sábado, maio 28, 2005

A revolução permanente do Bloco de Esquerda

O Bloco de Esquerda elegeu recentemente para a sua Mesa Nacional dois estrangeiros, uma espanhola de 25 anos que está em Portugal há menos de 1 ano e Mamadou Ba um senegalês que é também dirigente da SOS Racismo. A situação é, de acordo com a legislação portuguesa, inadmissível, já que não é permitido segundo esta a eleição de estrangeiros para órgãos de direcção partidária. O BE foi muito naturalmente o primeiro partido a contornar a lei, fizeram-no usando a habitual dissimulação que marca a cultura política do partido. Assim, a turista espanhola e o Mamadou surgem na Mesa Nacional do partido na condição de convidados, no entanto, é o próprio Francisco Louçã que reconhece que este é apenas um mecanismo cujo objectivo é tornear a lei, afirmando que não existe na prática qualquer diferença de estatuto entre estes dois “convidados” e os outros dirigentes do Bloco. Naturalmente Louçã mostra-se também na disposição de iniciar uma luta pela mudança da legislação de forma a permitir a entrada de estrangeiros para as direcções dos partidos políticos portugueses.

Isto não é mais que a consequência lógica da ideologia trotskista que domina o BE, o trotskismo é o mais apátrida dos marxismos, é conhecida a oposição à ideia de revolução socialista ao nível nacional por parte dos trotskistas e a sua intransigente defesa da necessidade de internacionalização completa da revolução socialista, mostrou-o a sua oposição à ideia do socialismo soviético como sendo uma revolução incompleta na medida em que assumia fronteiras nacionais. Para o trotskismo não existem nações, povos ou culturas; apenas classes sociais uniformes de país para país, gente que não tem pertença a qualquer tipo de identidade étnica, histórica, cultural, familiar, mas apenas compartilha uma identidade laboral, de classe; e o objectivo último para o alcance da ditadura do proletariado trotskista é a internacionalização da revolução e a consequente necessidade de destruição dos mais profundos laços fundadores das nações.

«We can and we must find a way to the consciousness of the Negro workers, the Chinese workers, the Indian workers, and all the oppressed in the human ocean of the colored races to whom belongs the decisive word in the development of mankind.»

Esta frase escrita por Trotsky em 1932 num texto intitulado «Closer to the proletarians of the colored races» é emblemática da constante aproximação e ligação do trotskismo moderno, e no caso português do Bloco de Esquerda, aos imigrantes não-europeus. Simboliza a estratégia de «empowerment», de entrega de poder às minorias étnicas em desfavor dos europeus, como meio para atingir a revolução socialista, estes imigrantes, encorajados pela propaganda da opressão histórica sofrida, serão armas dispostas a combater pela destruição da ordem tradicional das civilizações europeias que terá de ser bem sucedida de forma a fazer triunfar a nova ordem mundial trotskista-marxista. É natural que assim seja, a sociedade mudou radicalmente e a força social do proletariado propriamente dito extinguiu-se com a progressiva diminuição dessa classe social e o surgimento nas sociedades ocidentais de classes médias maioritárias. Não podendo contar com a outrora decisiva força do proletariado tradicional, os imigrantes, como outros grupos minoritários ou anti-tradicionais (homossexuais, feministas radicais, minorias religiosas, etc.) tornaram-se um instrumento decisivo para os objectivos dos trotskistas. É com o alimentar do sentimento de opressão e exclusão desses grupos e o fomentar do ódio desses agregados à histórica ordem civilizacional ocidental que o trotskismo moderno aspira ao poder. A “revolução permanente” de Trotsky exige um clima de constante ressentimento face às instituições tradicionais e ninguém melhor que as denominadas minorias étnicas o pode representar.

Mamadou Ba será apenas o primeiro africano de outros que progressivamente irão conquistando poder político dentro de Portugal utilizando o BE como instrumento legal de conquista de influência bem como as associações civis ligadas ao Bloco de Esquerda, na linha da estratégia delineada por Trotsky de apelação e fomentação do sentimento de opressão das pessoas de cor, como lhes chama o ideólogo bloquista. O BE é um Cavalo de Tróia inserido dentro do parlamento nacional prestes a abrir as suas portas contra os portugueses no momento oportuno. Numa sociedade sã uma situação como esta seria intolerável, mas há muito que a Europa está doente, há muito que o relativismo total embaciou a consciência de todos os europeus e fez perder todo o sentido ao conceito de sanidade. Já não existem valores elevados, apenas valores relativos. O sentimento nacional, patriótico, é achincalhado e ridicularizado, apenas o individuo conta, sem laços, sem sentido de causa ou dever, sem lealdades, muitas vezes nem à família quanto mais à nação.

Por fim, não deixa de ser espantosa a promiscuidade que é patente entre o BE e a SOS Racismo, não se trata apenas do Sr. Mamadou que se tornou dirigente de ambos, é uma promiscuidade que vem detrás e que não parece incomodar ninguém. Há algum tempo corria a suspeição de que a campanha regional do BE nos arquipélagos da Madeira e Açores estava a ser financiada pela SOS Racismo, nada disto mereceu destaque apesar de todas as redacções jornalísticas terem conhecimento do que se comentava. Ora a SOS Racismo, beneficiando do estatuto de utilidade pública, recebe financiamento estatal, logo é subsidiada pelos impostos de todos os portugueses. Uma organização que nada faz em prol dos interesses da nação portuguesa é subvencionada pelos portugueses(obviamente mais que pelos trabalhadores imigrantes), a grande maioria não se reconhecendo nos objectivos e actuação dessa parasitária associação. As relações promíscuas entre o BE e a SOS Racismo foram reforçadas com a recente eleição de Mamadou para a Mesa Nacional do partido, confirmando que entre estas agremiações existem relações mal explicadas. É sobretudo com o dinheiro dos trabalhadores nacionais que se pagam despesas inúteis que nada produzem ou que são até contrárias às conveniências da nação,como é o caso das actividades da SOS Racismo, portugueses que frequentemente sobrevivem no limiar da pobreza e a quem os sucessivos governos penalizam, fazendo incidir sobre esses trabalhadores o ónus das desastrosas gestões governamentais. Será que para além de sustentarmos os parasitas da SOS Racismo ainda andamos a pagar de forma dúbia as campanhas de uma organização de extrema-esquerda como o Bloco por via destas promíscuas relações?

