor afirmava que o Castelhano, duro, inflexível, afirmativo, era como uma lagosta, que atacava ferozmente, em frente; o Português, pelo contrário, mais nebuloso, mais impávido e sereno, era como um polvo... e quando a lagosta se metia com o polvo, avançava por aqui adentro, até que, antes de dar por isso, se encontrava de tal modo enlaçada pelo polvo que já não sabia para onde se virar...
Já desde os tempos da Lusitânia que esta gente do extremo ocidental hispânico é imbatível na guerra de guerrilha. Em combate aberto, os Romanos eram superiores a qualquer outra força armada do mundo, mas, nas densas florestas da Lusitânia, os soldados romanos eram não raras vezes trucidados pelos guerreiros dos altivos e enevoados rochedos castrejos...
Quanto à diferença entre E.U.A., C.P.L.P. e U.E., vejamos: o que é melhor, ser liderado por uma só super-potência, ou por duas potências mais pequenas, tantas vezes rivais, como a Alemanha e a França?
Se estivermos na U.E. e os Franceses se começarem a esticar nos seus abusos de franciús emproados, podemos (nós e outros pequenos e médios países europeus) juntar-nos à Alemanha; se, pelo contrário, forem os Teutónicos a esticar-se nas suas exigências, podemos pender para o lado dos Gauleses; e ainda é preciso contar com outros elementos do cenário, tais como a Itália e, até certo ponto, o Reino Unido.
Agora, se estivermos com os Americanos, que fazemos quando a super-potência caubói nos apertar os calos? Nada.
Efectivamente, é melhor depender de dois aliados poderosos do que só de um super-poderoso.
Relativamente aos palops, ora quem é que mandaria em tal congregação lusófona? O Brasil.
O Brasil tem quase duzentos milhões de pessoas, uma área territorial tão grande ou maior do que a da Europa Ocidental, imensas matérias primas e um imenso desprezo pelos Portugueses. Quem é que mandaria na C.P.L.P., seria Portugal, um país com dez milhões de pessoas?
Atente-se por exemplo no caso do acordo ortográfico - na subserviência dos «sábios» tugas relativamente às «regras» gramaticais brasucas. Nunca os Ingleses aceitavam mudar a sua escrita só porque os Americanos têm um poder de difusão linguístico muito maior.
Assim, entre Brasil, E.U.A. ou eixo Paris-Berlim, prefiro, sem dúvida, o último.
Caturo, concordo com tudo o que dizes, excepto: "Se não fosse o poderio militar americano, que fariam os acomodados europeus contra o Islão terrorista?".
O "poderio militar americano" de nada nos vale quando os terroristas estão bem dentro dos nossos países.
NC
Logo vi que para tantos o estarem a bajular haveria de ter alguma capacidade argumentativa. É um facto que não existe critério de valor no sistema capitalista e as interpretações (visto que o capital é uma crítica de economia e não um modelo) do marxismo prevêm uma igualdade de oportunidades havendo depois diferenciação segundo capacidades e distribuição economica concomitante obviamente de modo mais equilibrado do que o que vivemos.
Os pobrezinhos injustiçados de direita como o senhor afirma ser explico-os como produtos da promiscuidade entre poder político, económico e media existentes que o influenciam mais a sua família desde tenra idade. A sua interpretação que fez das minhas palavras foi abusiva porque conheço inúmeros burgueses de esquerda que sabem a sorte que têm.
Quanto ao pragmatismo não sou adepto do que se passou na união soviética e lembro-lhe que mesmo com o embargo de décadas, cuba conseguiu índices de saúde e educação importantes.
Marx no capital explica o tipo de máquina para que tendemos no capitalismo e como gera riqueza para uns à custa da miséria de outros (sim, a auto-subsistência é um pouco mais díficil do que a colonização do 3º mundo).
quando falaste em artificial, falaste bem mas sem a conotação negativa. está na altura de o homem fazer um modelo social racional tendo em conta a natureza humana que referes (incluindo a justiça).
zehmane vieste testar o camarada Rebatet???
