A economia à beira do precipício?
O preço do petróleo continua numa subida imparável tendo ultrapassado já a fasquia dos 70 dólares. O FMI mostra-se preocupado com os desequilíbrios que esta subida continuada nos preços está a provocar na economia mundial:«estes desequilíbrios foram claramente exacerbados pelos preços mais elevados da energia», afirmou o Fundo.
Ao mesmo tempo o FMI aconselhou o BCE( Banco Central Europeu) a não ter pressa na subida das taxas de juro, uma vez que as pressões inflacionistas estarão controladas, no entanto são esperadas novas subidas das taxas na zona euro já em Junho, que se poderão reflectir sobre o crescimento da economia europeia, mercado do qual a recuperação da economia nacional mais depende.
Embora as pressões inflacionistas pareçam controladas, o BCE mostra natural preocupação com a situação que ocorre no mercado petrolífero, o que deixa antever a possibilidade futura de uma política monetária do BCE mais restritiva. Quanto mais alto o preço do petróleo maior a probabilidade de se desencadear na zona euro uma espiral preços-salários com consequente aceleração da inflação. A situação do mercado petrolífero foi, aliás, apontada pelo FMI como o risco maior que pende sobre a economia europeia.
Como afirma Joseph Stiglitz(*), os preços do petróleo são hoje, em grande parte, uma consequência da guerra no Iraque, não reflectindo a evolução que deveriam apresentar num cenário de normalidade, o que significa que a Europa está a sofrer as consequências económicas da ofensiva militar dos lunáticos de Washington. Antes do início da guerra no Iraque o preço do petróleo nos mercados de futuros rondava os 25 dólares, que é um valor aproximado do que deveria apresentar correntemente numa situação normalizada, hoje transacciona-se a mais de 70 por barril de crude! A instabilidade criada no Iraque e a diminuição da produção acabaram por conduzir a economia mundial para esta conjuntura.
Se não importa falar, em relação à aventura iraquiana dos cavaleiros apocalípticos de Washington, na violação do direito internacional, porque na verdade tal nem sequer conta; o direito internacional está subjugado à vontade do mais forte, de quem domina o mundo, o mesmo é dizer à vontade imposta pelo humor dos EUA( ou de quem lá manda…), podemos, no entanto, falar numa guerra sem justificação aceitável. Os argumentos utilizados para a ofensiva foram completamente desmentidos pela realidade, não existiam armas de destruição maciça nem quaisquer indicadores fiáveis que ligassem o regime de Hussein aos ataques do 11 de Setembro ou à «Al Qaeda».Ademais, o «Washington Post» publicou recentemente documentos da Administração americana revelando que a «ameaça Al Qaeda» no Iraque foi manipulada, e continua a sê-lo, pelos serviços de informação norte-americanos, utilizando os meios de comunicação social.
Os grandes «vencedores» dessa guerra até ao momento são os lobbies judaicos em Washington e as companhias petrolíferas envolvidas na Administração Bush, que se assemelha cada vez mais a uma associação empresarial em vez de um Governo; os principais perdedores são os cidadãos comuns, ameaçados pelo risco económico de um novo choque petrolífero. Mas existe um outro vencedor indirecto, precisamente o regime de Teerão.
A partir do momento em que os EUA lançaram o Iraque no caos o papel do Irão no mercado energético ganhou nova importância e permitiu ao regime iraniano uma posição de força perante a comunidade internacional que não teria noutras circunstâncias. Foi a intervenção desastrada no Iraque, que a Administração Bush previa rápida e de baixo custo, que destruiu a capacidade de pressionar diplomaticamente e economicamente Teerão na questão nuclear. Neste momento o regime iraniano sabe que detém sobre a economia mundial um ascendente que lhe permite desvalorizar essas opções. Se porventura forem impostas sanções económicas ao Irão, o barril de crude disparará provavelmente para mais de 100 dólares, atingindo valores que terão um impacto muito pesado sobre a economia mundial.Caso o mercado energético estivesse normalizado a eficácia das pressões diplomáticas e económicas sobre o Irão seria completamente distinta, com as condições actuais podemos afirmar que os EUA arruinaram essas opções e assim não é de estranhar o consecutivo falhanço das negociações e a condescendência paternalista com que o Irão as vê.