O BE é o fiel espelho do trotskismo anti-nacional e da sua luta permanente pela destruição da tradição ocidental, dos laços de pertença inatos e estruturantes; lembrando Trotsky: trata-se da “revolução permanente” e das suas interpretações, necessariamente contra as nações e aquilo que ainda as agrega, minando internamente os países pelo reforço político da diversidade étnica e cultural, pelo incentivo à heterogeneidade e contra a identidade orgânica dos europeus. Só assim poderão abrir caminho à internacionalização da ditadura marxista.

segunda-feira, maio 23, 2005

Neo-liberalismo,neo-conservadorismo e lobby judeu

Com a ascensão de Reagan ao poder iniciou-se o período dourado do neo-liberalismo, ou pelo menos é com este aspecto mais visível da administração Reagan que usualmente nos familiarizamos mais facilmente. Porém, a grande transformação que a administração Reagan simbolizou foi a de uma importante viragem nos meios ditos conservadores americanos. Na realidade foi com a administração Reagan que se começou a desenhar nos EUA o surgimento do movimento que é hoje conhecido por neo-conservadorismo. É ali, na presidência Reagan, que se encontram os fundamentos do intervencionismo constante dos Estados Unidos em várias partes do mundo e o início do fenómeno globalista.

Ao contrário do que sucedia com as anteriores presidências Republicanas, Reagan passou a estar rodeado de um grupo de conselheiros distantes do conservadorismo tradicional e com uma abordagem diferente da política externa americana, dos quais talvez se destaque Jeane Kirkpatrick; enquanto tradicionalmente a direita americana verdadeiramente conservadora defendia com intransigência os regimes que lhe eram aliados ou serviam os seus interesses e a sua mundividência, mesmo independentemente da natureza desses regimes, os neo-conservadores que começaram a surgir como conselheiros de Reagan defendiam uma atitude diferente; a de intervir no exterior para mudar a natureza dos regimes e torná-los um reflexo dos valores supostamente defendidos pelos EUA. Aqui se traça a primeira diferença óbvia entre os neo-conservadores e os conservadores tradicionais americanos já que para poder justificar a intervenção sobre regimes externos se começou a difundir a ideia de que o fariam para defesa de valores como a democracia, a liberdade e os direitos humanos, no fundo a mesma cantilena que ouvimos hoje a Bush, também ele rodeado do “lobby” neo-conservador.

O neo-liberalismo surge assim como a expressão económica de uma visão política global do mundo, não necessariamente nos seus aspectos estritamente económicos mas na sua intransigente defesa da “mundialização” de valores em ordem a poder funcionar produtivamente.

Leo Strauss, um autor muito do agrado de alguns conservadores, viria a representar um papel importante no novo rumo que o conservadorismo americano assumiria. Curiosamente Strauss ensinou na Universidade de Chicago, local de expansão do actual «mainstream» do pensamento neo-liberal. Paul Wolfowitz será talvez o “straussiano” mais conhecido na actual administração Bush, mas está longe de ser o único, nomes como Abram Shulsky, John Walters, Leon Kass juntam-se ao clube e homens como Irving Kristol e Norman Podhoretz, os teóricos centrais do neo-conservadorismo americano e também eles estudiosos de Strauss, marcam enquanto estrategas políticos a agenda Bush. O pensamento de Leo Strauss sofre claras influências da filosofia de Maquiavel e Platão, da sua crítica da democracia, do ênfase colocado na necessidade de existência de elites intelectuais capazes de conduzir as massas, da necessidade de que as elites saibam mentir de forma a controlar e manipular a população.Esta é também em si uma visão maquiavélica da política. Olhando para a actual presidência Bush encontramos ali estes ensinamentos levados à letra, a argumentação em torno da urgência da intervenção no Iraque foi toda ela construída sobre um aglomerado de mentiras e de manipulações da opinião pública. Não falo só da mentira sobre a existência de armas de destruição maciça mas também da forma como alguns meios de comunicação social norte-americanos foram manietados pela administração Bush por forma a instalar na população americana a ideia de que era do interesse nacional americano o derrube do regime iraquiano. Os lobbies neo-conservadores fizeram um tal trabalho que a dada altura mais de 60% dos americanos estavam convencidos do interesse nacional desta intervenção. Hoje, reconhecidamente, o Iraque é um local fora de controlo e ninguém sabe o que fazer ou que equilíbrios sairão dali. Nesta altura será interessante notar que Leo Strauss, como algumas das figuras que influenciou, com especial destaque para Paul Wolfowitz e os principais pensadores do neo-conservadorism, Irving Kristol e Norman Podhoretz, são todos judeus, sendo que Strauss foi durante parte da sua vida um reconhecido sionista.