É que se não foi, deu essa impressão.
Nuno-causa nacional
Obrigado, caro camarada Miazuria.
NC, é verdade que os terroristas já estão dentro da Europa, mas também é verdade que os Europeus não gastam nem metade com as forças armadas que os Americanos gastam. E estes últimos, os Yankes, até queriam que os Franceses e os Alemães dispendessem mais dinheiro com armas, mas os Europeus, quanto a isso, cortam-se...
Por isso, eu digo que a América tem sido, em última análise, um protector do Ocidente.
Não disse, atenção, que é o melhor protector do Ocidente, como pretendem os patriotas direitistas capitalistas... porque, de facto, creio que, melhor do que a América, seria a Rússia... os Russos, tal como os Americanos, estão a investir em novo armamento. Novos aviões de combate, novos mísseis. Disseram há dias, os Russos, que aquilo que estão a preparar em matéria de mísseis é «algo de nunca visto». Pode ser prosápia, retórica propagandística à boa maneira imperial, mas, no actual contexto, isso é um bom sinal: sinal de que a Rússia está disposta a fazer frente, não só aos E.U.A., mas também à maior ameaça, a longo prazo, contra o Ocidente, que é a China.
E eu acredito firmemente que, por maior que seja o poder financeiro, militar e propagandístico americano, nada no mundo poderia vencer uma aliança entre França, Alemanha, Itália e Rússia.
Se, por absurdo, os E.U.A. se juntassem à China, o conclave Europeu trazia a Índia para o seu lado e não haveria aliança entre caubóis e mandarins que chegasse para vencer os Europeus.
Boa noite a todos, peço desculpa mas por motivos de saúde não tive tempo de vir ao blogue anteriormente. Antes de mais quero juntar-me ao Miazuria e congratular o Caturo pela excelente análise que fez.
Em relação à questão que havia sido levantada pelo Nelson, julgo que o Miazuria já respondeu e bem mas gostaria de acrescentar algumas coisas. Antes de mais é bom notar que a responsabilidade da guerra da Jugoslávia não é exclusiva dos EUA e nem eu disse isso, o que afirmei foi que os Estados Unidos aproveitaram essa guerra para fazerem vingar os seus interesses na região, afastar a Rússia da Europa, retirar benefícios económicos, enfraquecer estrategicamente a coesão europeia e aumentar a sua influência no seio do Velho Continente. A responsabilidade da Guerra na Jugoslávia deve também ser assacada à Alemanha, que desejosa de aumentar o seu raio de força, foi uma grande instigadora da divisão da Jugoslávia.
Negar porém que os EUA manipularam politicamente a situação em seu favor é branquear a história, mais evidente ainda se torna o facto de esta guerra ter servido o interesse americano de afastar a Rússia da Europa. Vejamos, a Croácia e a Eslovénia recebem apoio da Alemanha e do Vaticano, ainda antes do apoio da UE, para a secessão, o argumento destes países seria o de fugirem à ditadura cultural e religiosa da Sérvia “ortodoxa” que supostamente teria mantido a Jugoslávia unida de forma artificial durante o período comunista. Os “lobbies” católicos entram em acção e fazem força para o reconhecimento da legitimidade da vontade croata e eslovena. Perante o cenário traçado e em ordem a manter a unidade da UE, visto que a Alemanha já havia reconhecido os 2 Estados, não resta alternativa à UE que não seja seguir o mesmo caminho.
