Desmontando o "islamofascismo"
Na guerra da cultura e das ideias as terminologias contam, e muito. São frequentemente indicadores fiéis das visões do mundo que se vão impondo generalizadamente à sociedade e a que aderem as pessoas. Com cada vez maior assiduidade surge o termo islamofascismo associado à análise política que parte de alguns sectores, tradicionais inimigos da luta nacionalista. Analisemos a validade dessa associação ou invenção terminológica e vejamos as suas origens, objectivos, legitimidade e moralidade.
Primeiramente é preciso situar o surgimento do termo. O vocábulo islamofascismo generaliza-se numa altura em que, por todo o Ocidente, o Islão, como um todo, é visto como uma ameaça descontrolada e um perigo aos chamados valores civilizacionais do Ocidente. Naturalmente que isto ocorre na sequência de acontecimentos recentes ligados a acções terroristas reclamadas em nome do Islão e de manifestações de intransigência religiosa pouco compreensíveis à luz das modernas e seculares sociedades europeias. Existe assim hoje, indiscutivelmente, na opinião pública ocidental, uma imagem generalizadamente negativa do Islão.
A associação à ideia de fascismo procura agravar essa imagem negativa servindo-se de uma ideologia,o fascismo, que é percepcionada pelo cidadão comum como ligada aos maiores flagelos do século XX. Nada mais é, portanto,que sustentar a hostilidade face ao Islão,alimentando a percepção negativa que as populações têm do fascismo, fomentada por uma visão unilateral da História tornada oficial e incontestável no pós-guerra, procurando passar a ideia de que entre ambos os fenómenos existirá uma particular similaridade. Não é assim tão estranho, o rótulo fascista serve hoje qualquer tentativa de ofender ou desconsiderar politicamente sem precisar ser empregue com um mínimo de propriedade.
Origens e propósitos da ideia
O termo islamofascismo surge inicialmente nos EUA, nos meandros neoconservadores e nalguns sectores liberais. Aqui é preciso, antes de mais, referir, porque é importante, que por fascismo estas pessoas entendem sobretudo o nacional-socialismo. A associação entre Islão e fascismo é, pois, o resultado natural da própria origem e essência do neoconservadorismo, um movimento político ligado aos lobbies judaicos norte-americanos e principal impulsionador da política externa dos EUA e da defesa intransigente dos interesses locais e globais israelitas. Sendo conhecida a origem trotskista de alguns dos seus mentores e a influência do pensamento straussiano na sua estratégia de actuação cultural torna-se fácil agora montar o puzzle e perceber a origem e razões de tão espúria associação de conceitos.
Conjugar o islamismo com o fascismo é apenas uma forma de mesclar os inimigos tradicionais do povo judaico numa ameaça actual e exportá-la para outros sectores políticos, tornando-a referência para o cidadão comum, como um eficaz slogan publicitário que mecanicamente se apregoa sem grande reflexão, e que pega.... O Islão é actualmente a ameaça maior ao Estado de Israel e o nacional-socialismo é o histórico inimigo tornado eterno e aquele que é necessário, sempre e por todas as formas, denegrir e ao mesmo tempo manter vivo, como um fantasma que não pode ser deixado perdido no tempo. Ainda recentemente li mais um episódio desta comédia, com o artigo de David Meir-Levi( mais um dos judeus do neoconservadorismo) intitulado “ Hamas Uber Alles”.Dispensam-se mais comentários.
Encontrada a origem do termo islamofascismo e os objectivos de quem o procura vulgarizar analisemos então a legitimidade dessa associação
A validade da ideia
Antes de prosseguir é preciso relembrar que existe à partida uma grande diferença entre uma doutrina estritamente política e uma doutrina religiosa, depois, tanto o fascismo como o Islão não são movimentos monolíticos, no seu seio convivem ou conviveram correntes razoavelmente distintas. A análise que segue assenta por isso na síntese de características que são, aproximadamente, definidoras dos dois fenómenos tomados no geral e que permitem um exame comparado.
O fascismo e o Islão são, como veremos, fenómenos completamente distintos e não passíveis de comparação e muito menos associação. O fascismo é um movimento de cariz nacionalista,o Islão, pelo contrário, é um fenómeno anti-nacionalista, é tendencialmente universalista e integracionista de base, procurando ultrapassar e subjugar as manifestações nacionalistas.
