A força da Nova Revelação
A globalização caracteriza-se pelo aumento da mobilidade económica, quase irrestrita, de quase tudo. Os movimentos de capital, as mercadorias, a informação,tudo o que se desloca rapidamente e a baixo custo potenciou o emergir das grandes empresas globais. Alimentada pela demissão dos Estados em controlarem as suas fronteiras e cada vez mais empenhada no acentuar dessa tendência e apostada no progresso técnico que sirva a competição empresarial nos sectores mais lucrativos, o fenómeno da globalização tem vindo a deixar um lastro de pobreza e desigualdade entre os países e as regiões do mundo.
A ideia de que o progresso técnico é a origem dessas desigualdades e do desemprego dá o álibi mais apetecível aos defensores da globalização, uma vez que o progresso técnico é inevitável pouco se poderia fazer e nada haveria a obstar.
Porém é o próprio processo de globalização, ou desnacionalização de toda a realidade( e não me refiro aqui exclusivamente ao económico), em si uma das grandes causas desses problemas e um proteccionismo estratégico é, na verdade, uma defesa, muitas vezes a única, ao dispor das populações.(*)
O liberalismo pró-globalização, que vê no avanço dos fenómenos mundialistas o triunfo de uma noção muito peculiar de aptidão está a produzir uma nova sociedade, também ela peculiar, de castas, onde amos e servos são definidos pelo mercado e este supostamente define o valor e o mérito. O resultado disto tem sido o estabelecimento de oligarquias fundadas sobre o poder financeiro que não se separam já do poder político, posto que o controlam, originando uma fusão da política com os negócios bem visível nos regimes ditos democráticos do Ocidente; desde os políticos e seus descendentes que inundam as empresas públicas e privadas( porque ao contrário do que gostam de insinuar os liberais basta passar algum tempo no sector privado para compreender que este paga bem os favores da classe política, mais que não seja porque lhe reconhece a inevitabilidade de existência), seja na guerra global ao terrorismo que a Administração Bush tem conduzido debaixo de argumentos moralistas quando os seus mais altos quadros têm interesses económicos nessa guerra e estão ligados a grandes grupos que com ela beneficiam_ não sendo por isso de forma alguma um acontecimento estritamente político_ seja na mercantilização de organizações supranacionais como a ONU, albergue de inúmeros dejectos políticos e parte activa na gestão de interesses económicos à escala mundial. É uma misturada total e o triunfo absoluto do poder financeiro, o tal que mais interesse tem no avanço imparável da globalização e dos fenómenos associados de mundialização ou desnacionalização das realidades.
A ordem social foi invertida: O “ter”(material) comanda o poder(político) que por sua vez dá ordens ao saber.
A defesa da globalização por alguns economistas é o produto do sucesso dos “Think Tanks” que lhe servem de apoio e que as oligarquias que com a globalização mais lucram financiam continuamente. Organizações dispersas à escala global mas com um discurso sempre idêntico; a lição está afinal bem preparada e têm todas filiação aparentada. E quando falamos em “Think Tanks” é preciso reconhecer que nenhum teve mais sucesso na segunda metade do século XX que o da Escola de Chicago, as alianças e as aproximações de “escolas de pensamento” que depois se formaram a partir daí e a enorme influência que entretanto alcançaram são o resultado de algo que já por várias vezes aqui referi, impõem sempre a sua lógica aqueles que antes vencem a batalha cultural e ideológica, e quando esses são os que mais financiamento antecipadamente receberam essa vitória acaba por ser o seu corolário lógico. É assim que, de repente, nos encontramos perante a fatalidade da globalização e da mundialização, a chuva de argumentos é incessante porque antes a batalha das ideias já foi ganha.
Esta ideologia global triunfou e não deixa espaço para o pensamento dissidente, a globalização é apenas mais um vértice do sistema de pensamento único, que aliás tem pouco de pensamento.
Ignacio Ramonet explica da seguinte forma o funcionamento vicioso dessa ideologia reinante:”Esse moderno dogmatismo constitui a tradução, em termos ideológicos, com pretensões universais, dos interesses de um conjunto de forças económicas, particularmente as do capital internacional” e acrescenta “As suas fontes principais são as grandes instituições económicas e monetárias_ Banco Mundial, FMI, OCDE, AGTAC, Comissão Europeia, etc, que, través do seu financiamento, põem ao serviço das suas ideias, em todo o mundo, inúmeros centros de investigação, universidades, fundações, as quais, por seu turno, aperfeiçoam e divulgam esse mesmo discurso. Esse discurso anónimo é retomado e reproduzido pelos principais órgãos de informação económica_ The Wall Street Journal, Financial Times, The Economist, Far Eastern Economic Review, Les Échos, Agencia Reuter, etc _ que muitas vezes são propriedade de grandes grupos industriais ou financeiros. Um pouco por todo o lado, Faculdades de Ciências Económicas, jornalistas, ensaístas e políticos retomam os principais mandamentos dessas novas tábuas da lei.”