Perante a divisão da federação jugoslava e o reconhecimento da Croácia independente as populações servias da Croácia decidem exercer também o seu direito à autodeterminação e reivindicar a formação da República da Krajina, porém aos sérvios o direito à autodeterminação foi negado pelas instâncias internacionais, e estes apareceram retratados na imprensa internacional como invasores quando na verdade ali tinha sido “convidados” a ficar pelo Império austríaco para fazer de primeira barreira ás invasões islâmicas 3 séculos antes. A diferença de tratamento que as populações sérvias recebem acabará por dar naturalmente origem a uma guerra sangrenta. Os EUA perante este cenário decidem aproveitar o mundo de oportunidades que se lhes abrem, vendo que os sérvios apenas encontram na Rússia um aliado perante a discriminação de que foram vítimas pela EU, os americanos decidem aproveitar para aumentar as hostilidades e assim cavar um fosso entre a Rússia e a Europa Ocidental. É dessa forma que em 1995 os croatas lançam um ataque contra Krajina com o financiamento do congresso norte-americano. Em 1992 já o secretário de Estado americano James Baker havia reconhecido publicamente a vontade de ver realizada a independência da Croácia e especialmente da Bósnia muçulmana. A 10 de Março de 1992 Baker foi expressamente a Bruxelas “ pedir” em nome das boas relações com Washington que os ministros dos negócios estrangeiros europeus reconhesessem a independência da Bósnia-Herzegovina , condição necessária para que os EUA reconhecessem a Croácia e a Eslovénia.
O resultado foi conseguido e a Bósnia tornou-se o país que mais rapidamente conseguiu a admissão na ONU na história daquele organismo. Os EUA conscientes da situação geopolítica dos Balcãs e não pretendo perder uma oportunidade histórica não só de afastar a Rússia da Europa( opondo-se aos sérvios que tinham nos russos os seus únicos aliados) mas também de disputar a hegemonia alemã na região decidem agravar a instabilidade na Jugoslávia como forma de conseguir impor a sua presença como inevitável ao processo de estabilização da região, pois numa situação limite de instabilidade total os EUA tinham plena consciência que eram a única força militar capaz de liderar um processo militar na região e que dessa forma se tornavam indispensáveis ao jogo diplomático nos Balcãs, a juntar a isto os americanos viram uma possibilidade de conseguirem uma vez mais aumentar os lucros da sua industria de guerra. São públicos os acordos de armamento estabelecidos por Washington com o exército croata e com os muçulmanos. No fim de todo este filme os EUA tinham sucedido nos seus intentos, haviam impedido a Alemanha de se impor como potência regional, afastado a Rússia e implantado mais um aliado islâmico pró-americano ( como o é a Turquia, que se prepara para juntar ao clube) no seio da Europa e muito em especial numa região outrora dominada pela ortodoxia cristã, dando assim mais um golpe decisivo na capacidade de conexão da Europa, corroída, numa região historicamente instável, por estados soberanos de cultura extra-europeia como é a islâmica.
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Ao Zehmanel, quando afirma que não existe critério de valor no capitalismo estou a partir do princípio que se refere à teoria filosófica de valor, ou seja, à axiologia, porque se está a referir-se à teoria económica de valor então isso é um completo absurdo. Mas vamos por partes, eu vou presumir que se refere à questão axiológica, nesse sentido tem razão, o marxismo por oposição ao capitalismo tem uma aparente preocupação de ética ou moral que não existe no capitalismo, porém isto deve-se ao facto do marxismo ser uma ideologia antes de tudo, ao passo que o capitalismo é, rudimentarmente definido, um quadro económico funcional assente na detenção dos meios de produção por privados, na possibilidade de acumulação de capital e na determinação de preços, rendimento, investimento e produção em larga medida pelo mercado em vez de serem estabelecidos pelo Estado. Ou seja, o capitalismo é uma sistematização que pode servir diferentes ideologias, não é em si uma ideologia, com o marxismo sucede o oposto, é primeiramente uma concepção ideológica assente num sistema económico próprio, devido a isto o marxismo tem por comparação com o capitalismo uma inerente base axiológica que ao primeiro falta.