O fascismo é um movimento revolucionário enquanto este Islão que ameaça a Europa é marcadamente reaccionário. Aqui os termos revolucionário e reaccionário não devem ser entendidos em face de contextos históricos específicos, pois nesses um movimento será revolucionário apenas na medida em que pretenda um corte radical com o que existe. Devem por isso ser lidos no seu sentido lato, de sempre, o que ultrapassa meras contingências temporais. É a variável tempo que estabelece a diferença; o islamismo é reaccionário porque pretende o regresso a uma realidade passada e marcada no tempo, o fascismo, por outro lado, é revolucionário porque aspira a uma nova ordem e uma nova era, servindo-se de um passado mítico para criar um novo futuro.
O fascismo afirma uma postura no mundo anti-burguesa e heróica, exalta a força criadora e a acção.O fascismo, como observou Locchi, faz o culto da superação humana, do sobre-humano nietzschiano se quisermos, ao Islão tal formulação é completamente estranha e inaceitável.
O fascismo exalta a diferença onde o Islão procura a sua eliminação.
Não existe, portanto, qualquer legitimidade na junção de um conceito ao outro, os seus princípios fundamentais são completamente diferentes e até incompatíveis.
Há porem 3 excepções onde podemos encontrar alguma convergência e que devemos analisar separadamente, o problema é que estas excepções não são específicas do Islão ou do fascismo e estendem-se a muitas outras realidades, não caracterizam, pois, exclusivamente, qualquer um destes fenómenos.
A primeira é um caso peculiar, pois sai fora dos objectivos pretendidos por quem promove a disseminação da ideia islamofascista. Tanto o fascismo como o Islão rejeitam uma visão economicista do homem, o que no caso do Islão é inevitável pois uma religião é, à partida, necessariamente anti-economicista, o que significa que esta característica o fascismo partilha-a com qualquer religião (como aliás a partilham todos os movimentos políticos ou sociais que rejeitam o economicismo).
Naturalmente que os objectivos procurados ao associar o fascismo ao Islão não assentam nisto, mas, inadvertidamente, esta é uma razão escondida, que não será admitida para a associação, o que é facilmente perceptível se conhecermos os grupos que estão por detrás desta invenção terminológica, todos eles representam, de facto, uma visão economicista e materialista do mundo e, consciente ou inconscientemente, vêem no fascismo a rejeição dessa mundividência.
Mas no que se baseiam então, abertamente, os propagadores dessa suposta similaridade entre os fenómenos considerados? Na natureza anti-democrática e numa alegada tendência totalitária do fascismo e do islamismo radical.
É verdade que ambos serão anti-democráticos, mas o que significa a apologia da democracia por si só, sem qualquer outro enquadramento, se as democracias podem também servir os mais infames e agressivos regimes?
E, a título de curiosidade, se o objectivo é a exaltação da “democracia” porque não islamocomunismo em vez de islamofascismo? É claro que compreendemos que a associação não poderia ser feita ao comunismo, é que o comunismo, apesar de tudo, também saiu vencedor da ordem mundial que emergiu do pós-guerra, tem no Ocidente quem o defenda em todos os sítios, na cultura, no ensino, nos parlamentos, já nos fascismos é permitido bater à vontade, valem todas as mentiras e distorções, a sua defesa é matéria proibida e anos sucessivos de intoxicação cultural permitem que o cidadão médio, sem saber sequer realmente o que é o fascismo, acene a cabeça em concordância com tudo o que suje a “besta”. Bom, e depois, convenhamos, é que se o nacional-socialismo representou a revolta da Europa face ao liberalismo e uma reacção ao domínio judaico, o comunismo, pelo contrário, teve na sua revolução e nas suas estruturas de poder o bom povo eleito, e isso também faz a diferença, pelas razões que expliquei anteriormente.
Quanto ao suposto totalitarismo do fascismo ele é muito diferente do que encontramos no Islão, como veremos adiante.
Averiguemos então a validade destes dois pontos na sustentação da ideia de um islamismo fascista.
Dois conceitos em análise
Comecemos pela questão democrática… Não é por serem realidades anti-democráticas que estas doutrinas são relacionadas e atacadas, os países ocidentais, campeões da “liberdade e democracia”, como várias das áreas políticas que sustêm a democracia-liberal, nunca mostraram qualquer problema em apoiar regimes anti-democráticos e pouco respeitadores dos “direitos humanos”, desde que convergentes com os seus próprios interesses geopolíticos e económicos. São vários os casos presentes e passados de países onde vigoram( ou vigoraram) regimes autoritários( e nem fascistas), limitativos da existência de oposições internas, que merecem(ou mereceram) o apoio dos paladinos da democracia, com quem mantêm(e mantiveram) inclusive alianças estratégicas.