A intervenção militar, por sua vez, para além de todas as dificuldades que acarreta a nível de meios e de despesa, não resolverá o problema no mercado energético podendo ser mais gravosa que a imposição de sanções, já que não parece possível uma intervenção rápida e eficaz no Irão que implique uma mudança de regime, e apenas isso poderia alterar, de facto, a situação no mercado.
Sucede que, tal como na guerra do Iraque, também neste caso os interesses americanos não são convergentes com os da Europa, e vale a pena lembrar que os EUA são, neste momento, o terceiro maior produtor de petróleo do mundo. Assim, depois de minada a capacidade diplomática europeia junto do Irão pela situação criada com a guerra iraquiana, depois de colocada a Europa sob o risco de uma espiral preços-salários decorrente da instabilidade do mercado petrolífero, temos novamente a Europa (juntamente com a China, muito dependente na área energética do Irão) como o bloco que se apresenta mais vulnerável na eventualidade de uma guerra contra Teerão, embora essa hipótese, a concretizar-se, possa arrastar toda a economia mundial para uma recessão de dimensão imprevisível. Só Israel, verdadeiramente ameaçado pelo regime iraniano e financiado largamente pelo congresso americano, está facilmente disposto a pagar para ver...
(*)Entrevista de Joseph Stiglitz ao «Der Spiegel»
Ao mesmo tempo o FMI aconselhou o BCE( Banco Central Europeu) a não ter pressa na subida das taxas de juro, uma vez que as pressões inflacionistas estarão controladas, no entanto são esperadas novas subidas das taxas na zona euro já em Junho, que se poderão reflectir sobre o crescimento da economia europeia, mercado do qual a recuperação da economia nacional mais depende.
Embora as pressões inflacionistas pareçam controladas, o BCE mostra natural preocupação com a situação que ocorre no mercado petrolífero, o que deixa antever a possibilidade futura de uma política monetária do BCE mais restritiva. Quanto mais alto o preço do petróleo maior a probabilidade de se desencadear na zona euro uma espiral preços-salários com consequente aceleração da inflação. A situação do mercado petrolífero foi, aliás, apontada pelo FMI como o risco maior que pende sobre a economia europeia.
Como afirma Joseph Stiglitz(*), os preços do petróleo são hoje, em grande parte, uma consequência da guerra no Iraque, não reflectindo a evolução que deveriam apresentar num cenário de normalidade, o que significa que a Europa está a sofrer as consequências económicas da ofensiva militar dos lunáticos de Washington. Antes do início da guerra no Iraque o preço do petróleo nos mercados de futuros rondava os 25 dólares, que é um valor aproximado do que deveria apresentar correntemente numa situação normalizada, hoje transacciona-se a mais de 70 por barril de crude! A instabilidade criada no Iraque e a diminuição da produção acabaram por conduzir a economia mundial para esta conjuntura.
Se não importa falar, em relação à aventura iraquiana dos cavaleiros apocalípticos de Washington, na violação do direito internacional, porque na verdade tal nem sequer conta; o direito internacional está subjugado à vontade do mais forte, de quem domina o mundo, o mesmo é dizer à vontade imposta pelo humor dos EUA( ou de quem lá manda…), podemos, no entanto, falar numa guerra sem justificação aceitável. Os argumentos utilizados para a ofensiva foram completamente desmentidos pela realidade, não existiam armas de destruição maciça nem quaisquer indicadores fiáveis que ligassem o regime de Hussein aos ataques do 11 de Setembro ou à «Al Qaeda».Ademais, o «Washington Post» publicou recentemente documentos da Administração americana revelando que a «ameaça Al Qaeda» no Iraque foi manipulada, e continua a sê-lo, pelos serviços de informação norte-americanos, utilizando os meios de comunicação social.