Isto, no entanto, não representa por si só uma qualquer superioridade, porque o capitalismo é um sistema muito abrangente, podemos olhar para a social-democracia escandinava e considerá-la capitalista, porém nada tem a ver com o capitalismo anglo-saxónico, da mesma forma que o sistema germânico difere dos 2 anteriores, existem diferentes graus de intervenção do Estado no sistema capitalista, excepto para aqueles, seguidores das abstracções libertárias, que acham que qualquer intervenção estatal é uma degeneração do capitalismo. A força do capitalismo está nos valores que serve e não em si. Se tivermos em atenção os resultados alcançados pelo marxismo nos sítios onde foi implementado podemos perfeitamente rejeitar a axiologia marxista, visto que todas as experiências resultaram em desastre, e Cuba não é excepção, basta aliás por lá passar; prostituição e desemprego, falta de condições mínimas de habitação, pobreza generalizada, enfim, uma desgraça que nem os índices de educação escondem…Assim, por comparação entre uma ideologia( o marxismo) com uma necessária teoria de valor mas cujos resultados contrariam na prática os objectivos que afirma procurar e um quadro funcional (o capitalismo) que ao serviço de idealismos diferentes tem alcançado níveis de bem-estar superiores, a escolha parece clara.
Se quando falou em critério de valor o fez do ponto de vista económico e não filosófico então aí a questão assume outros contornos e a sua afirmação não faz sentido, repare que a teoria do valor de Marx foi a mesma que havia sido desenvolvida por Smith e Ricardo, ambos liberais clássicos e consequentemente capitalistas( provavelmente dos que a si mais lhe desgostam), ou seja a de que as mercadorias são trocadas com base na quantidade de trabalho socialmente requerido para a sua produção.
Olhe, logo aqui começam os problemas de Marx, o marxismo está de tal modo refutado que eu precisaria de escrever um livro para fazer uma crítica séria a Marx, mas comecemos pela sua teoria do valor já que você trouxe esse ponto à discussão( consciente ou inconscientemente); hoje existe na teoria económica uma recusa generalizada da teoria clássica (anglo-saxónica) do valor_ a que Marx perfilha_ assume-se que o preço é determinado pela intercepção da oferta e da procura independentemente da quantidade de trabalho incorporado num bem. Ora a teoria do valor de Marx é central a toda a sua obra porque é um dos pontos centrais da sua crítica ao capitalismo, ao rejeitarmos essa teoria do valor os argumentos marxistas perdem o sentido económico. Se quiser eu posteriormente explico-lhe em detalhe por que razão…
Depois afirma que com o marxismo haveria a diferenciação segundo as capacidades, bom, eu nunca li Marx afirmar isso, mas se não se importar de me dizer onde é que Marx defende o estabelecimento de hierarquias de mérito terei todo o prazer em estudar a coisa, olhe que isso que afirma é típico da direita tradicionalista, não me diga que descobriu a careca a Marx? Quanto à distribuição mais equilibrada do rendimento, respondo-lhe assim, primeiro a palavra equilibrada não é adequada porque não define nada, o que Marx defende é uma distribuição igualitarista, não equilibrada, porque equilibrada pressupõe a tal diferenciação de mérito que não existe em Marx( só existe na sua versão pessoal). Quando fala em equilibrada quereria afirmar justa? É que a justiça passa pela inteligência, pela capacidade de trabalho, pelo talento, logo é inimiga da igualdade, justiça e igualdade são incompatíveis porque uma exclui a outra. O Ze sabe perfeitamente que Marx não defende hierarquias de mérito e sabe também que as experiências práticas do marxismo revelaram tudo menos uma justiça na distribuição do rendimento.
Depois é bom esclarecer que eu não afirmei ser um pobrezinho injustiçado de direita, eu apenas disse que a distinção simplista entre os pobres de esquerda e os ricos de direita não fazia sentido. Aliás, eu nem sou propriamente de direita, pelo menos não como você pensará, eu sou nacionalista, o que é diferente. Depois afirmar que as pessoas que serão pobres e de direita são um produto da influência do sistema económica e da imprensa é um paternalismo incrível, parece que só quem é de esquerda foge a essas perniciosas influências, mas vá lá, ao menos conhece burgueses de esquerda, já não é mau admitir isso. Também lhe digo que dificilmente encontrará simpatias pela burguesia entre os nacionalistas, que como sabe sempre foram inimigos da mentalidade burguesa.