Uma das características mais marcantes dos neo-conservadores e que os afasta dos conservadores tradicionais americanos, conhecidos agora por paleo-conservadores, é a sua intransigente defesa da necessidade dos EUA terem uma política externa de intervenção agressiva no mundo, como atrás referi, usando constantemente o argumento sempre politicamente correcto da defesa dos direitos humanos e da democracia. Os paleo-conservadores são profundamente anti-intervencionistas, são nacionalistas e não escondem a sua proximidade à defesa da ideia de identidade europeia dos Estados Unidos. No entanto, um olhar mais atento sobre a intervenção global dos EUA no mundo sob a influência neo-conservadora não deixa de levantar questões importantes sobre a real intenção por detrás destas políticas e da pertinência dessas intervenções ou dos interesses que realmente defendem. Como relatei atrás foi durante a administração Reagan que os neo-conservadores iniciaram a sua escalada de poder no seio do partido Republicano, sobretudo pelo papel definidor da política externa desempenhado por Jeane Kirkpatrick e Richard Perle, este último também um judeu .Essa influência neo-conservadora é hoje quase total na presidência Bush e é a tendência dominante no interior do partido Republicano, levando muitos paleo-conservadores a abandonar o referido partido. As intervenções da administração Bush reflectem bem a convergência de duas influências principais; por um lado os lobbies económicos que se encontram representados em Washington por homens como Dick Cheney, ex-funcionário da Halliburton, empresa com interesses no ramo energético( logo petrolífero) ou Condoleezza Rice antiga directora da Chevron, mais uma empresa do sector petrolífero, um outro caso bem mais conhecido será o do Grupo Carlyle, que tem beneficiado escandalosamente com a guerra ao terrorismo desencadeada à escala global e que conta com membros dentro da administração Bush(embora a influência deste grupo se tenha estendido às próprias administrações Democratas), por outro lado temos os interesses geopolíticos de Israel representados pelos neo-conservadores e que têm guiado a política externa dos Estados Unidos em convergência com os interesses óbvios do Estado de Israel. Trata-se da evidente constatação da avassaladora influência dos judeus americanos no despontar e crescimento do neo-conservadorismo até à actual hegemonia política nos sectores supostamente ligados à direita. Convém então analisarmos o que representa realmente esta nova espécie de “republicanos” conhecidos por neo-conservadores, quem são e o que defendem…

Irving Kristol e Norman Podhoretz são antigos liberais e democratas que apoiaram Martin Luther King e o movimentos dos direitos civis e que foram editores da revista “Commentary”, um magazine do Comité Judaico Americano que apoia ferozmente Israel, opõe-se à constituição de qualquer estado palestiniano e que tem defendido uma política externa americana desdenhosa em relação à Europa bem como a intervenção unilateral dos EUA para o derrube de regimes hostis a Israel, nomeadamente no Iraque, Irão, Síria, Líbano, Jordânia, Arábia Saudita, Egipto e Líbia. Entretanto estes homens converteram-se em “conservadores” e tornaram-se os grandes teóricos do movimento neo-conservador, mas as suas origens políticas estão sem dúvida radicadas na esquerda americana e isto serve para definir o que representa na realidade o neo-conservadorismo: um desvio da direita tradicional americana da sua matriz original. Não há que ter ilusões, as proveniências políticas e pessoais destes teóricos do neo-conservadorismo são patentes nas características deste novo conservadorismo que entretanto tomou de assalto as estruturas do GOP e montou uma rede de instituições que se constituíram como os “think tanks” das administrações republicanas definindo as estratégias políticas da direita, deixando os paleo-conservadores órfãos de representação política e social e que são generalizadamente controladas pelo lobby judeu norte-americano.

Os neo-conservadores têm assumido um papel ainda de maior destaque desde o 11/9 e estão por detrás da determinação da política externa americana que daí surgiu, defendendo uma visão unilateral e de supremacia americana no mundo, desvalorizando a cooperação e a aliança diplomática com a Europa e privilegiando as relações com Israel. A mulher de Kristol, Gertrude Himmelfarb é ela própria uma das estrategas neo-conservadoras de maior relevo nos EUA e uma militante defensora dos interesses do Estado de Israel, o filho de ambos, William Kristol é o editor da Weekly Standard, uma revista referência do pensamento neo-conservador e é também o fundador do «Projecto para o Novo Século Americano» uma das instituições com mais poder político nos Estados Unidos, da qual saem muitos dos decisores da política externa americana que integram as administrações republicanas e que tem sido o centro difusor da estratégia de dominação global norte-americana. Desta instituição saem inúmeros quadros que formam o núcleo duro do pensamento político da actual “direita” americana.

O «Projecto para o Novo Século Americano» tem as suas instalações no mesmo edifício que serve de sede ao poderoso AEI (American Enterprise Institute) um “think tank” onde homens como Richard Perle assumem um papel de destaque e onde predomina o lobby judeu.