Se, por outro lado, o objectivo é associar aos regimes anti-democráticos a exclusividade de uma qualquer natureza beligerante e expansionista, então o objectivo é categoricamente falhado, visto que as democracias se têm mostrado verdadeiramente exemplares no mesmo tipo de actuação. Acaso os regimes democráticos não têm mostrado apetência belicista e expansionista? Têm de facto! Ou a intervenção militar noutros países, quando feita em nome da democracia, torna-se automaticamente legítima? E sobretudo, que ironia que esta associação seja levada a cabo precisamente pelos movimentos que, ao abrigo de políticas como as definidas no “Projecto para o Novo Século Americano”, mais pressionam a política externa americana para o intervencionismo global.
E quanto ao totalitarismo de ambos? Esclareçamos a questão, é verdade que o fascismo procurou o todo, mas na nação, procurou a harmonia nacional dirigida a um fim comum, a união das forças orgânicas nacionais em torno do interesse pátrio, não permitindo pois a expressão dos movimentos que se revelavam anti-nacionais, sim, tinha nesse sentido uma natureza totalitária. O Islão, pelo contrário, tem uma dinâmica totalitária que assenta em princípios internacionalistas (como o marxismo), aspira a um expansionismo face ao todo que é próprio de uma religião que se apresenta como reveladora de uma verdade única que deve ser partilhada por toda a humanidade e que não se ancora na nação nem na sua exaltação, antes pelo contrário, procura a sua superação em nome de um ideal supranacional.
O absurdo da associação do islamismo ao fascismo é tanto maior quando qualquer regime fascista teria já resolvido definitivamente a “ameaça islâmica”, ameaça essa que foi introduzida na Europa precisamente com o beneplácito dos mesmos que agora falam,de forma oportunista, contra um inventado islamofascismo.
É tão simples quanto isto: não existe legitimidade nessa invenção vocabular, porque não existe nenhum Islão fascista!
Primeiramente é preciso situar o surgimento do termo. O vocábulo islamofascismo generaliza-se numa altura em que, por todo o Ocidente, o Islão, como um todo, é visto como uma ameaça descontrolada e um perigo aos chamados valores civilizacionais do Ocidente. Naturalmente que isto ocorre na sequência de acontecimentos recentes ligados a acções terroristas reclamadas em nome do Islão e de manifestações de intransigência religiosa pouco compreensíveis à luz das modernas e seculares sociedades europeias. Existe assim hoje, indiscutivelmente, na opinião pública ocidental, uma imagem generalizadamente negativa do Islão.
A associação à ideia de fascismo procura agravar essa imagem negativa servindo-se de uma ideologia,o fascismo, que é percepcionada pelo cidadão comum como ligada aos maiores flagelos do século XX. Nada mais é, portanto,que sustentar a hostilidade face ao Islão,alimentando a percepção negativa que as populações têm do fascismo, fomentada por uma visão unilateral da História tornada oficial e incontestável no pós-guerra, procurando passar a ideia de que entre ambos os fenómenos existirá uma particular similaridade. Não é assim tão estranho, o rótulo fascista serve hoje qualquer tentativa de ofender ou desconsiderar politicamente sem precisar ser empregue com um mínimo de propriedade.
Origens e propósitos da ideia
O termo islamofascismo surge inicialmente nos EUA, nos meandros neoconservadores e nalguns sectores liberais. Aqui é preciso, antes de mais, referir, porque é importante, que por fascismo estas pessoas entendem sobretudo o nacional-socialismo. A associação entre Islão e fascismo é, pois, o resultado natural da própria origem e essência do neoconservadorismo, um movimento político ligado aos lobbies judaicos norte-americanos e principal impulsionador da política externa dos EUA e da defesa intransigente dos interesses locais e globais israelitas. Sendo conhecida a origem trotskista de alguns dos seus mentores e a influência do pensamento straussiano na sua estratégia de actuação cultural torna-se fácil agora montar o puzzle e perceber a origem e razões de tão espúria associação de conceitos.
Conjugar o islamismo com o fascismo é apenas uma forma de mesclar os inimigos tradicionais do povo judaico numa ameaça actual e exportá-la para outros sectores políticos, tornando-a referência para o cidadão comum, como um eficaz slogan publicitário que mecanicamente se apregoa sem grande reflexão, e que pega.... O Islão é actualmente a ameaça maior ao Estado de Israel e o nacional-socialismo é o histórico inimigo tornado eterno e aquele que é necessário, sempre e por todas as formas, denegrir e ao mesmo tempo manter vivo, como um fantasma que não pode ser deixado perdido no tempo. Ainda recentemente li mais um episódio desta comédia, com o artigo de David Meir-Levi( mais um dos judeus do neoconservadorismo) intitulado “ Hamas Uber Alles”.Dispensam-se mais comentários.