Quanto às previsões de Marx no “Capital”, a maioria delas foram refutadas completamente pela história embora eu reconheça que algumas são pertinentes, mas de forma alguma constituem o âmago da obra de Marx, as premissas em que assenta o “Capital” revelaram-se um desastre, a classe média ainda não desapareceu, os salários não estabilizaram ao nível de subsistência, as taxas de lucro não entraram em queda, as economias capitalistas não entraram em colapso pelas suas contradições internas, pelo contrário foram as economias comunistas que o fizeram,etc.
Agora se está à espera que eu faça a defesa do capitalismo neo-clássico anglo-saxónico( vulgarmente conhecido por neo-liberalismo) não o farei porque também eu me oponho a essa escola, porque acho que tem criado miséria enquanto enriquece uma pequena minoria( se a sua critica se dirige a este modelo neo-liberal dou-lhe razão), agora com certeza não procurarei alternativa num sistema que provou ser ainda pior. Isto sem tomar sequer em consideração os problemas ideológicos de princípio que o marxismo coloca ao nacionalismo. Existe de facto um socialismo compatível com o nacionalismo mas não é marxista! Você aliás reconhece que é necessário encontrar um sistema que não seja artificial ao espírito humano, que entenda e engrandeça a natureza humana e que seja justo, e eu concordo, é de facto preciso fazê-lo, também eu quero combater a pobreza e também eu defendo um modelo económico assente na justiça social, mas para tal a sociedade necessita de ser coesa, homogénea, de ter sentido de unidade em torno de uma entidade superior, de uma ideia, de um propósito, para nós é a nação, e a nação só se realiza quando o seu povo se realizar. Ninguém aqui é capitalista por princípio, defenderemos o sistema que melhor servir o povo, apenas isso. Antes da economia vêm os valores inalienáveis que o sistema económico deve servir e isso distingue um nacionalista de um capitalista, este último defende um quadro funcional económico, nós defendemos um conjunto de valores e não temos dogmas económicos, nesse sentido o marxista está mais próximo do capitalista do que nós, pois também um marxista puro serve um quadro económico, ainda que axiológico( porque tem um sentido de ética_ embora negado pela realidade).
Cumprimentos a todos.
Penso que me fiz entender mal em alguns pontos.1. Não chamei ideologia ao capitalismo 2. pareceu-me lógico (se calhar abusivamente) que me referia a critérios de valor no sentido filosófico 3.Peço-lhe que note que fiz distinção entre o marxismo que afirmei ser uma crítica económica e as várias interpretações. Lamento que ponhas tudo no mesmo saco porque é uma teoria demasiado vasto para dizer que foi refutado na prática apenas (fazendo a aproximação ao nacionalismo é como dizer que a UE foi refutada no tempo dos romanos).
Concordo quando diz que as aplicações não foram felizes por várias razões que digo se quiseres provas de sentido crítico e acho a tua definição de justiça nao so correcta como desejável porque nessas mesmas aplicacoes ficou provada a desmotivação da igualdade salarial cega (interpretações é a palavra chave).
Quanto as tuas ideias que admito nao ter percebido até ao ultimo post talvez por falta de zelo saberá que o sistema actual não é autosubsistente e parece-me absurdo que como nacionalista acima de tudo nao te revolte o neo-colonialismo que nos destroi a cultura e castra as iniciativas protagonizada principalmente pelo "amigo americano".
Concordarás também que em capitalismo esses valores morais são sempre um falsa questão porque os trabalhadores só são vistos como homens em tempos de abundância.
Quanto à critica do paternalismo aceito-a. mas penso que somos todos condicionados uns mais conscientemente que outros.
concordo com a Alianca da EUROPA e dos EUA pok afinal de tudo somos ambos culturas idendicas .... de ascendencia Europeia... nos EUA vivem 280 milhoes de pessoas das quais 250 milhoes sao descendestes de Italianos Irlandeses alemaes polacos etccc......
EUA é a Europa
menos os Pretos
lolol
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