Foi a partir do AEI que personagens como Perle, Douglas Feith(que foi o nº 3 no Pentágono), e David e Meyrav Wurmser(membro do Instituto Hudson,neo-conservadora e nascida em Israel ) escreveram em 1996 um relatório para o partido israelita Likud( que seria liderado por Netanyahu) onde se explicava como quebrar o processo de paz de Oslo e se aconselhava a invasão do Iraque como o primeiro passo para o estabelecimento da hegemonia israelita no Médio Oriente. David Wurmser, um defensor de longa data de uma aliança incondicional com Israel, foi conselheiro de John Bolton no Departamento de Estado norte-americano, este último agora nomeado pela administração Bush para embaixador nas Nações Unidas. Uma enormíssima coincidência terá sido a invasão sem pretexto real do Iraque por parte dos EUA, ou então talvez o culminar do poder real deste lobby judeu e a demonstração clara do que significa realmente o neo-conservadorismo, escolham a hipótese que preferirem…

Mas as estranhas ligações do lobby judeu ao movimento neo-conservador e ao poder em Washington atingem ainda mais ramificações; a mulher de Dick Cheney, Lynne Cheney também faz parte do AEI. Dick Cheney, entretanto, certamente em mais uma incrível coincidência, convidou Victoria Nuland para sua conselheira em Defesa Nacional, ora a senhora Nuland é casada com Robert Kagan, co-fundador do «Projecto para o Novo Século Americano» com William Kristol. Kagan e o seu pai, também ele um ex-liberal convertido em neo-conservador, têm sido vozes activas na reivindicação de que o actual orçamento do pentágono não é suficiente para a criação de uma desejada e incontestável supremacia absoluta dos EUA no mundo por via do poderio militar.

Quando se fala na necessidade de considerar na presente conjuntura os EUA como aliado da Europa é importante que os nacionalistas europeus entendam que não será nunca com a actual América que isso será desejável. Os aliados naturais da Europa nos EUA, aqueles que podem representar de facto uma plataforma de entendimento e aliança entre Europa e EUA são os paleo-conservadores, nunca os denominados neo-conservadores que dominam por completo a política externa contemporânea americana e o descaracterizado Partido Republicano. O neo-conservadorismo que transformou a direita americana numa estranha caricatura é anti-europeu de raiz, liberal nas origens e sionista nos objectivos, advoga aliás claramente uma supremacia norte-americana sobre o mundo e a Europa em particular e a utilização dos europeus ao serviço dos interesses globais dos EUA e de Israel. Os factos não deixam margem para dúvidas. É preciso que o paleo-conservadorismo americano, que é nacionalista, defensor de uma identidade matricial europeia dos EUA, contra o poder monopolista das grandes corporações e anti-globalista, consiga reabilitar-se e reconquistar o seu espaço, essa luta é imperiosa para o futuro da própria Europa e da verdadeira civilização ocidental, porque é aí que se encontram os aliados naturais do Velho Continente.

domingo, maio 22, 2005


CAMPEÕES
«Sou do Benfica
E isso me envaidece
Tenho a genica
Que a qualquer engrandece
Sou de um clube lutador
Que na luta com fervor
Nunca encontrou rival
Neste nosso Portugal.

Ser Benfiquista
É ter na alma a chama imensa
Que nos conquista
E leva à palma a luz intensa
Do sol que lá no céu
Risonho vem beijar
Com orgulho muito seu
As camisolas berrantes
Que nos campos a vibrar
São papoilas saltitantes.»


terça-feira, maio 17, 2005

A rebelião das massas

«É deplorável o frívolo espectáculo que os povos menores nos dão. Visto que, como se diz, a Europa decai e, portanto, deixa de mandar, cada nação e naçãozinha pula, gesticula, vira-se de cabeça para baixo ou põe-se em bicos de pés e estica o pescoço, fingindo-se uma pessoa maior que rege os seus próprios destinos. Daí o panorama como que de vibrião de «nacionalismos» que se nos apresenta em todas as partes.

Nos capítulos anteriores tentei filiar um novo tipo de homem que hoje predomina no mundo: chamei-o homem-massa, e fiz notar que a sua característica principal consiste em que, sentindo-se vulgar, proclama o direito à vulgaridade e nega-se a reconhecer instâncias superiores a ele. Era natural que, se esse modo de ser predomina no seio de cada povo, o fenómeno se traduza também quando olhamos para o conjunto das nações. Também há, relativamente, povos-massa decididos a rebelarem-se contra os grandes povos criadores, minoria de estirpes humanas que organizam a história. É verdadeiramente cómico contemplar como esta ou aquela republicazinha, do seu recanto perdido, se põe em bicos de pés e increpa a Europa e se declara demissionária da história universal.

Que resulta? A Europa tinha criado um sistema de normas cuja eficácia e fertilidade os séculos demonstraram. Essas normas não são, longe disso, as melhores possíveis. Mas são, sem dúvida, definitivas enquanto não existirem ou se divisem outras. Para superá-las é inexcusável dar à luz outras. Agora, os povos-massa resolveram dar por caducado aquele sistema de normas que é a civilização europeia, mas, como são incapazes de criar outro, não sabem que fazer e, para ocupar o tempo, dedicam-se à cambalhota.

É esta a primeira consequência que advém quando no mundo alguém deixa de mandar: que os outros, ao rebelarem-se, ficam sem ter que fazer, sem programa de vida (…).

Anda por aí um rumrum de que já não regem os mandamentos europeus e, por via disso, as pessoas_ homens e povos_ aproveitam a ocasião para viver sem imperativos. Porque só havia os europeus (…)

Mas o que agora se passa na Europa é coisa insalubre e estranha. Os mandamentos europeus perderam vigência sem que se vislumbrem outros no horizonte. A Europa, diz-se, deixa de mandar e não se vê quem possa substituí-la (…).

E a verdade autêntica é esta. Todo o mundo _nações, indivíduos _ está desmoralizado. Durante uma temporada esta desmoralização diverte e até ilude vagamente. Os inferiores pensam que lhes tiraram um peso de cima. Os decálogos conservam do tempo em que eram inscritos na pedra ou no bronze o seu carácter de pesadez. A etimologia de mandar significa carregar, pôr algo nas mãos de alguém. Aquele que manda é, sem remissão, aquele que carrega. Os inferiores de todo o mundo já estão fartos de ser carregados e encarregados, e aproveitam com ar festivo este tempo exonerado de imperativos gravosos. Mas a festa dura pouco (…).