Encontrada a origem do termo islamofascismo e os objectivos de quem o procura vulgarizar analisemos então a legitimidade dessa associação
A validade da ideia
Antes de prosseguir é preciso relembrar que existe à partida uma grande diferença entre uma doutrina estritamente política e uma doutrina religiosa, depois, tanto o fascismo como o Islão não são movimentos monolíticos, no seu seio convivem ou conviveram correntes razoavelmente distintas. A análise que segue assenta por isso na síntese de características que são, aproximadamente, definidoras dos dois fenómenos tomados no geral e que permitem um exame comparado.
O fascismo e o Islão são, como veremos, fenómenos completamente distintos e não passíveis de comparação e muito menos associação. O fascismo é um movimento de cariz nacionalista,o Islão, pelo contrário, é um fenómeno anti-nacionalista, é tendencialmente universalista e integracionista de base, procurando ultrapassar e subjugar as manifestações nacionalistas.
O fascismo é um movimento revolucionário enquanto este Islão que ameaça a Europa é marcadamente reaccionário. Aqui os termos revolucionário e reaccionário não devem ser entendidos em face de contextos históricos específicos, pois nesses um movimento será revolucionário apenas na medida em que pretenda um corte radical com o que existe. Devem por isso ser lidos no seu sentido lato, de sempre, o que ultrapassa meras contingências temporais. É a variável tempo que estabelece a diferença; o islamismo é reaccionário porque pretende o regresso a uma realidade passada e marcada no tempo, o fascismo, por outro lado, é revolucionário porque aspira a uma nova ordem e uma nova era, servindo-se de um passado mítico para criar um novo futuro.
O fascismo afirma uma postura no mundo anti-burguesa e heróica, exalta a força criadora e a acção.O fascismo, como observou Locchi, faz o culto da superação humana, do sobre-humano nietzschiano se quisermos, ao Islão tal formulação é completamente estranha e inaceitável.
O fascismo exalta a diferença onde o Islão procura a sua eliminação.
Não existe, portanto, qualquer legitimidade na junção de um conceito ao outro, os seus princípios fundamentais são completamente diferentes e até incompatíveis.
Há porem 3 excepções onde podemos encontrar alguma convergência e que devemos analisar separadamente, o problema é que estas excepções não são específicas do Islão ou do fascismo e estendem-se a muitas outras realidades, não caracterizam, pois, exclusivamente, qualquer um destes fenómenos.
A primeira é um caso peculiar, pois sai fora dos objectivos pretendidos por quem promove a disseminação da ideia islamofascista. Tanto o fascismo como o Islão rejeitam uma visão economicista do homem, o que no caso do Islão é inevitável pois uma religião é, à partida, necessariamente anti-economicista, o que significa que esta característica o fascismo partilha-a com qualquer religião (como aliás a partilham todos os movimentos políticos ou sociais que rejeitam o economicismo).
Naturalmente que os objectivos procurados ao associar o fascismo ao Islão não assentam nisto, mas, inadvertidamente, esta é uma razão escondida, que não será admitida para a associação, o que é facilmente perceptível se conhecermos os grupos que estão por detrás desta invenção terminológica, todos eles representam, de facto, uma visão economicista e materialista do mundo e, consciente ou inconscientemente, vêem no fascismo a rejeição dessa mundividência.
Mas no que se baseiam então, abertamente, os propagadores dessa suposta similaridade entre os fenómenos considerados? Na natureza anti-democrática e numa alegada tendência totalitária do fascismo e do islamismo radical.
É verdade que ambos serão anti-democráticos, mas o que significa a apologia da democracia por si só, sem qualquer outro enquadramento, se as democracias podem também servir os mais infames e agressivos regimes?
E, a título de curiosidade, se o objectivo é a exaltação da “democracia” porque não islamocomunismo em vez de islamofascismo? É claro que compreendemos que a associação não poderia ser feita ao comunismo, é que o comunismo, apesar de tudo, também saiu vencedor da ordem mundial que emergiu do pós-guerra, tem no Ocidente quem o defenda em todos os sítios, na cultura, no ensino, nos parlamentos, já nos fascismos é permitido bater à vontade, valem todas as mentiras e distorções, a sua defesa é matéria proibida e anos sucessivos de intoxicação cultural permitem que o cidadão médio, sem saber sequer realmente o que é o fascismo, acene a cabeça em concordância com tudo o que suje a “besta”. Bom, e depois, convenhamos, é que se o nacional-socialismo representou a revolta da Europa face ao liberalismo e uma reacção ao domínio judaico, o comunismo, pelo contrário, teve na sua revolução e nas suas estruturas de poder o bom povo eleito, e isso também faz a diferença, pelas razões que expliquei anteriormente.