A globalização não diz respeito ao comércio mas à concertação dos interesses à escala global das grandes oligarquias, afinal mais de metade das transacções dão-se entre filiais de grandes firmas globais.
É também imperioso compreender que se trata de um fenómeno que redunda na destruição das identidades colectivas específicas, privatizando e mercantilizando o mundo, individualizando-o. Os seus arautos desresponsabilizam-se dos desempregados, das futuras gerações, do ambiente, dos problemas demográficos do ocidente, até o homem é mercadoria, se acabam os europeus importa-se gente de outras paragens para manter o sistema em funcionamento.
Por isso não é aceitável rejeitar este novo dogma simplesmente por razões economicistas, direi até que fazê-lo seria situar a discussão ao único nível a que a sabem tratar os emissários da «Nova Revelação» e seria por outro lado aceitá-la implicitamente, que é o que faz a «nova esquerda» com a contraposição da ideia de alterglobalização, isto é,limitam-se a rejeitar o modelo económico não a “ideologia” subjacente, afinal ninguém mais que eles defende a abertura das fronteiras, a livre circulação de pessoas, a destruição das soberanias, a indiferenciação religiosa, etc.A globalização é apenas a expressão, sobretudo económica, de um universalismo nivelador que é muito mais abrangente, que abraça uma concepção do mundo apátrida e que assume a imposição de valores universais absolutos em que o mercado assume o papel de Deus e o quantitativo se sobrepõe ao qualitativo. O homem verdadeiramente livre tem que recusar uma definição quantitativa final do valor. Pegando no exemplo de Baudelaire, dizia ele que o poeta separa o valor de uso de uma obra do seu valor de mercado graças ao choque estético.É uma forma de ver a questão...
(*)"LA MONDIALISATION- La destruction des emplois et de la croissance- L'évidence empirique", Maurice Allais
A ideia de que o progresso técnico é a origem dessas desigualdades e do desemprego dá o álibi mais apetecível aos defensores da globalização, uma vez que o progresso técnico é inevitável pouco se poderia fazer e nada haveria a obstar.
Porém é o próprio processo de globalização, ou desnacionalização de toda a realidade( e não me refiro aqui exclusivamente ao económico), em si uma das grandes causas desses problemas e um proteccionismo estratégico é, na verdade, uma defesa, muitas vezes a única, ao dispor das populações.(*)
O liberalismo pró-globalização, que vê no avanço dos fenómenos mundialistas o triunfo de uma noção muito peculiar de aptidão está a produzir uma nova sociedade, também ela peculiar, de castas, onde amos e servos são definidos pelo mercado e este supostamente define o valor e o mérito. O resultado disto tem sido o estabelecimento de oligarquias fundadas sobre o poder financeiro que não se separam já do poder político, posto que o controlam, originando uma fusão da política com os negócios bem visível nos regimes ditos democráticos do Ocidente; desde os políticos e seus descendentes que inundam as empresas públicas e privadas( porque ao contrário do que gostam de insinuar os liberais basta passar algum tempo no sector privado para compreender que este paga bem os favores da classe política, mais que não seja porque lhe reconhece a inevitabilidade de existência), seja na guerra global ao terrorismo que a Administração Bush tem conduzido debaixo de argumentos moralistas quando os seus mais altos quadros têm interesses económicos nessa guerra e estão ligados a grandes grupos que com ela beneficiam_ não sendo por isso de forma alguma um acontecimento estritamente político_ seja na mercantilização de organizações supranacionais como a ONU, albergue de inúmeros dejectos políticos e parte activa na gestão de interesses económicos à escala mundial. É uma misturada total e o triunfo absoluto do poder financeiro, o tal que mais interesse tem no avanço imparável da globalização e dos fenómenos associados de mundialização ou desnacionalização das realidades.
A ordem social foi invertida: O “ter”(material) comanda o poder(político) que por sua vez dá ordens ao saber.