Não importaria que a Europa deixasse de mandar se houvesse alguém capaz de substituí-la. Mas não há nem sombra disso. Nova Iorque e Moscovo não são nada de novo em relação à Europa. Uma e outra são duas parcelas do mandamento europeu que perderam o seu sentido ao dissociarem-se do resto. Na realidade provoca arrepios falar de Nova Iorque e de Moscovo. Porque uma pessoa não sabe com plenitude o que são: só sabe que nem sobre uma nem sobre outra se disseram ainda palavras decisivas (…)

Quem evitar cair na consequência pessimista de que ninguém vai mandar, e que, portanto, o mundo histórico volta ao caos, tem de retroceder ao ponto de partida e interrogar-se seriamente: É tão certo como se diz que a Europa está em decadência e se demite do mando, abdica? Não será esta aparente decadência a crise benfeitora que permitirá que a Europa seja literalmente Europa? Não seria necessário a priori a evidente decadência das nações europeias, se algum dia fosse possível os Estados Unidos da Europa, a pluralidade europeia substituída pela sua unidade formal?

É grave que esta dúvida sobre o mando do mundo, exercido até agora pela Europa, tenha desmoralizado o resto dos povos, salvo aqueles que pela sua juventude estão ainda na sua pré-história. Mas é muito mais grave que este «piétinement sur place» chegue a desmoralizar por completo o próprio Europeu. Não penso assim por eu ser europeu ou coisa parecida. Não é que diga: Se o Europeu não há-de mandar no futuro próximo, não me interessa a vida no mundo (…). Aceitaria que não mandasse ninguém, se isto não trouxesse consigo a volatilização de todas as virtudes e dotes do homem europeu.

Ora bem: este último facto é irremissível. Se o Europeu se habitua a não mandar, bastará geração e meia para que o Velho Continente, e atrás dele o mundo todo, caia na inércia moral , na esterilidade intelectual e na barbárie omnímoda. Só a ilusão do império e a disciplina de responsabilidade que isso inspira podem manter em tensão as almas do Ocidente. A ciência, a arte, a técnica e tudo o resto vivem da atmosfera tónica que é criada pela consciência de mando: se esta faltar, o Europeu envilecer-se-á pouco a pouco. As mentes já não terão essa fé radical em si mesmas que as lança enérgicas, audazes, pertinazes, à captura de grandes ideias novas em todas as ordens. O Europeu tornar-se-á definitivamente quotidiano. Incapaz de esforço criador e de luxo, recairá sempre no ontem, no hábito, na rotina. Tornar-se-á uma criatura grosseira, formulista, chocha, como os Gregos da decadência e os de toda a história bizantina.»

De "A Rebelião das Massas" de 1930;Ortega y Gasset.

sábado, maio 14, 2005

Chega de guerras fratricidas

Está em curso uma campanha de difamação política do PNR, não muito sofisticada, mas talvez suficiente para enganar alguns cidadãos de espírito simples. Apenas me ocorre dizer que tudo isto é triste. A desinformação e o boato correram rápido e chegaram às páginas dos jornais e a responsabilidade disto, é bom que fique claro, não é dos jornalistas, que se limitaram a aproveitar a oportunidade. Não se entende que surjam precisamente de meios ditos nacionalistas falsas notícias que apenas prejudicam o único partido nacionalista português. Talvez pretendam que acabemos todos como abstencionistas, ou então, a travar a “batalha das ruas”, sem qualquer vislumbre de sucesso, pelo simples prazer de nos dizermos “anti-sistema”…

Não tenho qualquer ligação a dirigentes do PNR nem sou filiado no partido, não tenho também qualquer ligação a “movimentos” ou grupos, não estou sequer já directamente ligado à CI e por isso estas palavras responsabilizam-me apenas a mim, e é assim que devem ser lidas, palavras escritas com total independência mas com o sentido de oportunidade que achei necessário

Este texto não será provavelmente entendido por muita gente, mas estou certo que será compreendido por quem me interessa que compreenda, e é a esses que peço que parem para reflectir enquanto é tempo, apelo ao bom-senso, sob pena de nos juntarmos ao patético clube dos que discutem os problemazinhos do PSD e CDS, ou fundações e refundações da direita enquanto Portugal desaparece.

terça-feira, maio 10, 2005

Multiculturalismo, democracia e liberdade, uma conjugação impossível

Apesar de todos os inquéritos feitos às populações europeias revelarem que em nenhum país os cidadãos se mostram dispostos a acolher mais imigrantes, o fluxo de chegada de não-europeus ao nosso continente não cessa e sempre com o beneplácito dos governos da Europa. Esta situação encerra algo de absurdo, pois que os dirigentes nacionais se mostram absolutamente indiferentes à vontade dos seus cidadãos, na ânsia de servirem interesses financeiros e absolutamente distantes da realidade quotidiana das populações das classes média e baixa. Dispondo da capacidade de viverem distantes do contacto com os problemas que a imigração maciça causa nas populações europeias, esta classe dirigente segue de forma autista o caminho da destruição irreversível da Europa. Estão imunes aos sentimentos e anseios dos seus povos e no entanto são manipulados por um falso humanitarismo que, de forma permanente e incansável, nos procura forçar a aceitar a descaracterização da nossa identidade como se tivéssemos uma eterna dívida para com todos os outros povos, a nossa culpa maior é termos erguido a mais completa e conseguida construção civilizacional do Mundo, a ocidental, e por isso devemos pagar, pagar com a nossa subjugação, é esse o preço , o preço a pagar pela humilhação que constituiu para as outras civilizações a confrontação histórica com o sucesso, a superioridade societária e as conquistas sociais do ocidente.