Os grandes «vencedores» dessa guerra até ao momento são os lobbies judaicos em Washington e as companhias petrolíferas envolvidas na Administração Bush, que se assemelha cada vez mais a uma associação empresarial em vez de um Governo; os principais perdedores são os cidadãos comuns, ameaçados pelo risco económico de um novo choque petrolífero. Mas existe um outro vencedor indirecto, precisamente o regime de Teerão.
A partir do momento em que os EUA lançaram o Iraque no caos o papel do Irão no mercado energético ganhou nova importância e permitiu ao regime iraniano uma posição de força perante a comunidade internacional que não teria noutras circunstâncias. Foi a intervenção desastrada no Iraque, que a Administração Bush previa rápida e de baixo custo, que destruiu a capacidade de pressionar diplomaticamente e economicamente Teerão na questão nuclear. Neste momento o regime iraniano sabe que detém sobre a economia mundial um ascendente que lhe permite desvalorizar essas opções. Se porventura forem impostas sanções económicas ao Irão, o barril de crude disparará provavelmente para mais de 100 dólares, atingindo valores que terão um impacto muito pesado sobre a economia mundial.Caso o mercado energético estivesse normalizado a eficácia das pressões diplomáticas e económicas sobre o Irão seria completamente distinta, com as condições actuais podemos afirmar que os EUA arruinaram essas opções e assim não é de estranhar o consecutivo falhanço das negociações e a condescendência paternalista com que o Irão as vê.
A intervenção militar, por sua vez, para além de todas as dificuldades que acarreta a nível de meios e de despesa, não resolverá o problema no mercado energético podendo ser mais gravosa que a imposição de sanções, já que não parece possível uma intervenção rápida e eficaz no Irão que implique uma mudança de regime, e apenas isso poderia alterar, de facto, a situação no mercado.
Sucede que, tal como na guerra do Iraque, também neste caso os interesses americanos não são convergentes com os da Europa, e vale a pena lembrar que os EUA são, neste momento, o terceiro maior produtor de petróleo do mundo. Assim, depois de minada a capacidade diplomática europeia junto do Irão pela situação criada com a guerra iraquiana, depois de colocada a Europa sob o risco de uma espiral preços-salários decorrente da instabilidade do mercado petrolífero, temos novamente a Europa (juntamente com a China, muito dependente na área energética do Irão) como o bloco que se apresenta mais vulnerável na eventualidade de uma guerra contra Teerão, embora essa hipótese, a concretizar-se, possa arrastar toda a economia mundial para uma recessão de dimensão imprevisível. Só Israel, verdadeiramente ameaçado pelo regime iraniano e financiado largamente pelo congresso americano, está facilmente disposto a pagar para ver...
(*)Entrevista de Joseph Stiglitz ao «Der Spiegel»
11 Comentários:
Concordo inteiramente com a análise.
Excelente análise. Excepto que não vejo esta aventura desastrosa de Bush no médio oriente como uma vitória dos "lobbies judeus". Quanto muito, Israel hoje está mais vulnerável do que nunca com um EUA cada vez mais fraco e impotente. E ninguém fica a ganhar com esta situação.
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--- Já agora... não se esqueçam de um 'pequeno pormenor':
---> Quando o Sistema entrar em COLAPSO... o Poder vai cair nas mãos dos Capitalistas Selvagens... e... dos Povos Colonizadores...
--- De facto, os Capitalistas Selvagens não são Parvos: -->> Ora... como os Nativos Europeus são economicamente pouco rentáveis [ possuem uma Taxa de Natalidade muito baixa ]... os Capitalistas Selvagens estão interessados em que... se proceda à SUBSTITUIÇÃO POPULACIONAL dos autóctones... por... Povos economicamente mais rentáveis...