A defesa da globalização por alguns economistas é o produto do sucesso dos “Think Tanks” que lhe servem de apoio e que as oligarquias que com a globalização mais lucram financiam continuamente. Organizações dispersas à escala global mas com um discurso sempre idêntico; a lição está afinal bem preparada e têm todas filiação aparentada. E quando falamos em “Think Tanks” é preciso reconhecer que nenhum teve mais sucesso na segunda metade do século XX que o da Escola de Chicago, as alianças e as aproximações de “escolas de pensamento” que depois se formaram a partir daí e a enorme influência que entretanto alcançaram são o resultado de algo que já por várias vezes aqui referi, impõem sempre a sua lógica aqueles que antes vencem a batalha cultural e ideológica, e quando esses são os que mais financiamento antecipadamente receberam essa vitória acaba por ser o seu corolário lógico. É assim que, de repente, nos encontramos perante a fatalidade da globalização e da mundialização, a chuva de argumentos é incessante porque antes a batalha das ideias já foi ganha.
Esta ideologia global triunfou e não deixa espaço para o pensamento dissidente, a globalização é apenas mais um vértice do sistema de pensamento único, que aliás tem pouco de pensamento.
Ignacio Ramonet explica da seguinte forma o funcionamento vicioso dessa ideologia reinante:”Esse moderno dogmatismo constitui a tradução, em termos ideológicos, com pretensões universais, dos interesses de um conjunto de forças económicas, particularmente as do capital internacional” e acrescenta “As suas fontes principais são as grandes instituições económicas e monetárias_ Banco Mundial, FMI, OCDE, AGTAC, Comissão Europeia, etc, que, través do seu financiamento, põem ao serviço das suas ideias, em todo o mundo, inúmeros centros de investigação, universidades, fundações, as quais, por seu turno, aperfeiçoam e divulgam esse mesmo discurso. Esse discurso anónimo é retomado e reproduzido pelos principais órgãos de informação económica_ The Wall Street Journal, Financial Times, The Economist, Far Eastern Economic Review, Les Échos, Agencia Reuter, etc _ que muitas vezes são propriedade de grandes grupos industriais ou financeiros. Um pouco por todo o lado, Faculdades de Ciências Económicas, jornalistas, ensaístas e políticos retomam os principais mandamentos dessas novas tábuas da lei.”
A globalização não diz respeito ao comércio mas à concertação dos interesses à escala global das grandes oligarquias, afinal mais de metade das transacções dão-se entre filiais de grandes firmas globais.
É também imperioso compreender que se trata de um fenómeno que redunda na destruição das identidades colectivas específicas, privatizando e mercantilizando o mundo, individualizando-o. Os seus arautos desresponsabilizam-se dos desempregados, das futuras gerações, do ambiente, dos problemas demográficos do ocidente, até o homem é mercadoria, se acabam os europeus importa-se gente de outras paragens para manter o sistema em funcionamento.
Por isso não é aceitável rejeitar este novo dogma simplesmente por razões economicistas, direi até que fazê-lo seria situar a discussão ao único nível a que a sabem tratar os emissários da «Nova Revelação» e seria por outro lado aceitá-la implicitamente, que é o que faz a «nova esquerda» com a contraposição da ideia de alterglobalização, isto é,limitam-se a rejeitar o modelo económico não a “ideologia” subjacente, afinal ninguém mais que eles defende a abertura das fronteiras, a livre circulação de pessoas, a destruição das soberanias, a indiferenciação religiosa, etc.A globalização é apenas a expressão, sobretudo económica, de um universalismo nivelador que é muito mais abrangente, que abraça uma concepção do mundo apátrida e que assume a imposição de valores universais absolutos em que o mercado assume o papel de Deus e o quantitativo se sobrepõe ao qualitativo. O homem verdadeiramente livre tem que recusar uma definição quantitativa final do valor. Pegando no exemplo de Baudelaire, dizia ele que o poeta separa o valor de uso de uma obra do seu valor de mercado graças ao choque estético.É uma forma de ver a questão...
(*)"LA MONDIALISATION- La destruction des emplois et de la croissance- L'évidence empirique", Maurice Allais
9 Comentários:
Parabéns Rodrigo, mais um excelente texto. Temos que começar a pensar compilar os melhores textos deste blogue e editá-los em papel.
NC
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--- Isto não tem nada que saber!!!
--- Os Mega-Capitalistas - dotados de fortunas colossais - estão fortemente empenhados em lançar o CAOS no Planeta... para depois... poderem colocar um FIM à actual Civilização: a Civilização aonde existem Países no Planeta!...
--- E depois [ nota: com o fim do Serviço Militar Obrigatório... as Forças Armadas ficaram reduzidas a profissionais... que irão trabalhar para quem lhes pagar mais...] com 'meia-dúzia' de Mercenários muito bem pagos [ e dotados de armas de alta tecnologia ]... os Mega-Capitalistas vão poder - a partir do CAOS... - erguer uma NOVA CIVILIZAÇÃO no Planeta:
---> um PLANETA PRIVADO... com Senhores Donos do Mundo -> um Neo-Feudalismo à escala global!!!