Quanto ao suposto totalitarismo do fascismo ele é muito diferente do que encontramos no Islão, como veremos adiante.
Averiguemos então a validade destes dois pontos na sustentação da ideia de um islamismo fascista.
Dois conceitos em análise
Comecemos pela questão democrática… Não é por serem realidades anti-democráticas que estas doutrinas são relacionadas e atacadas, os países ocidentais, campeões da “liberdade e democracia”, como várias das áreas políticas que sustêm a democracia-liberal, nunca mostraram qualquer problema em apoiar regimes anti-democráticos e pouco respeitadores dos “direitos humanos”, desde que convergentes com os seus próprios interesses geopolíticos e económicos. São vários os casos presentes e passados de países onde vigoram( ou vigoraram) regimes autoritários( e nem fascistas), limitativos da existência de oposições internas, que merecem(ou mereceram) o apoio dos paladinos da democracia, com quem mantêm(e mantiveram) inclusive alianças estratégicas.
Se, por outro lado, o objectivo é associar aos regimes anti-democráticos a exclusividade de uma qualquer natureza beligerante e expansionista, então o objectivo é categoricamente falhado, visto que as democracias se têm mostrado verdadeiramente exemplares no mesmo tipo de actuação. Acaso os regimes democráticos não têm mostrado apetência belicista e expansionista? Têm de facto! Ou a intervenção militar noutros países, quando feita em nome da democracia, torna-se automaticamente legítima? E sobretudo, que ironia que esta associação seja levada a cabo precisamente pelos movimentos que, ao abrigo de políticas como as definidas no “Projecto para o Novo Século Americano”, mais pressionam a política externa americana para o intervencionismo global.
E quanto ao totalitarismo de ambos? Esclareçamos a questão, é verdade que o fascismo procurou o todo, mas na nação, procurou a harmonia nacional dirigida a um fim comum, a união das forças orgânicas nacionais em torno do interesse pátrio, não permitindo pois a expressão dos movimentos que se revelavam anti-nacionais, sim, tinha nesse sentido uma natureza totalitária. O Islão, pelo contrário, tem uma dinâmica totalitária que assenta em princípios internacionalistas (como o marxismo), aspira a um expansionismo face ao todo que é próprio de uma religião que se apresenta como reveladora de uma verdade única que deve ser partilhada por toda a humanidade e que não se ancora na nação nem na sua exaltação, antes pelo contrário, procura a sua superação em nome de um ideal supranacional.
O absurdo da associação do islamismo ao fascismo é tanto maior quando qualquer regime fascista teria já resolvido definitivamente a “ameaça islâmica”, ameaça essa que foi introduzida na Europa precisamente com o beneplácito dos mesmos que agora falam,de forma oportunista, contra um inventado islamofascismo.
É tão simples quanto isto: não existe legitimidade nessa invenção vocabular, porque não existe nenhum Islão fascista!
12 Comentários:
Ora, ora, e eu que pensava que você fosse avesso a qual quer tipo de socialismo, incluindo o que é incrito na versão fascista!!!
Afinal até é contra a primazia do mercado, do capitalismo finaceiro...
Ainda bem! Vale mais tarde do que nunca!
Este é mais um excelente post.
E talvez um dos mais importantes de todos porque fala de um problema, "pendente" que quase ninguem tem sido capaz de tratar.
É preciso acaber de uma vez por todos com o mito da "democracia" liberal e mundialista
Ridículo.
Ao anónimo das 12.08;
quantas vezes já me manifestei contra a subjugação do político ao financeiro? Várias.Não venha por isso fazer esse choradinho porque não pega. E já que parece conhecer-me porque não assina os posts, teria direito a resposta mais completa, assim ficamos por aqui.
Ao anónimo das 4.13;
Agradecido.
Ao idiota das 6.00;
Ridícula é a sua incapacidade argumentativa. Tótó!
"... nenhum sistema tem hoje maior aspiração totalitária que a própria democracia-liberal..."
É uma 'falsa' questão.
Como é óbvio (e como o BOS costuma dizer) todos os sistemas políticos são totalitários. Uns de uma maneira, outros de outra, mas todos o são.
As diferenças estão no método e no grau.
Dificilmente se encontra palavra tão usada em 'vão' e erradamente como a palavra 'Democracia'.
É Democracia p'ra cima, p'ra baixo, que temos que ser democráticos nisto, naquilo e blá, blá...e democracia económica, e blá, blá.
Que eu saiba, Democracia é, tão só, um método de escolha dos governantes, assente num princípio de liberdades individuais.