O ressentimento é notório nos novos imigrantes islâmicos que por toda a Europa começam a constituir Estados informais dentro dos Estados nacionais europeus, assumindo que têm por objectivo expandir o Islão na Europa e não aceitando viver de acordo com os princípios elementares que marcam as civilizações europeias. Isto tem sido por demais óbvio na Alemanha, na Holanda, em Espanha e em França. Segundo um estudo sociológico de Wilhelm Heitmayer 1/3 dos jovens muçulmanos na Alemanha pretende aumentar o poder do Islão naquele país europeu e 36% afirmam-se dispostos a usar violência contra os «infiéis». Na Inglaterra líderes islâmicos fanáticos fazem em mesquitas discursos de ódio primário contra o ocidente sem que as autoridades tomem qualquer medida. Em França o ridículo chegou ao ponto de o governo francês estar a financiar com os impostos dos cidadãos franceses as actividades religiosas do Islão, segundo eles para evitar que estas sejam financiadas por radicais. Na Holanda vários cidadãos pacatos têm sido agredidos por jovens magrebinos pelo simples facto de serem europeus, dizem os “SOS racismos” e quejandos que são naturais sentimentos de revolta social, muitos holandeses viram-se forçados a abandonar os seus bairros de sempre por não conseguirem ter paz em zonas para onde deslocaram imigrantes magrebinos. Na mesma Holanda o cineasta Theo Van Gogh foi brutalmente assassinado por ter criticado o Islão, na sua própria terra, num país que se orgulhava da extrema liberdade de opinião.

O mesmo sentido de vingança e de ressentimento contra os ocidentais sobressai nos africanos nos EUA e por toda a Europa. Nos Estados Unidos, os rappers negros, muitos deles criminosos reconhecidos, designados gangsters, lançam no mercado músicas que constantemente apelam à violência contra os brancos, à violação das suas mulheres, ao roubo das propriedades dos cidadãos caucasianos, sem que se oiça qualquer protesto contra isto, sem que sejam acusados de racismo, pelo contrário, este tipo de música é promovido até à exaustão e tem honras de destaque em cerimónias de prémios musicais ou nas transmissões de certas cadeias televisivas. Recentemente , na França, em Março, uma manifestação de estudantes contra as reformas no ensino superior foi atacada por africanos que espancaram e roubaram os presentes pelo simples facto de estes serem brancos, no final destes actos de barbárie os africanos ainda se gabaram aos jornalistas dos seus feitos, mostrando orgulho nas suas acções, afirmando que tiveram prazer em espancar os «pequenos brancos» e que o fizeram por vingança contra os europeus. Mais uma vez as associações anti-racistas mantiveram em relação a este caso um silêncio comprometedor. Em Portugal, gangs de jovens africamos molestam e assaltam os portugueses na linha de Sintra, na margem sul, em várias zonas da cidade de Lisboa, com uma regularidade impressionante; recentemente uma besta assassina alvejou com mais de 20 tiros um agente da polícia num crime de claro ódio que não mereceu a mais pequena reacção da esquerda nacional ou do SOS Racismo. Os exemplos são tantos e sucedem-se a tal ritmo que não é possível fazer mais que traçar uma quadro geral do que está a acontecer à nossa civilização, mas é um quadro que mostra sem margem para dúvidas( se elas existissem) que esta imigração extra-europeia nutre um profundo rancor contra as populações que a recebem, por razões que são sobretudo históricas e civilizacionais.

Recentemente em Espanha regularizou-se a situação de 700 000 imigrantes, o ministro Caldera explicou, orgulhoso, que esta regularização permitirá o aumento das contribuições para a Segurança Social. Mas o mesmo senhor esqueceu-se de lembrar que estes imigrantes passam também a beneficiar dos programas de Segurança Social do país, esqueceu-se de referir os custos associados aos programas de reinserção social e políticas habitacionais que vêm ligados ao aumento da imigração, esqueceu-se de falar nos custos sociais que surgem do aumento da insegurança e da criminalidade que as estatísticas mostram como correlacionados com a imigração, o ministro Caldera esqueceu-se também de referir a fabulosa contribuição dada pelos imigrantes para os atentados de 11 de Março, em resumo, o ministro Caldera, como os seus congéneres europeus, padece de memória selectiva…

O antigo Chancellor alemão Helmut Schmidt admitiu que o conceito de multiculturalismo é difícil de conjugar com uma sociedade verdadeiramente democrática e que os problemas associados ao influxo de trabalhadores turcos na Alemanha foram negligenciados. É pena que o senhor Schmidt não se tenha apercebido disso quando estava no poder. Disse ainda o senhor que na situação a que a Europa chegou os problemas colocados pela imigração já só podem ser ultrapassados por governos autoritários, dando Singapura como exemplo.

Ou seja, reconhece o problema e a necessidade de nós, ocidentais, abandonarmos os nossos valores actuais. É indiscutível que as ideias dominantes que norteiam actualmente a Europa e as suas elites são a grande causa da decadência iminente do continente, é preciso por isso reencontrar os valores que marcaram a ascensão e o esplendor da Europa; a força construtora, o vigor espiritual, o orgulho nas nossas ancestrais origens, a defesa da nossa identidade completa, a rejeição da chantagem culpabilizante que sobre nós incide, o direito à preservação da nossa herança biológica, da nossa cultura, o direito a dizermos:” nós primeiro!”, aí se encontra o espírito que pode servir um reerguer europeu, sob pena de nos vermos forçados a abdicar da nossa liberdade em ordem a manter presas por cordas sociedades que já nada têm de nações no verdadeiro sentido da palavra.