---> NOTA: Para Combater a Privatização do Planeta... deve-se precisamente... COMBATER O CAOS!... Isto é, deve-se constituir Espaços aonde exista ORDEM SOCIAL!!!...
--- Assim sendo, não nos devemos preocupar com os SEPARATISMOS... ou seja... TODOS os Separatismos devem ser aceitáveis... desde que... nesses territórios exista ORDEM SOCIAL!
P.S. Como é óbvio, os os Mega-Capitalistas estão interessados em que exista, por todo o Planeta, uma proliferação de territórios de 'Mistura Racial Explosiva'...
///
Caríssimo Rodrigo:
um óptimo 2006. Um abraço.
Andes de mais, desejo a todos um excelente ano de 2006.
Na realidade, as pessoas aceitaram esta fatalidade, porque o regime feudal anteriormente praticado era simplesmente “mau demais para ser vivido”.
No início do Séc. XX, os direitos das pessoas começaram a “sentir” o caminho certo, com a criação de associações civis, pouco interventivas nas Leis, mas bastante úteis na mudança de mentalidade, as pessoas viram uma “âncora” de salvação para o estado deplorável da sociedade em que viviam e, o mais importante, podiam dar a sua opinião. A criação de sindicatos, que para mim, não é uma associação civil qualquer, visto que pode intervir directamente junto da entidade patronal, bem como do Governo, podendo negociar Leis e certas regalias sociais, sendo uma associação mais complexa, poderosa e bem apetrechada de uma estrutura rígida, capaz de sofrer fortes embates sem se desmoronar. Mas alguns direitos foram salvaguardados, mas isto tudo teve um preço, a violência. Basta “ver” o que aconteceu nos Estados Unidos, na Inglaterra, França, etc. no início do Séc. XX, para constatar estes factos.
As coisas resultaram porque simplesmente os capitalistas foram apanhados desprevenidos pela criação dessas mesmas associações e sindicatos e pelas suas acções de rua inteligentes mas violentas. Mas as coisas mudaram quando os capitalistas, depois de se refazerem de uma grande “batalha sangrenta”, começaram a ripostar. Os capitalistas tinham o total controlo dos vários governos espalhados por esse mundo, tinham os meios que todos nós sabemos que tinham e mais, tinham algo que ninguém podia resistir durante muito tempo, devido à educação e à “vista curta” da população em geral, A CHANTAGEM. Nem mais, os capitalistas, bem como os marxistas, fizeram chantagem em relação à perda de regalias sociais e dinheiro e o mais importante, a sempre eficaz táctica do “estômago vazio”. Se não trabalhas como, nós capitalistas, queremos, tu e a tua família vão morrer de fome!!! Nada mais forte, para uma família pobre sem qualquer tipo de educação, representando cerca de 90% da população de qualquer nação nessa altura, que a chantagem da miséria e a certa morte dos seus familiares e amigos. A inexistente educação dessas populações privava-as de conceber ideias e lógicas para lutar contra os “cérebros” que os capitalistas podiam comprar facilmente.
Agora, a chantagem é outra, ganhando contornos mais astutos e complexos. Ou trabalham como os capitalistas querem, ou então, não poderão pagar o empréstimo da casa, do carro, não poderão pagar a educação dos filhos, os seguros de saúde e não poderão continuar a consumir a nova droga da sociedade, o consumismo.
Agora só falta surpreender os capitalistas de novo. E os marxistas estão a dar aos Nacionalistas a hipótese de revolucionar as coisas. Vejamos só isto, hoje em dia, as associações civis e os sindicados, não podem competir com os grandes interesses económicos, pois estes encontram-se desprovidos que qualquer poder legislativo, reivindicativo e económico. Não têm armas para lutar, por isso, não têm qualquer utilidade para combater os direitos das famílias e dos trabalhadores. Os marxistas e as suas políticas bem sincronizadas com os capitalistas, foram longe demais, cometeram O GRANDE ERRO. A vivência está-se a tornar um inferno, porque os vários povos, bem diferentes uns dos outros, podem trabalhar juntos, mas não se entendem, não conseguem conviver e ainda pior, confrontam-se selvaticamente. As Associações civis e os Sindicatos podiam pegar exactamente nesse ponto de discórdia, confusão e de revolta. Os Sindicatos e as Associações podiam apostar noutro tipo de luta sem alterar os seus estatutos reconhecidos pela lei e nisso não é necessário muito dinheiro para mudar a mentalidade das pessoas que vivem no meio do crime e violência.
Eu não nenhum diabo ou coisa que se lhe pareça, mas também não sou um anjinho, isso garanto-vos, que não sou!!!!!
Mais uma vez um texto de referência para um Blog de referência, parabéns.
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