Pouco mais é que isto.
O resto é 'ruído'.
E, já agora, todos os sistemas são tendêncialmente oligárquicos, pois os sistemas são feitos por e para humanos e é essa a natureza humana que, como sabe, não se muda.
"O fascismo exalta a diferença..."
Também o Liberalismo.
E de que maneira!
Venha daí esse abraço :)
"...o fascismo, por outro lado, é revolucionário porque aspira a uma nova ordem e uma nova era,..."
Ou seja, cai no mesmíssimo erro do Comunismo, pois no fundo pretendem também fazer 'engenharia social' e, em última análise, o 'Homem Novo' que, como sabemos, não existe.
Em larga medida, esta impossibilidade explica o fracasso do Fascismo e do Comunismo.
"... as democracias podem também servir os mais infames e agressivos regimes?"
É verdade, pelas razões que apontei anteriormente.
"... é que se o nacional-socialismo representou a revolta da Europa face ao liberalismo e uma reacção ao domínio judaico..."
Está a brincar não está?
Só pode.
"...democrato-colonialistas..."
Nã, não gosto. É muito 'afro'. :)
"...imperial-sionistas..."
Dá muito nas vistas e não é totalmente correcto.
"... liberal-totalitaristas..."
Soa mal.
O melhor é mesmo: 'extrema-direita neo-liberal'
«É uma 'falsa' questão.
Como é óbvio (e como o BOS costuma dizer) todos os sistemas políticos são totalitários. Uns de uma maneira, outros de outra, mas todos o são.
As diferenças estão no método e no grau.»
De acordo.
«Que eu saiba, Democracia é, tão só, um método de escolha dos governantes, assente num princípio de liberdades individuais.»
Deveria sê-lo mas, francamente, cada vez a reconheço menos dessa forma.
«pois no fundo pretendem também fazer 'engenharia social' e, em última análise, o 'Homem Novo' que, como sabemos, não existe.»
Já uma vez debatemos isto e eu próprio reconheci que o fascismo tem de facto essa componente de engenharia social , mas, nos princípios, formas e objectivos é muito distinto do comunismo.
«Está a brincar não está?
Só pode.»
De forma alguma. Como ousa :)?
«O melhor é mesmo: 'extrema-direita neo-liberal'»
Haha, sim, talvez, mas também pretendi brincar aos engenheiros de terminologias, o sol quando nasce...
Saluti.
"De forma alguma. Como ousa :)?"
Como ouso?!
Eheh!
Qundo tiver tempo vá até aqui e aqui.
Leia com atenção e medite.
Tenha medo!
Tenha muuuito medo!
:)
Em relação ao resto, o Recih não era 'genéticamente' anti-Liberal, pelo menos não completamente anti-liberal.
OS capitalistas alemães estiveram todos do lado do NSDAP e colaboraram, entusiásticamente, com o regime, sendo que alguns deles eram membros do partido.
Na moralidade e nos usos e costumes o III Reich estava muito longe de ser, sequer, um regime conservador, facto ao qual não será estranha a génese neo-pagã do nazismo.
Nestes aspectos a Alemanha era tanto (ou até mais) liberal que o resto da Europa....muito especialmente se comparada com os puritanos EUA e com os falsos púdicos ingleses.
Ninguem me seu perfeito juízo imagina o sr.Bormann, o sr.Goëring ou o dr.Goebbels a legislar contra as calças de cinta baixa ou o wonderbra, como acontece no 'Bible Belt' :)
Pelo contrário, Berlim era uma cidade bem liberal nos costumes.
(os cabarets, segundo dizem, eram de excelente qualidade e a vida nocturna era pujante e alegre)
"...que o fascismo tem de facto essa componente de engenharia social , mas, nos princípios, formas e objectivos é muito distinto do comunismo."
É diferente, como é óbvio, mas tem alguns pontos me comum, como este.
E olhe que não é pouco e não contribuiu pouco para o fracasso.
Lembre-se que quando aos fachos italianos se lhes meteu na mona de ir construir um Império e de levar a 'lucce' do fascismo aos etíopes (que estavam quietinhos na terrinha deles, note-se) começou aí, talvez, o fim do 'ventennio'.
Quando todos tomarmos consciência que vivemos em pleno sistema comuno - capitalista (parece incongruente, não é?!), faremos a revolução.