O Império Romano expandiu-se e ergueu-se unindo os mais variados povos e culturas, povos que muitas vezes nada tinham a ver entre si, que nada partilhavam, e essa foi também a sua desgraça, a razão do seu desmoronar, os romanos reinaram sobre um vasto conjunto de nações de vários continentes que apenas se mantinham unidas pela força e pela autoridade de Roma, foi esse poderio, essa superioridade militar, que foi impedindo que povos antagónicos se guerreassem entre si;quando o “edifício” ruiu o inevitável sucedeu, todas aquelas diferenças, aquela diversidade cultural e histórica, sobrepôs-se e o Império caiu.

Fala-se irresponsavelmente na necessidade de integração, no esforço que aos europeus cabe de aceitarem nas suas terras estes novos povos(independentemente dos enormes custos associados); mas pergunto, que integração? Já é difícil integrar populações minoritárias que são culturalmente distintas das europeias, mas certamente não é possível falar de integração quando esta imigração é maciça, avassaladora, quando, pela sua dimensão, tem uma capacidade reivindicativa de manter uma cultura própria e estranha à civilização europeia em pleno solo europeu e impor a sua presença aos autóctones sem que estes o desejem. Devemos integrar comunidades que, pelo seu número sempre crescente, se podem já constituir como pequenas nações no interior das antigas nações ocidentais? Não é possível e sobretudo não é exequível sem que obrigue à descaracterização da identidade ancestral dos países europeus.

A democracia real, orgânica, e a liberdade política, exigem a existência de valores partilhados, de uma vontade de convivência, de um sentido de origem e de continuidade comum, caso contrário apenas a força e a autoridade poderão manter unidos quem assim não o deseja, sem que as sociedades se transformem em zonas de permanente tensão e propensas à desagregação. A “balcanização” geral da Europa corre a alta velocidade e, mais grave, é caracterizada pela criação de autênticas nações extra-europeias dentro dos estados soberanos da Europa. É a liberdade que qualifica a civilização europeia que está a ser jogada com esta irresponsabilidade. Caminhamos para uma situação em que apenas um Estado neo-totalitário conseguirá manter a ordem e a união entre comunidades e pessoas que nada têm em comum mas que, por via de procedimentos burocráticos, passaram a gozar de uma mesma nacionalidade jurídica.E a história mostra que, tarde ou cedo, o desmembramento é mais que provável, com maiores ou menores custos; no cenário que se desenha talvez os custos sejam demasiados…

domingo, maio 08, 2005

Houve convenção no partido da tolerância

A convenção do Bloco de Esquerda realizada este fim-de-semana permitiu reter alguns pontos que ,no essencial, servem bem para caracterizar esta força política. Um partido que pratica o mais elementar terrorismo político e defende as mais doentias inversões de valores vê o poder de Louçã sair reforçado desta convenção(agora como coordenador da Comissão Política), o que não é de estranhar, pois que o BE sempre girou em torno desta curiosa personagem.

Mas mais interessante que o reforço de poder de Louçã, natural num partido cujos militantes não primam pela inteligência, é verificar que tipo de gentalha constitui a sua base. Assim ficámos a saber que Gil Garcia representante da Ruptura FER(considerada a ala de extrema-esquerda do BE_ como se algo no Bloco não fosse da extrema-esquerda_), acha que o BE está a ceder demasiado poder à ala direita(!) do partido, supostamente representada por Miguel Portas( vícios de família, certamente).Não se riam quando o dito fulano encontra uma ala direitista no Bloco, não é um caso de paranóia aguda, é sim o resultado da formação política do senhor e de muitos dos que o acompanham e subscrevem esta ideia. Para se entender melhor a posição do Gil atente-se nesta afirmação do militante bloquista;

À pergunta do Expresso: “ O BE prossegue uma via para o socialismo. Como?”, responde o Gil:”Está provado que a via parlamentar não o alcança. Não sei porque é que agora se tem medo de falar em revoluções sociais.”

Ou seja, já que com o parlamentarismo não vão lá e é necessária uma revolução social, daquelas que em nome do marxismo levaram à chacina de mais de 100 milhões de pessoas_ entenda-se_ e conduziram à implementação das verdadeiras democracias soviética, chinesa, cubana,albanesa, coreana, etc, eu deixo aqui uma sugestão ao camarada Gil, aproveite a moção da camarada Helena Carmo, uma ex-detida no processo dos assassinatos das FP-25 de Abril, procurem reunir alguns assassinos das ditas FP-25, certamente a camarada Helena conhecerá alguns, e iniciem nas ruas o processo da verdadeira revolução social. Sobretudo não permitam que esse partido paladino da tolerância e da liberdade que é o BE caia nas mãos de reaccionários como o Miguel Portas. Certamente será o superior interesse das massas que vos guiará…

segunda-feira, maio 02, 2005

Causa Identitária

Ontem, no dia 1 de Maio, dia do trabalhador, surgiu a Causa Identitária, um projecto de intervenção cultural e cívica que se propõe ser mais uma frente na luta nacionalista. O dia do trabalhador foi propositadamente escolhido para que fique claro que a luta dos nacionalistas é a luta dos trabalhadores portugueses, para que se saiba que os interesses e os direitos dos trabalhadores_ um combate historicamente reclamado em Portugal como exclusivo da esquerda_ deverão ser defendidos pelo nacionalismo, pois acima de tudo uma nação é o seu povo.