--- Consequentemente, tal como aconteceu na América do Norte, ao mesmo tempo que vendiam ( clandestinamente ) armas aos autóctones... os Capitalistas Selvagens forneciam armas mais sofisticadas... aos Povos Colonizadores e às Forças Militares e Policiais [ infestadas de Mercenários... que trabalham para quem lhes pagar mais... ].
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2006-04-25 - 15:52:00 - Correio da manhâ:
"Armando Silva não resistiu a ferimentos
Morreu presidente da Junta da Pena
O quadro clínico do presidente da Junta de Freguesia da Pena, agredido com gravidade por um funcionário senegalês na passada quinta-feira, agravou-se na última noite sendo que o autarca acabou por falecer durante a madrugada.
Em relação às duas funcionárias da Junta igualmente agredidas pelo mesmo indivíduo, que se encontra detido em prisão preventiva, uma continua em estado de coma profundo, enquanto a outra já está consciente e a recuperar bem."
Desta vez tens razão PLANETA TERRA
Bush acabou de fazer "insinuações" graves sobre os preços do petróleo e 'ameaçou' este mundo e o outro.
Os preços estavam (ao fecho das bolsas) em queda.
Em que ficamos?
Em que ficamos? Ficamos a pensar que ele sabe que os preços actuais são um problema enorme e está a tentar enviar aos mercados financeiros sinais de baixa. O que talvez signifique que está a tentar criar as condições para atacar o Irão.
Rui
"O que talvez signifique que está a tentar criar as condições para atacar o Irão."
Muito improvável. Não têm o apoio do senado, dos generais e da população americana. Para não falar no facto de estarem a aguentar-se no Iraque com uma guerra civil. E o Afganistão, como está? É por isso que o lider iraniano anda ultimamente arrogante.
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«Bush acabou de fazer "insinuações" graves sobre os preços do petróleo e 'ameaçou' este mundo e o outro.
Os preços estavam (ao fecho das bolsas) em queda.
Em que ficamos?»
Não ouvi as declarações do Bush mas assumo que o Rui terá razão quando diz que o presidente americano tem noção do perigo que representa para a economia os preços actuais do petróleo e estará a tentar fazer baixar o preço de transacção. No entanto ouvi o Nuno Ribeiro da Silva dizer na SIC que neste momento já chegámos a um ponto em que se exigem medidas de racionamento.
«Muito improvável. Não têm o apoio do senado, dos generais e da população americana. Para não falar no facto de estarem a aguentar-se no Iraque com uma guerra civil. E o Afganistão, como está? É por isso que o lider iraniano anda ultimamente arrogante.»
O líder iraniano sabe que, neste contexto, se retirar a produção de petóleo do mercado pode levar os preços para um nível que induza uma recessão.Mas talvez os EUA estejam a preparar uma ofensiva assente na força aérea, que não está ocupada no Iraque.Embora eu não acredite que isso possa realmente resolver algo a médio prazo.
A minha opinião foi sempre esta, o objectivo dos EUA, é enfraquecer os países Europeus, visto que não estão a conseguir fazê-lo tão depressa quanto queriam, daí a criação da União Europeia, um Estado Federado, totalmente alógena ao modo de vida do povo Europeu e daí a demora da Inglaterra, sua aliada, a adoptar a moeda e as políticas europeias. Sempre foram, são e irão ser sempre os Europeus a resistir aos Judeus, por isso, quanto mais fraca for a Europa, mais os EUA utilizam os Europeus como “crash-test-dummies”, mas… existe sempre um mas… o negócio das grandes multinacionais também têm uma palavra a dizer nesta confusão bem orquestrada e nesta desafinação bem afinada. As corporações multinacionais, chantageiam os vários governos através de “impactos exteriores” e de ameaças de recessão mundial, para diminuir os direitos dos trabalhadores, alterando as leis como entendem e diminuindo também a carga de impostos, controlando as receitas e obtendo lucros certos e milionários, para os entregar, aos Senhores do Mundo.
Concordo com a análise, sem tirar nem pôr…
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