O nacional-socialismo, enquanto doutrina política, não existe, nunca existiu, nem nunca existirá. Trata-se de uma invenção do adolfo para agradar a gregos e troianos. O adolfo era nacionalista, na medida em que ambicionava aglomerar os germanos (ou deutsche volk, ou o que que quer que eles sejam) num espaço comum. Chegasse ele às portas de Portugal (Elvas, Castelo Rodrigo ou Saucelhe), e seria eu o primeiro a combatê-lo. Os supostos "nacionalistas", que se dizem fascistas (seguramente não preciso de vos explicar a etimologia da palavra), nacional-socialistas (o que quer que isso seja) e racistas (nem sabem do que falam!), só merecem o meu profundo desprezo enquanto português.
Ricardo Vieira
Caro Camarada Rodrigo,
Mais um excelente exercício argumentativo para o teu currículo! Aproveito também para te felicitar pela série de posts sobre a falácia do sistema (dito) democrático.
Mais uma vez... vejo "anonymous" a defenderem sistemas que não querem saber deles para nada... Ah! Excepto quando cobram impostos, claro!!!
Para o Rodrigo, parabéns por mais um excelente post.
Penso que os Sistemas (Democrático, Fascista, Nacional-Socialista, Comunista, Sionista, etc...) só se tornam Totalitários, quando governam através da injecção de MEDO no povo e “capitalizando” a vida deste. Governam, não pelo respeito, nem por amor, transformando as pessoas em escravos, sem de facto darem por isso, e quando dão... lá vão mais uma vez pelo caminho de sempre, usam a máquina de repressão... Reparem bem como os governantes aplicam medidas empresariais em aspectos sentimentais, ou seja, “mexem” com a vida das pessoas, tratando-as como gado ou simples números de estatística. Paga-se a Educação, a Saúde, a Justiça, a Segurança Pública, Administração Pública, Empreendimentos Públicos, etc.., etc..., etc..., os impostos... mas... esperem aí... mas os impostos não servem para pagar tudo isto? Então porque é que eu tenho de pagar ainda mais, por tudo o que tenha a ver com necessidades básicas? Habitação, Educação, Saúde, Segurança e Ordem, Justiça, Saneamento, são necessidades básicas, que um povo, não deveria pagar mais “extras”, por algo que tem direito, através do pagamento dos seus respectivos impostos. Pagar Seguros de Saúde, Habitação, Pessoais, são negócios que envolvem a parte humana, sentimental e identitária de uma pessoa ou comunidade. Mas o Sistema e seus apoiantes continuam a vender mais tagarelice “engafanhotada”, espalhando saliva por todo lado sem dizer nada, em que eles, os apoiantes do sistema, têm de acreditar nas suas mentiras para conseguir viver fora de um Hospital Psiquiátrico.
O chamados Democráticos e os seus apoiantes, não têm qualquer autoridade moral para “inventar” um qualquer tipo de conceito, uma nova palavra, nem para formar uma nova Lìngua Mundial, como “eles” tanto querem...
Cria-se um novo e debitado Conceito.
E espalha-se numa nova e falsa Palavra.
Ela vem bem suave, vem bem a preceito.
Caindo em cima, de quem a terra, lavra.
Onde tudo cai, diz o Povo assustado.
Num silencioso mundo, cego de tanta luz ver.
Onde vive e morre, um Povo fustigado.
E na imundice envergonhada, morre para viver.
Morre por Homens, de Deuses mascarados.
Vive através da dor de outros Povos falidos.
Alimentando-se dos seus sonhos assassinados.
Deliciando-se nas promessas dos esquecidos.
Ao longo dos violentos tempos.
Criaram-se armas dos mais variados tipos.
Por que deveres e cumprimentos?
Mataram Povos e enriqueceram bandidos.
Dos mais simples objectos cortantes.
Até aos detonadores de mundos explosivos.
Semearam e colheram mortes abundantes.
Apenas para adquirirem poderes exclusivos.
Mas inventaram agora a última e a derradeira.
A Arma, de todas, a mais ruidosa.
Aquela, a destruidora de uma vida inteira.
A Arma, de todas, a mais perigosa.
Esta Arma, envenena por rude excesso.
Por qualquer discussão, uma vida, se remata.
Esta é a Arma, sem ela fica-se possesso.
Hoje, é a simples PALAVRA... que tudo mata.
«"...o fascismo, por outro lado, é revolucionário porque aspira a uma nova ordem e uma nova era,..."
Ou será que é ao contrário?...
Desculpa, mas isso não explica nada. Produzir verbalismo 'estético' sem designar os conceitos e conteúdos próprios, não adianta muito. E não adiantou mesmo, como se sabe... Entretanto houve uma evolução, se não do 'fascismo', pelo menos dos 'neo fascistas'...