Longe do determinismo histórico do marxismo que reduz o homem ao nada, a um mero objecto numa máquina burocrática opressiva e do determinismo economicista do neo-liberalismo que, em última análise, afirma o primado de que o mercado por si alcança sempre o melhor resultado possível, tornando desta forma o homem num factor ao qual deve ser subtraído a capacidade de intervir no seu destino; o nacionalismo não deverá nunca esquecer que o homem pode e deve ser actor e não joguete da história, recusamos qualquer tipo de fatalismo e defenderemos sempre um Estado e uma política ao serviço dos trabalhadores e não um Estado totalitário ou uma finança especulativa servida pelos trabalhadores.

Recusando o igualitarismo primário em favor da integridade social, recusando o nivelamento da sociedade pela mediocridade em favor das hierarquias de mérito e nunca esquecendo que uma nação só é nação quando coesa e solidária, o combate pela justiça social é uma prioridade, porque só com essa justiça social pode existir um verdadeiro sentimento de comunidade. Não podemos aceitar que em nome de conceitos como produtividade ou rendibilidade se justifique a precariedade e a exclusão de parte da população como se de animais se tratassem.

Assim como não poderemos aceitar a ideologia apátrida do marxismo porque orgulhosos quando clamamos Portugal, assim como não poderemos aceitar a omnipresença asfixiante da burocracia marxista, mais inumana e exploradora dos trabalhadores que qualquer outra ideologia, também não poderemos ser cúmplices numa sociedade onde as disparidades económicas aumentam e a pobreza não cessa de alastrar ao abrigo de uma idolatria liberal do mercado.

A ideia de que o mercado por si representa a lei da natureza, ainda que as consequências sejam o esmagamento implacável dos mais fracos pelos mais fortes não pode ser aceite pelo nacionalismo, a ideia de que os encargos sociais e o pagamento de salários dignos representam perda de competitividade e consequente redução do emprego, que todos estes sacrifícios que se pedem aos trabalhadores são, no fundo, para seu bem, mesmo que estes sejam obrigados a viver no limiar da pobreza, não pode ser passivamente aceite, não quando a redução em 10% dos salários dos que auferem 1000 vezes mais que a média dos seus trabalhadores permitiria criar 100 novos postos de trabalho sem aumentar a massa salarial.

Não! Não podemos e não devemos deixar a abjecção da esquerda continuar a iludir o trabalhador português e não devemos ser cúmplices de um sistema vigente arbitrário que procura muitas vezes passar a ideia de que a pobreza é mero resultado da preguiça ou da falta de vontade, é preciso afirmar que a luta pela dignidade do trabalho dos portugueses é uma luta que está para além de politiquices, da esquerda e da direita adulterada, que concerne à nação, e como tal apenas por quem tem a nação por ideal político pode ser devidamente travada. E é por isso que simbolicamente nasce a 1 de Maio a Causa Identitária.

Existe vontade, existe a disponibilidade possível de quem não tem tempo,de quem não vive da política e só se prejudica pessoal e profissionalmente nesta contenda, nuns mais noutros menos, mas existe acima de tudo a ilusão, e ainda que o projecto ontem surgido não venha a ter o sucesso que desejamos, outros projectos surgirão e outros homens se levantarão para erguer a bandeira nacional, se falharmos hoje tentaremos amanhã, e se amanhã falharmos voltaremos a tentar novamente, e outros amanhãs com outros homens se sucederão até à vitória ou à derrota total, procurando nunca sucumbir à resignação, à rendição…Saiba o PNR liderar o caminho e possa a Causa Identitária_ e outras associações de intervenção social e cultural que desejo venham a surgir_ ajudar neste combate.

domingo, maio 01, 2005

Inquérito literário

O FG Santos e o Caturo enviaram-me o tal questionário literário que circula pela blogosfera. Aqui ficam as respostas.

1-Não podendo sair do Fahrenheit 451, que livro quererias ser?

“Margarita e o Mestre” de Michail Bulgakov.

2-Já alguma vez ficaste apanhado por um personagem de ficção?

Não sei bem o que se entende por “apanhado” mas recordo em particular, sobretudo da minha adolescência, Corto Maltese e o Tenente Slütter de ”A Balada do Mar Salgado” de Pratt, o Eurico de Alexandre Herculano, o Gilles de Drieu, o Augustin de Alain-Fournier…

3-Qual foi o último livro que compraste?

Foram dois, “Pawn Structure Chess” de Andrew Soltis e “Um, Ninguém e Cem Mil” de Luigi Pirandello.

4-Qual o último que leste?

“Absalão,Absalão!” de William Faulkner.

5-Que livros estás a ler?

“Economie du XXe siècle” de François Perroux e “O Outono em Pequim » de Boris Vian.

6-Que 5 livros levarias para uma ilha deserta?

Uma selecção dessas é quase impossível de fazer e é certamente ingrata, já que inevitavelmente deixa de fora muitas obras de referência para mim; dito isto aqui fica uma lista provável(com alguma batota pois alguns destes títulos têm mais de 1 volume):
“Em Busca do Tempo Perdido” de Marcel Proust;
“O Mar da Fertilidade” de Yukio Mishima;
“Eugénie Grandet” de Balzac;
“The Complete Poems and Plays of T.S.Eliot”;
“ Obras Completas”, Jorge Luis Borges.

7-A que 3 pessoas vais passar este testemunho?

Ao Camisa Negra, ao Absonante e ao Quietista