A atitude 'futurista', de exaltação da «energia e da máquina», traduziu-se num vitalismo oportuno e saudável –a imagem ideal de um radicalismo político, enérgico, juvenil e combatente, reorganizador da sociedade - enquanto comunidade, enquanto Pátria e solidariedade dinâmica, nos anos 20 e 30 do século XX. Mas uma visão simplesmente «titânica», restritamente 'física' ou 'corporal', da existência, não é senão um limiar possível - e primário - da 'via heróica'. Pode ser um princípio, através da Acção. Mas a 'superação humana' tem de adquirir um sentido realmente transcendente, supra-humano e não «só» 'super-humano'. Tem de reconhecer uma Ordem de Valores pré-existente, ainda que 'invisível', que lhe designe e legitime os objectivos, que se sobreponha aos egos, aos instintos e às circunstâncias, uma Ordem que se assuma como nível hierárquico de referência e que não importa 'criar'- porque já foi criada e a sua criação é de outra natureza -, mas ‘descobrir, cumprir, revelar, fazer valer, 'materializar'. Uma Ordem que só será 'Nova' neste ciclo cultural. É a de sempre. Neste sentido a 'Revolução' não é 'subverter a ordem', mas o de repôr A Ordem, numa situação de des-ordem, degradada e degradante onde há apenas iniquidade e subversão dos Valores. Ainda que possa ser legal,essa pseudo-ordem não é legítima. Eis aqui um ponto de contacto com as teses da "Revolução Conservadora".
Sem a consciência dos limitações éticas e da afirmação segundo um estilo coerente, sem a capacidade de integrar e ordenar as diferenças tornando-as convergentes segundo uma finalidade central, comum, respeitando e assegurando as identidades, sem a sua necessária integração numa pluralidade maior, 'cósmica', sem a subordinação da Força à Justiça, ao Conhecimento e aos Valores, essa atitude pode redundar, afinal, num materialismo arrogante que nada tem de 'superior'. Um totalitarismo 'vazio', nunca 'total', sem identidade autêntica, dependente de 'elans pessoais', formalismos exteriores, rituais sem sentido e elocubrações ideológicas ou políticas inconsistentes - que podem alimentar o entusiasmo de alguns exaltados, provocar eventualmente tumultos, mas nunca sustentar o desenvolvimento de uma 'Revolução' verdadeiramente libertadora, ordenadora e substantiva. E não há 'engenharias que valham', nem 'homens novos'que subsistam, quando se pretende agir sob delírios utópicos ou 'reinvenções' experimentais' fora de qualquer reconhecimento da Ordem subjacente à Vida.
Estas observações, são algo abstractas, mas não pretendem confundir questões de pura conjuntura política com as questões de fundo, que lhes são prévias. Uma sequência, mais concreta, seria desejável. mas há que 'ripar' o individualismo e o 'pseudo fascismo', antes do mais...
Entretanto, a questão espiritual, o reconhecimento da dimensão supra-sensível e imaterial da Vida como envolvente superior e permanente da existência, precisamente o domínio matriz em que os valores da Ordem se revelam, não tem sido corajosamente enfrentada e ‘resolvida’. Não obstante Evola e Guénon serem acessíveis, para quem se inicie. Por mero exemplo, só ela permite entender o sentido da "Grande Jhiad" («Esforço»), a grande luta interior em que devemos obter primeiro uma 'vitória sobre nós próprios', ganhando consciência plena de que os sacrifícios do corpo, sempre transitório, não são 'uma tragédia universal', permitindo então enfrentar facilmente a 'Pequena Jhiad' exterior, a 'Guerra Exterior' material e transitória. É a 'necessidade da sobrevivência' do espírito que é crucial. Os cristãos chamam-lhe «salvação da Alma». Já agora, sob a Tradição essa possibilidade não é 'uma questão de Fé', mas uma informação. Porém, aqui não cabe qualquer tipo de proselitismo religioso'. Acontece apenas que não vi ainda este tópico referido nas análises realizadas' ao 'islamo-fascismo'; ele parece-me um factor crítico, e independente da validade dessa discutível designação. E quanto ao uso da palavra «reaccionário»? Isso não será menos discutível. Esse'calão' marxista'parece-me aqui inadequado...
Ao conjugar-se com a imperativa vontade de instaurar uma 'Ordem Divina' própria do Islamismo fundamentalista militante, é esse 'plano espiritual' que faz a diferença e explica o comportamento dos 'voluntários' que se sacrificam regularmente por um dever que crêem ser superior a tudo. E, nessa medida, aqueles que acreditam ser “guerreiros de Deus” manifestam um comportamento e uma convicção que, em termos práticos, poderiam ser comparados à determinação de tantos fascistas que combateram sob o seu «Me Ne Frego!»
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial